NimbyPolis: Sofia sem medo

03-07-2011
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Perfeito é não quebrar A imaginária linhaExacta é a recusaE puro é o nojo«Os deuses que existiram extinguiram-se há muito e aquilo que adoramos é apenas a cinza do divino ...» - Sofia de Mello BreynerUm poema lê-se por uma apropriação de sinais que só pode desencadear outro poema. Ofertando-se mutuamente como queriam os poetas chineses ou em trocas, osmoses, plasma refluindo, sugando-se.Uma forma absoluta de estar no mundo à espera das coisas belas. Cresceu entre rosas nocturnas e manhãs de mar. Escreveu desde o princípio. Lutou com a palavra, quando foi preciso. Não teve medo. Continuamos a aprender com ela. Fez na 5ª Feira passada 84 anos. Parabéns."Porque"Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão Porque os outros têm medo mas tu não Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não.

Perfeito é não quebrar A imaginária linhaExacta é a recusaE puro é o nojo«Os deuses que existiram extinguiram-se há muito e aquilo que adoramos é apenas a cinza do divino ...» - Sofia de Mello BreynerUm poema lê-se por uma apropriação de sinais que só pode desencadear outro poema. Ofertando-se mutuamente como queriam os poetas chineses ou em trocas, osmoses, plasma refluindo, sugando-se.Uma forma absoluta de estar no mundo à espera das coisas belas. Cresceu entre rosas nocturnas e manhãs de mar. Escreveu desde o princípio. Lutou com a palavra, quando foi preciso. Não teve medo. Continuamos a aprender com ela. Fez na 5ª Feira passada 84 anos. Parabéns."Porque"Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão Porque os outros têm medo mas tu não Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não.

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