O Carmo e a Trindade: Portela, Ota, TGV e Lisboa em campanha

05-07-2011
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Foto: skyscrapercity. Av. Brasil, segundos antes da aterragem«Três cavadelas, três minhocas» em LisboaQuando eu era pequeno, os adultos usavam esta expressão para dizer que um tipo falhava tudo aquilo em que se metia: «Cada cavadela, sua minhoca». É uma imagem bem rural, daquelas que eu adoro mesmo no nosso povo profundo.Pois hoje lembrei-me disso, quando recapitulava a semana de apontamentos para uma resenha aqui no nosso bem vivaço «O Carmo e a Trindade».E decidi deitar o resto fora e ficar-me por esta constatação aborrecida: alguns apoiantes de António Costa parecem apostados em falhar os tiros todos – ou seja: parece que estão mesmo apostados em criar escolhos no caminho do candidato. E entram em contradição aberta com ele, chegando mesmo a chamar a atenção para essas contradições – não fôssemos nós não dar por elas…Cito três casos que conheço.1Saldanha SanchesAvisa que apesar de ser o mandatário financeiro de Costa, (paciência!) discorda dele em matérias tão inócuas como estas duas que são estratégicas: empresas municipais e portagens para os carros que entrem em Lisboa. Leia você mesmo: «O mandatário financeiro da candidatura do PS à Câmara de Lisboa, Saldanha Sanches, defendeu hoje a extinção das empresas municipais e a fixação de portagens à entrada de Lisboa, admitindo que António Costa discorda destas medidas» (in ‘Portugal Diário’).2José Miguel JúdiceEste advogado célebre está farto de pedir «maioria absoluta» para António Costa, de quem é mandatário. Agora, parece que parou com esse delírio. Mas nos primeiros dias, foi um vê se te avias. Leia também esta citação: «O mandatário do socialista António Costa na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, José Miguel Júdice, pediu hoje "maioria absoluta" para o PS, sublinhando que "em épocas de crise exige-se que alguém assuma a responsabilidade"».Mas o próprio candidato tem evitado a expressão de forma meticulosa, quase artística. Por exemplo, numa das ocasiões mais recentes, e portanto mais actuais, na entrevista da RTP 1 na quinta à noite (antes das 20.50). Estive completamente atento. Quem falou de maioria absoluta foi o jornalista. Costa não. Disse apenas: «maioria», nada mais. Por vezes tem dito, isso sim, «maioria estável», «maioria clara». Mas não «absoluta». Isso, o seu mandatário encarregou-se de o dizer (por conta própria?). Lamentável, meu caro Watson.3Medina CarreiraEste afamado apoiante de António Costa foi mais longe em matéria de divergências: quanto à Ota e à Portela, há ali uma contradição insanável. Fala mesmo de obsessão de obra e de «ilusão de coisas a mexer, camiões etc.», para «dar a ideia de que o País está a mexer»… Medina defende a Portela. E goza com a Ota: «É que é a opção mais cara. Não se percebe». Tudo isso ouvi eu na SIC Notícias, sexta-feira, ás 18.50.Ou leia esta de Medina também: «MEDINA CARREIRA, numa grande entrevista a Inês Pedrosa, na antena 1, no passado dia 3, vai mais longe e diz que o Primeiro-ministro José Sócrates e Mário Lino pretendem que o produto nacional bruto (PIB) cresça, empurrado por este falso investimento, de modo a reduzir o défice. Erro crasso! Faz-me lembrar, de certo modo, um grupo de rapazes da minha aldeia, estava eu ainda na idade da puberdade, que tiraram um curso para se incorporarem nos Bombeiros Voluntários da Vila de Vieira do Minho. Feito o curso ficaram doidos para apagar o próximo incêndio. Em conversa, a que eu assisti, admitiram pôr fogo numa casa vizinha, incendiando um ramo de loureiro dependurado numa sacada com o significado de alertar, a quem passava, que havia bom vinho na loja do rés-do-chão.Medina Carreira disse ainda, que o TGV é mais um investimento megalómano inventado. Milhares de milhões de euros para se chegar do Porto a Lisboa meia hora mais cedo».Já agora, acrescento que Medina Carreira dá outra bofetada ao mesmo Governo, desta vez ainda por causa do TGV. Diz que é um disparate. Leia: «Medina Carreira aponta o dedo ao que considera «um enorme disparate» do Executivo: “O TGV em Portugal é uma tontice, um projecto dispensável”, diz, em declarações à Agência Financeira».


Foto: skyscrapercity. Av. Brasil, segundos antes da aterragem«Três cavadelas, três minhocas» em LisboaQuando eu era pequeno, os adultos usavam esta expressão para dizer que um tipo falhava tudo aquilo em que se metia: «Cada cavadela, sua minhoca». É uma imagem bem rural, daquelas que eu adoro mesmo no nosso povo profundo.Pois hoje lembrei-me disso, quando recapitulava a semana de apontamentos para uma resenha aqui no nosso bem vivaço «O Carmo e a Trindade».E decidi deitar o resto fora e ficar-me por esta constatação aborrecida: alguns apoiantes de António Costa parecem apostados em falhar os tiros todos – ou seja: parece que estão mesmo apostados em criar escolhos no caminho do candidato. E entram em contradição aberta com ele, chegando mesmo a chamar a atenção para essas contradições – não fôssemos nós não dar por elas…Cito três casos que conheço.1Saldanha SanchesAvisa que apesar de ser o mandatário financeiro de Costa, (paciência!) discorda dele em matérias tão inócuas como estas duas que são estratégicas: empresas municipais e portagens para os carros que entrem em Lisboa. Leia você mesmo: «O mandatário financeiro da candidatura do PS à Câmara de Lisboa, Saldanha Sanches, defendeu hoje a extinção das empresas municipais e a fixação de portagens à entrada de Lisboa, admitindo que António Costa discorda destas medidas» (in ‘Portugal Diário’).2José Miguel JúdiceEste advogado célebre está farto de pedir «maioria absoluta» para António Costa, de quem é mandatário. Agora, parece que parou com esse delírio. Mas nos primeiros dias, foi um vê se te avias. Leia também esta citação: «O mandatário do socialista António Costa na candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, José Miguel Júdice, pediu hoje "maioria absoluta" para o PS, sublinhando que "em épocas de crise exige-se que alguém assuma a responsabilidade"».Mas o próprio candidato tem evitado a expressão de forma meticulosa, quase artística. Por exemplo, numa das ocasiões mais recentes, e portanto mais actuais, na entrevista da RTP 1 na quinta à noite (antes das 20.50). Estive completamente atento. Quem falou de maioria absoluta foi o jornalista. Costa não. Disse apenas: «maioria», nada mais. Por vezes tem dito, isso sim, «maioria estável», «maioria clara». Mas não «absoluta». Isso, o seu mandatário encarregou-se de o dizer (por conta própria?). Lamentável, meu caro Watson.3Medina CarreiraEste afamado apoiante de António Costa foi mais longe em matéria de divergências: quanto à Ota e à Portela, há ali uma contradição insanável. Fala mesmo de obsessão de obra e de «ilusão de coisas a mexer, camiões etc.», para «dar a ideia de que o País está a mexer»… Medina defende a Portela. E goza com a Ota: «É que é a opção mais cara. Não se percebe». Tudo isso ouvi eu na SIC Notícias, sexta-feira, ás 18.50.Ou leia esta de Medina também: «MEDINA CARREIRA, numa grande entrevista a Inês Pedrosa, na antena 1, no passado dia 3, vai mais longe e diz que o Primeiro-ministro José Sócrates e Mário Lino pretendem que o produto nacional bruto (PIB) cresça, empurrado por este falso investimento, de modo a reduzir o défice. Erro crasso! Faz-me lembrar, de certo modo, um grupo de rapazes da minha aldeia, estava eu ainda na idade da puberdade, que tiraram um curso para se incorporarem nos Bombeiros Voluntários da Vila de Vieira do Minho. Feito o curso ficaram doidos para apagar o próximo incêndio. Em conversa, a que eu assisti, admitiram pôr fogo numa casa vizinha, incendiando um ramo de loureiro dependurado numa sacada com o significado de alertar, a quem passava, que havia bom vinho na loja do rés-do-chão.Medina Carreira disse ainda, que o TGV é mais um investimento megalómano inventado. Milhares de milhões de euros para se chegar do Porto a Lisboa meia hora mais cedo».Já agora, acrescento que Medina Carreira dá outra bofetada ao mesmo Governo, desta vez ainda por causa do TGV. Diz que é um disparate. Leia: «Medina Carreira aponta o dedo ao que considera «um enorme disparate» do Executivo: “O TGV em Portugal é uma tontice, um projecto dispensável”, diz, em declarações à Agência Financeira».

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