João Soares: “Há Cabos das Tormentas que se transformam em Cabos da Esperança”

16-10-2015
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João Soares diz acreditar num Governo alternativo, liderado por António Costa, que rompa com o caminho de austeridade. Já Telmo Correia acusa o líder socialista de procurar um entendimento à esquerda por uma questão de “sobrevivência política pessoal”

O socialista João Soares defendeu esta segunda-feira que os partidos de esquerda parecem unidos na vontade de alcançarem uma solução governativa estável, que corresponde ao apelo do Presidente da República e à vontade dos portugueses. E lamentou que Cavaco Silva não tenha ouvido os líderes de todos os partidos com representação parlamentar.

“Há uma matriz de fundo que é a desvalorização dos votos de esquerda. A direita portuguesa sempre achou que há uns mais iguais do que outros e opuseram-se sempre a esta lógica. (...) Mas a maioria dos portugueses não querem a continuação da prática desastrosa da austeridade em cima da austeridade e querem uma alternativa ”, afirmou João Soares no Frente a Frente, na SIC Notícias, com Telmo Correia.

Na opinião do antigo autarca de Lisboa, o Chefe de Estado continua a querer um Governo estável para os próximos quatro anos, seja de direita ou de esquerda, revelando-se agora viável a segunda opção.

“Há Cabos das Tormentas que se transformam em Cabo da Esperança e é essa a minha esperança”, disse João Soares, frisando que Cavaco Silva deve dar essa oportunidade a quem garantir estabilidade, tal como já acontece noutros países como a Bélgica.

“Eu pessoalmente não quero um sistema que daqui a seis meses ou um ano haja de novo eleições”, insistiu.

O socialista - que foi apoiante de António José Seguro - destacou ainda aquilo que considera ser uma “novidade absoluta” que é o facto do líder do PCP ou da coordenadora do BE revelarem consensos com o PS. E lamentou que Cavaco Silva não tenha ouvido os líderes de todos os partidos com assento na Assembleia da República. “O Presidente da República devia ter chamado todos os partidos”, disse.

Costa “agarra-se ao poder”

O centrista Telmo Correia acusou, por seu turno, António Costa de só estar a procurar entendimentos à esquerda com vista à criação de um Governo alternativo por uma questão de “sobrevivência

política pessoal.”

“Se o Dr. António Costa fosse o vencedor das eleições podia dizer agora vou escolher e faço aliança com o centro direita ou a esquerda que tinha legitimidade, o problema é que ele não ganhou, ele perdeu”, disse o vice-presidente da bancada do CDS-PP.

Para Telmo Correia, o secretário-geral do PS “agarra-se ao poder”, pondo em causa vontade dos portugueses,a legitmidade eleitoral e o próprio partido socialista. E vai mais longe, frisando, que um Governo não é uma autarquia, não estando em causa questões importantes do país, como o Tratado Orçamental.

Defendeu também que a postura da coligação é “correta” e “construtiva” e corresponde à leitura que do resultado das eleições legislativas. “A coligação tem mantido uma enorme seriedade, não se tem desdobrado em declarações. Tem feito negociações serenas e corresponde ao que disse.” Telmo Correia disse considerar que a negociação com o PS é vital e que o entendimento em mais de 20 pontos mostra que a coligação vai no bom caminho neste processo.

“Na tradição portuguesa há uma escolha implícita na escolha do primeiro-ministro. Houve um que foi vencedor e outro derrotado. O PS ao fazer isto [de impedir um Governo de direita] rompe com sua tradição e a sua natureza“, conclui Telmo Correia.

João Soares diz acreditar num Governo alternativo, liderado por António Costa, que rompa com o caminho de austeridade. Já Telmo Correia acusa o líder socialista de procurar um entendimento à esquerda por uma questão de “sobrevivência política pessoal”

O socialista João Soares defendeu esta segunda-feira que os partidos de esquerda parecem unidos na vontade de alcançarem uma solução governativa estável, que corresponde ao apelo do Presidente da República e à vontade dos portugueses. E lamentou que Cavaco Silva não tenha ouvido os líderes de todos os partidos com representação parlamentar.

“Há uma matriz de fundo que é a desvalorização dos votos de esquerda. A direita portuguesa sempre achou que há uns mais iguais do que outros e opuseram-se sempre a esta lógica. (...) Mas a maioria dos portugueses não querem a continuação da prática desastrosa da austeridade em cima da austeridade e querem uma alternativa ”, afirmou João Soares no Frente a Frente, na SIC Notícias, com Telmo Correia.

Na opinião do antigo autarca de Lisboa, o Chefe de Estado continua a querer um Governo estável para os próximos quatro anos, seja de direita ou de esquerda, revelando-se agora viável a segunda opção.

“Há Cabos das Tormentas que se transformam em Cabo da Esperança e é essa a minha esperança”, disse João Soares, frisando que Cavaco Silva deve dar essa oportunidade a quem garantir estabilidade, tal como já acontece noutros países como a Bélgica.

“Eu pessoalmente não quero um sistema que daqui a seis meses ou um ano haja de novo eleições”, insistiu.

O socialista - que foi apoiante de António José Seguro - destacou ainda aquilo que considera ser uma “novidade absoluta” que é o facto do líder do PCP ou da coordenadora do BE revelarem consensos com o PS. E lamentou que Cavaco Silva não tenha ouvido os líderes de todos os partidos com assento na Assembleia da República. “O Presidente da República devia ter chamado todos os partidos”, disse.

Costa “agarra-se ao poder”

O centrista Telmo Correia acusou, por seu turno, António Costa de só estar a procurar entendimentos à esquerda com vista à criação de um Governo alternativo por uma questão de “sobrevivência

política pessoal.”

“Se o Dr. António Costa fosse o vencedor das eleições podia dizer agora vou escolher e faço aliança com o centro direita ou a esquerda que tinha legitimidade, o problema é que ele não ganhou, ele perdeu”, disse o vice-presidente da bancada do CDS-PP.

Para Telmo Correia, o secretário-geral do PS “agarra-se ao poder”, pondo em causa vontade dos portugueses,a legitmidade eleitoral e o próprio partido socialista. E vai mais longe, frisando, que um Governo não é uma autarquia, não estando em causa questões importantes do país, como o Tratado Orçamental.

Defendeu também que a postura da coligação é “correta” e “construtiva” e corresponde à leitura que do resultado das eleições legislativas. “A coligação tem mantido uma enorme seriedade, não se tem desdobrado em declarações. Tem feito negociações serenas e corresponde ao que disse.” Telmo Correia disse considerar que a negociação com o PS é vital e que o entendimento em mais de 20 pontos mostra que a coligação vai no bom caminho neste processo.

“Na tradição portuguesa há uma escolha implícita na escolha do primeiro-ministro. Houve um que foi vencedor e outro derrotado. O PS ao fazer isto [de impedir um Governo de direita] rompe com sua tradição e a sua natureza“, conclui Telmo Correia.

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