Costa deixa Câmara de Lisboa mas “fica tudo na mesma”?

10-04-2015
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A maioria dos partidos com assento na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) considera que pouco irá mudar com a renúncia de António Costa ao cargo de presidente da Câmara que aconteceu esta quarta-feira.

Para a deputada do Partido Ecologista os Verdes (PEV) Cláudia Madeira, “era expectável que, mais dia, menos dia”, António Costa acabasse por apresentar a renúncia, mas “enquanto ficar só pela mudança de pessoas e caras não muda nada na cidade”.

“A casa não ficou arrumada [como garantiu António Costa no discurso de renúncia] e não entrámos num novo ciclo. Mantêm-se as mesmas políticas do PS”, disse, aludindo à substituição de António Costa por Fernando Medina, atualmente vice-presidente da autarquia e responsável pela pasta das Finanças, Recursos Humanos e Turismo.

Também o deputado do CDS-PP Diogo Moura defendeu não ser verdade que António Costa saia de Lisboa com “a casa arrumada”.

“Os problemas principais da cidade mantêm-se”, disse, dando como exemplo a falta de um plano de drenagem, o “esventramento” de Monsanto, a polémica da isenção de taxas pedida pelo Benfica, os buracos nas estradas e o problema da higiene urbana.

Apesar de considerar que Fernando Medina tem “um estilo diferente” de António Costa, Diogo Moura acredita que “pouco mudará”, questionando a “legitimidade democrática” do primeiro para “assumir os destinos da Câmara de Lisboa, quando as pessoas não votaram nele para presidente”.

Já para o líder do grupo municipal do PCP, Carlos Silva Santos, António Costa “não deixa saudades”.

“Este ano e meio de mandato traduziu-se num claro e significativo insucesso”, disse, em declarações à Lusa, dando como exemplos a “crise do lixo, as cheias mal resolvidas e a má pavimentação da cidade”.

O líder comunista descreve António Costa com homem com “muita habilidade e manobra política”, referindo que “o município não tem nada a perder com a [sua] saída”.

“Os que ficam são menos habilidosos e tornar-se-á mais flagrante a inoperância do executivo”, disse, considerando que “as pessoas mudam, mas a política mantém-se”.

Ricardo Robles, do Bloco de Esquerda (BE), classificou a renúncia de António Costa nesta altura como “inesperada”.

“Tudo indicava que [António Costa] iria querer prolongar a permanência e usar a Câmara de Lisboa como bom exemplo de governação”, referiu.

No entanto, “o que se tem passado nas últimas semanas em Lisboa começou a ser uma pedra no sapato”, defendeu o deputado, dando como exemplo a proposta sobre as compensações urbanísticas de incentivo à reabilitação urbana em zonas vulneráveis da cidade e a proposta de isenção de taxas ao Benfica, ambas retiradas para reformulação, e o contrato de concessão a privados do espaço adjacente ao Moinho do Penedo, no Parque Florestal de Monsanto.

Segundo Ricardo Robles, trata-se de “um encadeamento de polémicas que não eram favoráveis” a António Costa, e que fizeram com que tenha havido “uma antecipação da saída, para que haja um distanciamento para quem quer governar o país”.

Também para o BE, Fernando Medina “irá seguir a mesma política” de António Costa.

O deputado do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Miguel Santos, por seu lado, recordou a “boa relação” que o partido teve com António Costa neste mandato.

“Conseguimos algumas coisas com a vereação relativamente ao Canil de Lisboa. Foi uma causa conseguida em conjunto com o executivo”, afirmou, referindo estar “contente com o trabalho feito na parte dos direitos dos animais”.

Apesar de assumir que o PAN tem “divergências com o executivo”, Miguel Santos espera que “com Fernando Medina se mantenha uma boa relação”.

Os deputados do PSD, de acordo com o líder do grupo municipal do partido, Sérgio Azevedo, ficaram “muito satisfeitos” com a renúncia de António Costa.

“É o reconhecimento do que sempre andámos a dizer: não era compatível ser presidente da Câmara e secretário-geral do PS”, defendeu Sérgio Azevedo, considerando que António Costa saiu da liderança da autarquia “motivado pelo resultado das eleições regionais da Madeira”.

A Lusa tentou contactar a presidente da AML e deputada do movimento Cidadãos por Lisboa, Helena Roseta, mas até ao momento não foi possível.

O deputado Fernando Nunes da Silva, do mesmo movimento, referiu compreender a renúncia de António Costa já que é “praticamente impossível ser-se simultaneamente presidente da Câmara de Lisboa e líder do principal partido da oposição”.

Para Nunes da Silva, o facto de António Costa ser líder do principal partido da oposição “não permite um relacionamento normal entre a Câmara e o Governo”, e deu como exemplo as negociações para a gestão dos transportes coletivos públicos de Lisboa.

O deputado independente defendeu ainda que Fernando Medina “é garantia de continuidade do projeto” iniciado há um ano e meio.

A maioria dos partidos com assento na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) considera que pouco irá mudar com a renúncia de António Costa ao cargo de presidente da Câmara que aconteceu esta quarta-feira.

Para a deputada do Partido Ecologista os Verdes (PEV) Cláudia Madeira, “era expectável que, mais dia, menos dia”, António Costa acabasse por apresentar a renúncia, mas “enquanto ficar só pela mudança de pessoas e caras não muda nada na cidade”.

“A casa não ficou arrumada [como garantiu António Costa no discurso de renúncia] e não entrámos num novo ciclo. Mantêm-se as mesmas políticas do PS”, disse, aludindo à substituição de António Costa por Fernando Medina, atualmente vice-presidente da autarquia e responsável pela pasta das Finanças, Recursos Humanos e Turismo.

Também o deputado do CDS-PP Diogo Moura defendeu não ser verdade que António Costa saia de Lisboa com “a casa arrumada”.

“Os problemas principais da cidade mantêm-se”, disse, dando como exemplo a falta de um plano de drenagem, o “esventramento” de Monsanto, a polémica da isenção de taxas pedida pelo Benfica, os buracos nas estradas e o problema da higiene urbana.

Apesar de considerar que Fernando Medina tem “um estilo diferente” de António Costa, Diogo Moura acredita que “pouco mudará”, questionando a “legitimidade democrática” do primeiro para “assumir os destinos da Câmara de Lisboa, quando as pessoas não votaram nele para presidente”.

Já para o líder do grupo municipal do PCP, Carlos Silva Santos, António Costa “não deixa saudades”.

“Este ano e meio de mandato traduziu-se num claro e significativo insucesso”, disse, em declarações à Lusa, dando como exemplos a “crise do lixo, as cheias mal resolvidas e a má pavimentação da cidade”.

O líder comunista descreve António Costa com homem com “muita habilidade e manobra política”, referindo que “o município não tem nada a perder com a [sua] saída”.

“Os que ficam são menos habilidosos e tornar-se-á mais flagrante a inoperância do executivo”, disse, considerando que “as pessoas mudam, mas a política mantém-se”.

Ricardo Robles, do Bloco de Esquerda (BE), classificou a renúncia de António Costa nesta altura como “inesperada”.

“Tudo indicava que [António Costa] iria querer prolongar a permanência e usar a Câmara de Lisboa como bom exemplo de governação”, referiu.

No entanto, “o que se tem passado nas últimas semanas em Lisboa começou a ser uma pedra no sapato”, defendeu o deputado, dando como exemplo a proposta sobre as compensações urbanísticas de incentivo à reabilitação urbana em zonas vulneráveis da cidade e a proposta de isenção de taxas ao Benfica, ambas retiradas para reformulação, e o contrato de concessão a privados do espaço adjacente ao Moinho do Penedo, no Parque Florestal de Monsanto.

Segundo Ricardo Robles, trata-se de “um encadeamento de polémicas que não eram favoráveis” a António Costa, e que fizeram com que tenha havido “uma antecipação da saída, para que haja um distanciamento para quem quer governar o país”.

Também para o BE, Fernando Medina “irá seguir a mesma política” de António Costa.

O deputado do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Miguel Santos, por seu lado, recordou a “boa relação” que o partido teve com António Costa neste mandato.

“Conseguimos algumas coisas com a vereação relativamente ao Canil de Lisboa. Foi uma causa conseguida em conjunto com o executivo”, afirmou, referindo estar “contente com o trabalho feito na parte dos direitos dos animais”.

Apesar de assumir que o PAN tem “divergências com o executivo”, Miguel Santos espera que “com Fernando Medina se mantenha uma boa relação”.

Os deputados do PSD, de acordo com o líder do grupo municipal do partido, Sérgio Azevedo, ficaram “muito satisfeitos” com a renúncia de António Costa.

“É o reconhecimento do que sempre andámos a dizer: não era compatível ser presidente da Câmara e secretário-geral do PS”, defendeu Sérgio Azevedo, considerando que António Costa saiu da liderança da autarquia “motivado pelo resultado das eleições regionais da Madeira”.

A Lusa tentou contactar a presidente da AML e deputada do movimento Cidadãos por Lisboa, Helena Roseta, mas até ao momento não foi possível.

O deputado Fernando Nunes da Silva, do mesmo movimento, referiu compreender a renúncia de António Costa já que é “praticamente impossível ser-se simultaneamente presidente da Câmara de Lisboa e líder do principal partido da oposição”.

Para Nunes da Silva, o facto de António Costa ser líder do principal partido da oposição “não permite um relacionamento normal entre a Câmara e o Governo”, e deu como exemplo as negociações para a gestão dos transportes coletivos públicos de Lisboa.

O deputado independente defendeu ainda que Fernando Medina “é garantia de continuidade do projeto” iniciado há um ano e meio.

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