Classe de Piano do Conservatório Regional de Setúbal: Sigam a partitura...

03-07-2011
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...ou não.Aqui fica um exemplo do que seria a "partitura do público" em algumas salas de concerto deste país (e de outros também, claro...)(a imagem foi sugestão do Gonçalo)Embora eu saiba que nem sempre foi assim, hoje existe uma "etiqueta", um comportamento específico nas salas de concerto que inclui ficar o mais em silêncio possível durante o espectáculo.Em outros tempos não era assim:No tempo de Liszt, o silêncio do público significava que o espectáculo não estava a ser bem recebido. Virtuosos como Liszt e Anton Rubinstein ficariam ofendidos se os espectadores não aplaudissem entre os andamentos, embora isso não se passasse no tempo de Beethoven, por exemplo, pois só raramente se executavam os andamentos todos de uma obra como uma Sonata.Também se aplaudia a música DURANTE a sua execução, como por exemplo quando Chopin tocava as suas variações sobre Là ci darem la mano com orquestra, pois o público manifestava a sua "aprovação" após cada variação. Mesmo durante os anos 20 do Século XX o público Berlinense aplaudia Ferruccio Busoni no meio de La Campanella.Também aconteciam recitais quase completos entre os andamentos de concerto ou entre os actos de uma ópera. Quando Chopin tocou os seu Concerto para piano em Mi menor em Varsóvia em 1830, outras peças foram executadas entre os primeiros dois andamentos.Mas como eu dizia no início, hoje os tempos são outros. O facto de o público estar em silêncio e não participar, não significa obrigatoriamente que o espectáculo não está a agradar. Pelo contrário.Por isso continuo-me a irritar solenemente quando não me deixam apreciar um concerto da maneira que mais gosto: em silêncio.


...ou não.Aqui fica um exemplo do que seria a "partitura do público" em algumas salas de concerto deste país (e de outros também, claro...)(a imagem foi sugestão do Gonçalo)Embora eu saiba que nem sempre foi assim, hoje existe uma "etiqueta", um comportamento específico nas salas de concerto que inclui ficar o mais em silêncio possível durante o espectáculo.Em outros tempos não era assim:No tempo de Liszt, o silêncio do público significava que o espectáculo não estava a ser bem recebido. Virtuosos como Liszt e Anton Rubinstein ficariam ofendidos se os espectadores não aplaudissem entre os andamentos, embora isso não se passasse no tempo de Beethoven, por exemplo, pois só raramente se executavam os andamentos todos de uma obra como uma Sonata.Também se aplaudia a música DURANTE a sua execução, como por exemplo quando Chopin tocava as suas variações sobre Là ci darem la mano com orquestra, pois o público manifestava a sua "aprovação" após cada variação. Mesmo durante os anos 20 do Século XX o público Berlinense aplaudia Ferruccio Busoni no meio de La Campanella.Também aconteciam recitais quase completos entre os andamentos de concerto ou entre os actos de uma ópera. Quando Chopin tocou os seu Concerto para piano em Mi menor em Varsóvia em 1830, outras peças foram executadas entre os primeiros dois andamentos.Mas como eu dizia no início, hoje os tempos são outros. O facto de o público estar em silêncio e não participar, não significa obrigatoriamente que o espectáculo não está a agradar. Pelo contrário.Por isso continuo-me a irritar solenemente quando não me deixam apreciar um concerto da maneira que mais gosto: em silêncio.

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