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14-11-2013
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My Fair Lady, por Sandra Cardoso. O patinho que se faz cisne

São aproximadamente 9.15. Sábado. A agitação é muita na rua Portas de Santo Adrião. Há um murmúrio no ar, a noite está agradável num dos últimos dias de Inverno. De um lado o Coliseu dos Recreios, do outro o Teatro Politeama; nos cartazes o mesmo nome: Filipe La Féria. O “Amália” regressou a Lisboa e está instalado no Coliseu, depois de ter passado pela capital francesa. No inovado Politeama desfila o talento de setenta artistas, que são simultaneamente actores, cantores e bailarinos, no mais recente trabalho de Filipe La Féria, My Fair Lady – Minha Linda Senhora.

"My Fair Lady é um projecto ambicioso, feito sem recorrência a subsídios"

Às 9.30 o espectáculo começa. A sala, mais uma vez lotada, está pronta para ver e apreciar duas gerações de actores, cujo desempenho não deixa ninguém indiferente. Anabela (Eliza Doolitle) é a “linda senhora” que deslumbra o público com a sua linda voz. Carlos Quintas é Henry Higgins, professor de fonética, misógino, responsável pela transformação de Eliza Doolitle, de patinho feio em belo cisne. Uma verdadeira metamorfose! A grande surpresa é provavelmente Miguel Dias, cujo percurso tem sido muito diversificado, com passagens pela televisão, pelo mundo da música e até pela escrita. Em My Fair Lady é Alfred Dolittle, pai da protagonista, um papel que lhe encaixa na perfeição e que representa com grande profissionalismo. No palco brilham também outras estrelas, como Manuela Maria, Joaquim Rosa, Lurdes Norberto, Joel Branco, entre outros.

No intervalo do espectáculo as pessoas comentam. Há murmúrios na sala, os elogios saem com facilidade. A segunda parte da peça está prestes a começar. De novo o silêncio, de seguida os aplausos.

O musical My Fair Lady, realizado no cinema por George Cukor e que contou com os protagonistas Rex Harrison e Audrey Hepburn, é a adaptação da peça Pigmaleão de Bernard Shaw, prémio Nobel da Literatura.

Para além de encenar a peça, La Féria também a traduziu e adaptou para português, trabalho feito em pareceria com Helena Rocha, professora de inglês e sua colaboradora. O trabalho final resultou num texto humorístico com expressões do calão nacional, que conseguem, no entanto, manter a autenticidade do original.

Mas um dos grandes trunfos deste musical é, sem duvida, as inovações cénicas, cujos custos estimam-se em mais de quarenta mil euros. O Politeama tem de propósito para o musical um palco giratório e elevatório, que, conjugado com uma iluminação aparatosa, faz com que este seja um espectáculo único em Portugal.

Por volta das 12.15 o espectáculo termina, o público aplaude incansável... As músicas ficarão, contudo, no ouvido durante os dias seguintes.

My Fair Lady é um projecto ambicioso, feito sem recorrência a subsídios, mas acima de tudo é um verdadeiro desfile de talento...nacional.

My Fair Lady, por Sandra Cardoso. O patinho que se faz cisne

São aproximadamente 9.15. Sábado. A agitação é muita na rua Portas de Santo Adrião. Há um murmúrio no ar, a noite está agradável num dos últimos dias de Inverno. De um lado o Coliseu dos Recreios, do outro o Teatro Politeama; nos cartazes o mesmo nome: Filipe La Féria. O “Amália” regressou a Lisboa e está instalado no Coliseu, depois de ter passado pela capital francesa. No inovado Politeama desfila o talento de setenta artistas, que são simultaneamente actores, cantores e bailarinos, no mais recente trabalho de Filipe La Féria, My Fair Lady – Minha Linda Senhora.

"My Fair Lady é um projecto ambicioso, feito sem recorrência a subsídios"

Às 9.30 o espectáculo começa. A sala, mais uma vez lotada, está pronta para ver e apreciar duas gerações de actores, cujo desempenho não deixa ninguém indiferente. Anabela (Eliza Doolitle) é a “linda senhora” que deslumbra o público com a sua linda voz. Carlos Quintas é Henry Higgins, professor de fonética, misógino, responsável pela transformação de Eliza Doolitle, de patinho feio em belo cisne. Uma verdadeira metamorfose! A grande surpresa é provavelmente Miguel Dias, cujo percurso tem sido muito diversificado, com passagens pela televisão, pelo mundo da música e até pela escrita. Em My Fair Lady é Alfred Dolittle, pai da protagonista, um papel que lhe encaixa na perfeição e que representa com grande profissionalismo. No palco brilham também outras estrelas, como Manuela Maria, Joaquim Rosa, Lurdes Norberto, Joel Branco, entre outros.

No intervalo do espectáculo as pessoas comentam. Há murmúrios na sala, os elogios saem com facilidade. A segunda parte da peça está prestes a começar. De novo o silêncio, de seguida os aplausos.

O musical My Fair Lady, realizado no cinema por George Cukor e que contou com os protagonistas Rex Harrison e Audrey Hepburn, é a adaptação da peça Pigmaleão de Bernard Shaw, prémio Nobel da Literatura.

Para além de encenar a peça, La Féria também a traduziu e adaptou para português, trabalho feito em pareceria com Helena Rocha, professora de inglês e sua colaboradora. O trabalho final resultou num texto humorístico com expressões do calão nacional, que conseguem, no entanto, manter a autenticidade do original.

Mas um dos grandes trunfos deste musical é, sem duvida, as inovações cénicas, cujos custos estimam-se em mais de quarenta mil euros. O Politeama tem de propósito para o musical um palco giratório e elevatório, que, conjugado com uma iluminação aparatosa, faz com que este seja um espectáculo único em Portugal.

Por volta das 12.15 o espectáculo termina, o público aplaude incansável... As músicas ficarão, contudo, no ouvido durante os dias seguintes.

My Fair Lady é um projecto ambicioso, feito sem recorrência a subsídios, mas acima de tudo é um verdadeiro desfile de talento...nacional.

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