O Acidental: Fisting

03-07-2011
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Não sei exactamente qual é a opinião do leitor mediano, mas parece-me que tudo começou a descambar quando João Soares prometeu que ia usar o punho - o que, bem vistas as coisas, afinal é compreensível num partido em que se podem pagar as quotas por multibanco, coisa que exige pelo menos o uso do dedo. Achava eu que a partir daqui as coisas só podiam melhorar, que o único caminho era para cima (the only way is up, para citar a Dra. Ana Gomes). Mas não. Desde esse dia rolam as mais fantásticas acusações de fraude. E João Soares cita mesmo conversas aparentemente privadas com Sérgio Sousa Pinto em defesa da sua tese. Estas revelações (ou como diria a Dra. Ana Gomes: these revelations) acabaram, porém, por ser um pouco decepcionantes, já que ficámos afinal sem saber se João teria usado o punho (y'know, the fist) e de que forma. Enfim, para citar Sócrates, apoiando-se numa obscura frase de Sócrates: "só sei que nada sei", e portanto não sei onde é que isto irá parar (where will this stop).
Seja como for, ou eu me engano muito ou esta ideia das eleições directas do Secretário-Geral foi a coisa mais inspirada que a política portuguesa produziu recentemente. Vamos ter (e continuo a citar Ana Gomes, numa expressão nova aprendida em Boston) fun, fun, fun! Eu acho que que vai ser tão bom que corre o risco de não voltar a acontecer. Como é evidente, um partido (a party) é a coisa mais anti-democrática que existe. Logo, nestas eleições, rumores de golpaças ou tentativas de golpaças vão suceder-se a ritmo vertiginoso - e sem o escrutínio da Comissão Nacional de Eleições. No fundo, é como dizia Chopin (na sua obra-prima Guerra e Paz, de acordo com José Sócrates): "uma eleição é uma eleição é uma eleição, use-se o punho ou não".
No meio disto tudo (in the middle of all this) apenas nos resta saber em quem vai votar José Pacheco Pereira: Soares ou Alegre?
[Luciano Amaral]

Não sei exactamente qual é a opinião do leitor mediano, mas parece-me que tudo começou a descambar quando João Soares prometeu que ia usar o punho - o que, bem vistas as coisas, afinal é compreensível num partido em que se podem pagar as quotas por multibanco, coisa que exige pelo menos o uso do dedo. Achava eu que a partir daqui as coisas só podiam melhorar, que o único caminho era para cima (the only way is up, para citar a Dra. Ana Gomes). Mas não. Desde esse dia rolam as mais fantásticas acusações de fraude. E João Soares cita mesmo conversas aparentemente privadas com Sérgio Sousa Pinto em defesa da sua tese. Estas revelações (ou como diria a Dra. Ana Gomes: these revelations) acabaram, porém, por ser um pouco decepcionantes, já que ficámos afinal sem saber se João teria usado o punho (y'know, the fist) e de que forma. Enfim, para citar Sócrates, apoiando-se numa obscura frase de Sócrates: "só sei que nada sei", e portanto não sei onde é que isto irá parar (where will this stop).
Seja como for, ou eu me engano muito ou esta ideia das eleições directas do Secretário-Geral foi a coisa mais inspirada que a política portuguesa produziu recentemente. Vamos ter (e continuo a citar Ana Gomes, numa expressão nova aprendida em Boston) fun, fun, fun! Eu acho que que vai ser tão bom que corre o risco de não voltar a acontecer. Como é evidente, um partido (a party) é a coisa mais anti-democrática que existe. Logo, nestas eleições, rumores de golpaças ou tentativas de golpaças vão suceder-se a ritmo vertiginoso - e sem o escrutínio da Comissão Nacional de Eleições. No fundo, é como dizia Chopin (na sua obra-prima Guerra e Paz, de acordo com José Sócrates): "uma eleição é uma eleição é uma eleição, use-se o punho ou não".
No meio disto tudo (in the middle of all this) apenas nos resta saber em quem vai votar José Pacheco Pereira: Soares ou Alegre?
[Luciano Amaral]

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