O Cachimbo de Magritte: Audição da SEC perante o Congresso americano

24-01-2012
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Vejam bem este vídeo até ao fim. Reparem no tom e nas perguntas incisivas, e até violentas, que o congressista Gary Ackerman, que se assume como verdadeiro representante do povo americano, faz aos responsáveis pela Securities and Exchange Commission, responsabilizando-os pelo fracasso clamoroso da agência em proteger os investidores americanos. Em causa estava o escândalo Madoff, que por sinal foi ontem detido depois de assumir a culpa por 11 crimes perante um juiz de um tribunal de NY.Comparem depois com a audição do Governador do Banco Portugal, no Parlamento português, em 12 de Novembro de 2008, quando se começava a descobrir a gravidade do caso BPN, com a atitude complacente e as sucessivas omissões das autoridades de supervisão bancária nacionais, em especial do BP. Victor Constâncio teve o desplante de afirmar perante os deputados da comissão de inquérito: «Não se pode tratar da supervisão dos bancos como se trata da supervisão de uma fábrica de salsichas.» E ainda que «nada me pesa na consciência, em termos de ter cometido qualquer acto deliberado ou por omissão, que tenha contribuído para esta situação em que se viveu no BPN com o desfecho que é conhecido». Em Portugal nada parece ter consequências. Como todos se conhecem, e as "coisas não são feitas por mal", ninguém é responsabilizado. Nem sequer perante os tribunais, muito menos perante os nossos deputados nas comissões parlamentares de inquérito.


Vejam bem este vídeo até ao fim. Reparem no tom e nas perguntas incisivas, e até violentas, que o congressista Gary Ackerman, que se assume como verdadeiro representante do povo americano, faz aos responsáveis pela Securities and Exchange Commission, responsabilizando-os pelo fracasso clamoroso da agência em proteger os investidores americanos. Em causa estava o escândalo Madoff, que por sinal foi ontem detido depois de assumir a culpa por 11 crimes perante um juiz de um tribunal de NY.Comparem depois com a audição do Governador do Banco Portugal, no Parlamento português, em 12 de Novembro de 2008, quando se começava a descobrir a gravidade do caso BPN, com a atitude complacente e as sucessivas omissões das autoridades de supervisão bancária nacionais, em especial do BP. Victor Constâncio teve o desplante de afirmar perante os deputados da comissão de inquérito: «Não se pode tratar da supervisão dos bancos como se trata da supervisão de uma fábrica de salsichas.» E ainda que «nada me pesa na consciência, em termos de ter cometido qualquer acto deliberado ou por omissão, que tenha contribuído para esta situação em que se viveu no BPN com o desfecho que é conhecido». Em Portugal nada parece ter consequências. Como todos se conhecem, e as "coisas não são feitas por mal", ninguém é responsabilizado. Nem sequer perante os tribunais, muito menos perante os nossos deputados nas comissões parlamentares de inquérito.

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