365 forte

15-09-2015
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David Crisóstomo

O Voto n.º 210/XII/3.ª, apresentado pelo Bloco de Esquerda, foi ontem a votação no plenário da Assembleia da República.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontra num dos seus princípios fundadores 'o primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social'. Estes valores têm uma exigência inerente a todos os estados membros da CPLP, bem como a todos os estados que pretendam aderir a esta comunidade.

A Guiné Equatorial não é um país que respeite nenhum destes princípios fundadores e a sua admissão na Comunidade de Países de Língua Portuguesa revela uma cedência intolerável. Trocaram-se os valores da defesa dos direitos humanos pelo petróleo e gás natural.

A Guiné Equatorial é governada por um ditador há 35 anos. Teodoro Obiang ascendeu ao poder depois de um golpe de Estado sangrento em 1979. O país é um dos mais corruptos do mundo segundo a Transparency International, figurando na posição 163 entre 177 países analisados.

É um país onde é permitido a Obiang governar por decreto, concentrando nele grande parte do poder de Estado, e onde a pena de morte, ainda que tenha sido suspensa, ainda faz parte do quadro legal.

Não existe liberdade de expressão, nem liberdade de imprensa, como é referenciado por diversas organizações não-governamentais, por exemplo a organização Repórteres sem Fronteiras. Este é, apesar de tudo isto, a partir de dia 23 de julho, um membro de pleno direito da CPLP, contando com a aprovação de Portugal.

É uma aprovação que envergonha Portugal. E nem o facto da Guiné Equatorial ter feito do português a sua terceira língua oficial desvia as atenções do óbvio: na Guiné Equatorial não existe um primado de primado de paz, de democracia, de Estado de direito, de respeito pelos direitos humanos e de justiça social.

Existe, isso sim, petróleo e gás natural, mas não se pode tolerar que isso baste para legitimar um regime opressor de todo um povo.

O texto foi lido e submetido a votos. Foi aprovado pela totalidade da bancada do Bloco de Esquerda e rejeitado pelas bancadas do PSD e do CDS-PP. No PS, existiu uma divisão entre os deputados, com apenas metade dos parlamentares socialistas a seguirem o sentido de voto decretado pela direcção da bancada parlamentar.

Na bancada do PS votaram contra o voto de condenação da entrada da Guiné-Equatorial na CPLP os deputados:

Fernando Serrasqueiro

Acácio Pinto

Alberto Martins

António Cardoso

Bravo Nico

Celeste Correia

Elza Pais

Fernando Jesus

Jacinto Serrão

João Paulo Pedrosa

Jorge Fão

Jorge Manuel Gonçalves

Jorge Rodrigues Pereira

José Lello

José Magalhães

Luís Pita Ameixa

Miguel Coelho

Miguel Freitas

Miguel Laranjeiro

Miranda Calha

Mota Andrade

Nuno Sá

Paulo Campos

Maria de Belém Roseira

Marcos Perestrello

Pedro Farmhouse

Ramos Preto

Renato Sampaio

Rui Paulo Figueiredo

Rui Pedro Duarte

Sónia Fertuzinhos

Vitalino Canas

Paulo Pisco

Ivo Oliveira

Votaram a favor os deputados socialistas:

Ferro Rodrigues

Jorge Lacão

Alberto Costa

Filipe Neto Brandão

Ana Paula Vitorino

André Figueiredo

Euridice Pereira

João Soares

Rosa Albernaz

Maria Antónia Almeida Santos

Eduardo Cabrita

Gabriela Canavilhas

Idália Serrão

Agostinho Santa

Catarina Marcelino

Isabel Oneto

Luísa Salgueiro

Glória Araújo

João Paulo Correia

Carlos Enes

Sandra Pontedeira

Mário Ruivo

Isabel Santos

Inês de Medeiros

Sérgio Sousa Pinto

João Galamba

Isabel Moreira

Pedro Delgado Alves

Pedro Nuno Santos

Os deputados do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista "Os Verdes" optaram pela abstenção na condenação da entrada do regime totalitário na Comunidade de Países de Língua Portuguesa. A estes juntaram-se ainda os deputados do PS Vieira da Silva, Pedro Marques, Laurentino Dias e Odete João.

Na bancada socialista estiveram ausentes 7 deputados, entre os quais António José Seguro.

David Crisóstomo

O Voto n.º 210/XII/3.ª, apresentado pelo Bloco de Esquerda, foi ontem a votação no plenário da Assembleia da República.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) encontra num dos seus princípios fundadores 'o primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social'. Estes valores têm uma exigência inerente a todos os estados membros da CPLP, bem como a todos os estados que pretendam aderir a esta comunidade.

A Guiné Equatorial não é um país que respeite nenhum destes princípios fundadores e a sua admissão na Comunidade de Países de Língua Portuguesa revela uma cedência intolerável. Trocaram-se os valores da defesa dos direitos humanos pelo petróleo e gás natural.

A Guiné Equatorial é governada por um ditador há 35 anos. Teodoro Obiang ascendeu ao poder depois de um golpe de Estado sangrento em 1979. O país é um dos mais corruptos do mundo segundo a Transparency International, figurando na posição 163 entre 177 países analisados.

É um país onde é permitido a Obiang governar por decreto, concentrando nele grande parte do poder de Estado, e onde a pena de morte, ainda que tenha sido suspensa, ainda faz parte do quadro legal.

Não existe liberdade de expressão, nem liberdade de imprensa, como é referenciado por diversas organizações não-governamentais, por exemplo a organização Repórteres sem Fronteiras. Este é, apesar de tudo isto, a partir de dia 23 de julho, um membro de pleno direito da CPLP, contando com a aprovação de Portugal.

É uma aprovação que envergonha Portugal. E nem o facto da Guiné Equatorial ter feito do português a sua terceira língua oficial desvia as atenções do óbvio: na Guiné Equatorial não existe um primado de primado de paz, de democracia, de Estado de direito, de respeito pelos direitos humanos e de justiça social.

Existe, isso sim, petróleo e gás natural, mas não se pode tolerar que isso baste para legitimar um regime opressor de todo um povo.

O texto foi lido e submetido a votos. Foi aprovado pela totalidade da bancada do Bloco de Esquerda e rejeitado pelas bancadas do PSD e do CDS-PP. No PS, existiu uma divisão entre os deputados, com apenas metade dos parlamentares socialistas a seguirem o sentido de voto decretado pela direcção da bancada parlamentar.

Na bancada do PS votaram contra o voto de condenação da entrada da Guiné-Equatorial na CPLP os deputados:

Fernando Serrasqueiro

Acácio Pinto

Alberto Martins

António Cardoso

Bravo Nico

Celeste Correia

Elza Pais

Fernando Jesus

Jacinto Serrão

João Paulo Pedrosa

Jorge Fão

Jorge Manuel Gonçalves

Jorge Rodrigues Pereira

José Lello

José Magalhães

Luís Pita Ameixa

Miguel Coelho

Miguel Freitas

Miguel Laranjeiro

Miranda Calha

Mota Andrade

Nuno Sá

Paulo Campos

Maria de Belém Roseira

Marcos Perestrello

Pedro Farmhouse

Ramos Preto

Renato Sampaio

Rui Paulo Figueiredo

Rui Pedro Duarte

Sónia Fertuzinhos

Vitalino Canas

Paulo Pisco

Ivo Oliveira

Votaram a favor os deputados socialistas:

Ferro Rodrigues

Jorge Lacão

Alberto Costa

Filipe Neto Brandão

Ana Paula Vitorino

André Figueiredo

Euridice Pereira

João Soares

Rosa Albernaz

Maria Antónia Almeida Santos

Eduardo Cabrita

Gabriela Canavilhas

Idália Serrão

Agostinho Santa

Catarina Marcelino

Isabel Oneto

Luísa Salgueiro

Glória Araújo

João Paulo Correia

Carlos Enes

Sandra Pontedeira

Mário Ruivo

Isabel Santos

Inês de Medeiros

Sérgio Sousa Pinto

João Galamba

Isabel Moreira

Pedro Delgado Alves

Pedro Nuno Santos

Os deputados do Partido Comunista Português e do Partido Ecologista "Os Verdes" optaram pela abstenção na condenação da entrada do regime totalitário na Comunidade de Países de Língua Portuguesa. A estes juntaram-se ainda os deputados do PS Vieira da Silva, Pedro Marques, Laurentino Dias e Odete João.

Na bancada socialista estiveram ausentes 7 deputados, entre os quais António José Seguro.

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