Orfeu RebeldeOrfeu rebelde, canto como sou:Canto como um possessoQue na casca do tempo, a canivete,Gravasse a fúria de cada momento;Canto, a ver se o meu canto comprometeA eternidade do meu sofrimento.Outros, felizes, sejam os rouxinóis...Eu ergo a voz assim, num desafio:Que o céu e a terra, pedras conjugadasDo moinho cruel que me tritura,Saibam que há gritos como há nortadas,Violências famintas de ternura.Bicho instintivo que adivinha a morteNo corpo dum poeta que a recusa,Canto como quem usaOs versos em legítima defesa.Canto, sem perguntar à MusaSe o canto é de terror ou de beleza.Miguel TorgaTalvez o poema de Miguel Torga que mais gosto, é uma poema visceral e dorido sem se alhear da beleza e da ternura.Talvez porque também escrevo de forma visceral e terna talvez me identifique tanto com este poema, imagino-o a escrever rasgando-se lá dentro para o fazer e ao mesmo tempo alimentando-se da ternura que as palavras trazem a quem tanto as ama.Gostei muito da tua homenagem, o teu poema é muito bonito e tocou-me. O fruto ultrapassa a vida, não sei se é imortal, não sei se existe alguma coisa imortal, mas sei que a essencia fica para além da vida.Isabel ( http://asminhaspalavras23.blogspot.com) Muito obrigado pelo elogio.Lapa
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Orfeu RebeldeOrfeu rebelde, canto como sou:Canto como um possessoQue na casca do tempo, a canivete,Gravasse a fúria de cada momento;Canto, a ver se o meu canto comprometeA eternidade do meu sofrimento.Outros, felizes, sejam os rouxinóis...Eu ergo a voz assim, num desafio:Que o céu e a terra, pedras conjugadasDo moinho cruel que me tritura,Saibam que há gritos como há nortadas,Violências famintas de ternura.Bicho instintivo que adivinha a morteNo corpo dum poeta que a recusa,Canto como quem usaOs versos em legítima defesa.Canto, sem perguntar à MusaSe o canto é de terror ou de beleza.Miguel TorgaTalvez o poema de Miguel Torga que mais gosto, é uma poema visceral e dorido sem se alhear da beleza e da ternura.Talvez porque também escrevo de forma visceral e terna talvez me identifique tanto com este poema, imagino-o a escrever rasgando-se lá dentro para o fazer e ao mesmo tempo alimentando-se da ternura que as palavras trazem a quem tanto as ama.Gostei muito da tua homenagem, o teu poema é muito bonito e tocou-me. O fruto ultrapassa a vida, não sei se é imortal, não sei se existe alguma coisa imortal, mas sei que a essencia fica para além da vida.Isabel ( http://asminhaspalavras23.blogspot.com) Muito obrigado pelo elogio.Lapa