Estranho Estrangeiro (no degredo do rochedo): Porquê quotas para as mulheres?

21-01-2012
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vbfsousa@hotmail.com Embalei no comboio que procura desbravar a realidade feminina, nos nossos tempos, e continuo nesta viagem que agora aporta numa sensível questão: a presença da mulher na política .
Miguel Sousa Tavares ("link" indisponível), no Público de hoje, cauteriza a líder das Mulheres Socialistas, numa crónica que teve o mérito de fazer aflorar o que, desde há algum tempo, tem estado na fila de espera . Começo com uma confissão: porquê forjar uma norma que obrigue o respeito por uma determinada percentagem de mulheres nos órgãos de soberania?
Segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, com a qual voltei a cruzar-me no repasto do amigo Orlando, não há clivagens entre mulheres e homens quanto aos direitos e deveres. Sendo assim, porquê insistir no discurso capcioso e propagandista, segundo o qual deverá verificar-se um número mínimo de mulheres - estabelecido pelas partes - nos órgãos de soberania? Barroso, como Presidente da Comissão Europeia, assegurou que a sua equipa comportaria 1/3 de mulheres. Porquê só um terço e não - se fosse benéfico - a totalidade? Porquê impor um número? E se as mulheres não albergarem, em determinados casos, as competências exigidas? E se 100 mulheres forem mais capazes do que 100 homens? Na gestão da coisa púbica terão de estar os melhores entre os que se mostram disponíveis. Ideal seria que todos estivessem dispostos a contribuir para o comando da nau pública, amiúde liderada por marinheiros de circunstância que, com a complacência do topo da hierarquia, surripiam os ingressos aos mais proficientes. Por isso a nau - porque se trata de Portugal - embate em corais - e não em icebergues -, provocando fissuras gangrenosas. Se o lenitivo - ou a panaceia - passar pela supremacia da mulher, irão os homens clamar por um limiar de representatividade semelhante? Não pode haver distinções entre sexos. As distinções deverão estribar-se, unicamente, no mérito, talento e capacidade de trabalho. Nada mais. Nós vimos o que se passou com Sócrates. Antes de se candidatar à liderança do PS disse - e cito de memória - "sempre tive todo o apoio das mulheres socialistas". Agora, deixou de "nomear " a líder das Mulheres Socialistas, Sónia Fertuzinhos. Porquê? Se a escolha se baseou nos critérios que postulei - e que qualquer democrata preconiza -, entendo. Inaceitáveis são os ardis que muitos utilizam para conquista do voto feminino...


vbfsousa@hotmail.com Embalei no comboio que procura desbravar a realidade feminina, nos nossos tempos, e continuo nesta viagem que agora aporta numa sensível questão: a presença da mulher na política .
Miguel Sousa Tavares ("link" indisponível), no Público de hoje, cauteriza a líder das Mulheres Socialistas, numa crónica que teve o mérito de fazer aflorar o que, desde há algum tempo, tem estado na fila de espera . Começo com uma confissão: porquê forjar uma norma que obrigue o respeito por uma determinada percentagem de mulheres nos órgãos de soberania?
Segundo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, com a qual voltei a cruzar-me no repasto do amigo Orlando, não há clivagens entre mulheres e homens quanto aos direitos e deveres. Sendo assim, porquê insistir no discurso capcioso e propagandista, segundo o qual deverá verificar-se um número mínimo de mulheres - estabelecido pelas partes - nos órgãos de soberania? Barroso, como Presidente da Comissão Europeia, assegurou que a sua equipa comportaria 1/3 de mulheres. Porquê só um terço e não - se fosse benéfico - a totalidade? Porquê impor um número? E se as mulheres não albergarem, em determinados casos, as competências exigidas? E se 100 mulheres forem mais capazes do que 100 homens? Na gestão da coisa púbica terão de estar os melhores entre os que se mostram disponíveis. Ideal seria que todos estivessem dispostos a contribuir para o comando da nau pública, amiúde liderada por marinheiros de circunstância que, com a complacência do topo da hierarquia, surripiam os ingressos aos mais proficientes. Por isso a nau - porque se trata de Portugal - embate em corais - e não em icebergues -, provocando fissuras gangrenosas. Se o lenitivo - ou a panaceia - passar pela supremacia da mulher, irão os homens clamar por um limiar de representatividade semelhante? Não pode haver distinções entre sexos. As distinções deverão estribar-se, unicamente, no mérito, talento e capacidade de trabalho. Nada mais. Nós vimos o que se passou com Sócrates. Antes de se candidatar à liderança do PS disse - e cito de memória - "sempre tive todo o apoio das mulheres socialistas". Agora, deixou de "nomear " a líder das Mulheres Socialistas, Sónia Fertuzinhos. Porquê? Se a escolha se baseou nos critérios que postulei - e que qualquer democrata preconiza -, entendo. Inaceitáveis são os ardis que muitos utilizam para conquista do voto feminino...

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