PINACULOS: O vulcao de Montserrat acorda...

22-01-2012
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Nos anos 90, duas erupções levaram dois terços da população de Montserrat a sair da pequena ilha, sepultaram a capital, arruinaram a economia. Agora, o medo regressou. Nos últimos dias, o Soufrière Hills acordou de forma violenta. Houve evacuações e a chamada "zona de exclusão" foi alargada. Quem manda nesta colónia britânica é mesmo a natureza.Chama-se Plymouth e continua a ser, ainda hoje, a capital de Montserrat, uma ilha nas Caraíbas com menos de cinco mil habitantes e 16 quilómetros de comprimento. E, no entanto, Plymouth é uma espécie de Pompeia do século XX - uma cidade inteira coberta de cinzas, deserta, sem vida, que se transformou numa atracção turística. Nos últimos dias, o vulcão que nos anos 90 levou dois terços da população desta colónia britânica situada a sudeste de Porto Rico a partir, voltou a acordar de forma violenta. Evacuações foram ordenadas. A chamada "zona de exclusão" - uma área de segurança, de acesso restrito ou até vedado, estabelecida na ilha desde os anos 90 - foi alargada. Boa parte de Montserrat está agora incluída nesse perímetro onde, desde segunda-feira, por ordem da governadora, passou a ser ilegal entrar. O vulcão é o senhor do território. Na segunda-feira, cuspiu uma nuvem de cinzas com mais de oito quilómetros de altura. "Creio que foi um aviso do que pode fazer", disse à Associated Press Vicky Hards, responsável pelo Observatório Vulcanológico de Montserrat.Volta e meia ecoam as sirenes, relatam os media locais - são o sinal de que os habitantes devem estar atentos às informações e alertas que a rádio vai debitando. O que é que o vulcão de Soufrière Hills, assim se chama o monstro, pode ainda fazer? Grande parte da Esmeralda das Caraíbas (assim é conhecida Montserrat) está há muito vazia. Nos anos 90, o Soufrière Hills expulsou para norte a população que vivia mais perto de si. Ninguém ignora o que está em causa. No site (www.visitmontserrat.com) do turismo local deste pedaço de terra com clima tropical diz-se que esta é a zona do planeta com mais vulcanólogos per capita. E a razão é simples - desde 1995, quando o vulcão acordou depois de 400 anos de sono, que todos os habitantes se tornaram "especialistas em vulcões". E sabem exactamente o que significam expressões como "emissões de gases e cinza", "formação de nuvens eruptivas" ou "produção de escoadas piroclásticas" (avalanchas de materiais diversos expelidos pelos vulcões que atingem grandes velocidades) - precisamente alguns dos sinais de alerta que o vulcão tem dado desde 22 de Dezembro passado. Em 1997, uma segunda grande erupção matou 19 pessoas. No lapso de dois anos, a Esmeralda viu dois terços do seu território fértil e verdejante tornar-se estéril e a maior parte dos seus quase 12 mil habitantes partirem, sobretudo para o Reino Unido, que não só deu apoio aos deslocados como acabou por lhes dar autorização de residência permanente. Entre eles estavam muitas das pessoas mais habilitadas da ilha, mas também muitas mulheres e crianças. "Perdemos 63 dos nossos 67 funcionários", contou Carol Osborne, responsável por um hotel, ao The Guardian - o jornal britânico fez, em 2005, uma reportagem sobre os 10 anos de recuperação na ilha."Temos de ter uma enorme vontade de viver aqui, porque por vezes só apetece fugir", explicava na altura Roselyn Cassel-Sealy, outra moradora.Fonte: Andreia Sanches (Publico)

Nos anos 90, duas erupções levaram dois terços da população de Montserrat a sair da pequena ilha, sepultaram a capital, arruinaram a economia. Agora, o medo regressou. Nos últimos dias, o Soufrière Hills acordou de forma violenta. Houve evacuações e a chamada "zona de exclusão" foi alargada. Quem manda nesta colónia britânica é mesmo a natureza.Chama-se Plymouth e continua a ser, ainda hoje, a capital de Montserrat, uma ilha nas Caraíbas com menos de cinco mil habitantes e 16 quilómetros de comprimento. E, no entanto, Plymouth é uma espécie de Pompeia do século XX - uma cidade inteira coberta de cinzas, deserta, sem vida, que se transformou numa atracção turística. Nos últimos dias, o vulcão que nos anos 90 levou dois terços da população desta colónia britânica situada a sudeste de Porto Rico a partir, voltou a acordar de forma violenta. Evacuações foram ordenadas. A chamada "zona de exclusão" - uma área de segurança, de acesso restrito ou até vedado, estabelecida na ilha desde os anos 90 - foi alargada. Boa parte de Montserrat está agora incluída nesse perímetro onde, desde segunda-feira, por ordem da governadora, passou a ser ilegal entrar. O vulcão é o senhor do território. Na segunda-feira, cuspiu uma nuvem de cinzas com mais de oito quilómetros de altura. "Creio que foi um aviso do que pode fazer", disse à Associated Press Vicky Hards, responsável pelo Observatório Vulcanológico de Montserrat.Volta e meia ecoam as sirenes, relatam os media locais - são o sinal de que os habitantes devem estar atentos às informações e alertas que a rádio vai debitando. O que é que o vulcão de Soufrière Hills, assim se chama o monstro, pode ainda fazer? Grande parte da Esmeralda das Caraíbas (assim é conhecida Montserrat) está há muito vazia. Nos anos 90, o Soufrière Hills expulsou para norte a população que vivia mais perto de si. Ninguém ignora o que está em causa. No site (www.visitmontserrat.com) do turismo local deste pedaço de terra com clima tropical diz-se que esta é a zona do planeta com mais vulcanólogos per capita. E a razão é simples - desde 1995, quando o vulcão acordou depois de 400 anos de sono, que todos os habitantes se tornaram "especialistas em vulcões". E sabem exactamente o que significam expressões como "emissões de gases e cinza", "formação de nuvens eruptivas" ou "produção de escoadas piroclásticas" (avalanchas de materiais diversos expelidos pelos vulcões que atingem grandes velocidades) - precisamente alguns dos sinais de alerta que o vulcão tem dado desde 22 de Dezembro passado. Em 1997, uma segunda grande erupção matou 19 pessoas. No lapso de dois anos, a Esmeralda viu dois terços do seu território fértil e verdejante tornar-se estéril e a maior parte dos seus quase 12 mil habitantes partirem, sobretudo para o Reino Unido, que não só deu apoio aos deslocados como acabou por lhes dar autorização de residência permanente. Entre eles estavam muitas das pessoas mais habilitadas da ilha, mas também muitas mulheres e crianças. "Perdemos 63 dos nossos 67 funcionários", contou Carol Osborne, responsável por um hotel, ao The Guardian - o jornal britânico fez, em 2005, uma reportagem sobre os 10 anos de recuperação na ilha."Temos de ter uma enorme vontade de viver aqui, porque por vezes só apetece fugir", explicava na altura Roselyn Cassel-Sealy, outra moradora.Fonte: Andreia Sanches (Publico)

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