O Acidental: Tudo trocado

03-07-2011
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"A nossa Constituição proíbe expressamente que, num sistema em que os serviços públicos de saúde são tendencialmente gratuitos, seja a população a pagar esse mesmo serviço", defendeu a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro, em declarações à agência Lusa.Os democratas-cristãos consideram ainda que o aumento das taxas moderadoras é "injusto", realçando que "penaliza de igual modo os utentes com mais e menos recursos dentro da classe média". "As pessoas com menos recursos estão isentas do pagamento de taxas moderadoras. Mais uma vez quem fica prejudicada é a classe média", disse Teresa Caeiro.(via Blasfémias)Esta posição expressa por Teresa Caeiro vai contra aquilo que o CDS tem defendido nos últimos anos sobre esta matéria e, pior, vai contra o programa eleitoral apresentado na última campanha, precisamente a que precedeu a eleição de Teresa Caeiro como deputada.Não é ainda caso para pedir o voto de volta. Mas seria no mínimo simpático que alguém responsável viesse esclarecer o que é que o partido pensa sobre este assunto.Se é certo que o pagamento de taxas diferenciadoras deve implicar uma descida da carga fiscal (para evitar que alguns paguem três vezes a mesma coisa), não é menos certo que é necessário começar por algum lado e que, dado o estado a que as contas chegaram, esse lado não será certamente o da redução dos impostos.Depois há uma outra questão: quer ou não o CDS alterar a Constituição, sobretudo nestes aspectos que impedem uma liberalização do Estado e de importantes áreas económicas? É que se quer, talvez seja melhor agir em conformidade e não ceder à tentação de, como pretexto para contestar medidas avulsas do Governo, julgando estar a fazer oposição, invocá-la como um exemplo a seguir.Nesta matéria, a crítica ao PS tem de ser outra: a de que chegou tarde àquilo que o CDS anda há algum tempo a dizer e a de que não vai tão longe quanto é preciso naquilo que está a fazer. Nunca, mas nunca, a de que vai contra a Constituição.Se a Constituição proíbe expressamente que, num sistema em que os serviços públicos de saúde são tendencialmente gratuitos, seja a população a pagar esses mesmos serviços, então o que há a fazer é alterar a Constituição.[ENP]

"A nossa Constituição proíbe expressamente que, num sistema em que os serviços públicos de saúde são tendencialmente gratuitos, seja a população a pagar esse mesmo serviço", defendeu a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro, em declarações à agência Lusa.Os democratas-cristãos consideram ainda que o aumento das taxas moderadoras é "injusto", realçando que "penaliza de igual modo os utentes com mais e menos recursos dentro da classe média". "As pessoas com menos recursos estão isentas do pagamento de taxas moderadoras. Mais uma vez quem fica prejudicada é a classe média", disse Teresa Caeiro.(via Blasfémias)Esta posição expressa por Teresa Caeiro vai contra aquilo que o CDS tem defendido nos últimos anos sobre esta matéria e, pior, vai contra o programa eleitoral apresentado na última campanha, precisamente a que precedeu a eleição de Teresa Caeiro como deputada.Não é ainda caso para pedir o voto de volta. Mas seria no mínimo simpático que alguém responsável viesse esclarecer o que é que o partido pensa sobre este assunto.Se é certo que o pagamento de taxas diferenciadoras deve implicar uma descida da carga fiscal (para evitar que alguns paguem três vezes a mesma coisa), não é menos certo que é necessário começar por algum lado e que, dado o estado a que as contas chegaram, esse lado não será certamente o da redução dos impostos.Depois há uma outra questão: quer ou não o CDS alterar a Constituição, sobretudo nestes aspectos que impedem uma liberalização do Estado e de importantes áreas económicas? É que se quer, talvez seja melhor agir em conformidade e não ceder à tentação de, como pretexto para contestar medidas avulsas do Governo, julgando estar a fazer oposição, invocá-la como um exemplo a seguir.Nesta matéria, a crítica ao PS tem de ser outra: a de que chegou tarde àquilo que o CDS anda há algum tempo a dizer e a de que não vai tão longe quanto é preciso naquilo que está a fazer. Nunca, mas nunca, a de que vai contra a Constituição.Se a Constituição proíbe expressamente que, num sistema em que os serviços públicos de saúde são tendencialmente gratuitos, seja a população a pagar esses mesmos serviços, então o que há a fazer é alterar a Constituição.[ENP]

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