PINACULOS: População: Meio mundo nas cidades

21-01-2012
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Quando Ridley Scott deu uma visão alucinante das megametrópoles do futuro, no filme ‘Blade Runner’, não estava a fazer um mero exercício estético. O cenário é cada vez mais provável, à luz dos dados mais recentes sobre o crescimento populacional. Esses dados não nos dizem apenas que a população da Terra está a crescer de forma descontrolada (passando de cinco mil milhões em 1987, para seis mil milhões em apenas 12 anos). Segundo uma projecção da ONU, em 2010 mais de metade da população habitará em grandes áreas urbanas, o que acontecerá pela primeira vez na história da humanidade (este peso era de 48,7% em 2005). Hoje, sete cidades ou aglomerações urbanas alojam mais de 20 milhões de pessoas, 25 são morada para mais de 10 milhões de habitantes e cerca de 470 dão guarida a mais de um milhão de indivíduos. Estas megacidades compreendem uma aglomeração central e um conjunto de cidades ou vilas vizinhas (subúrbios), formando uma região densa e predominantemente urbana. Nalguns casos, como a região do Ruhr (Alemanha), uma aglomeração pode abranger mais de uma cidade central. Os recursos energéticos necessários para fazer funcionar cidades desta dimensão são de uma dimensão inimaginável. E as infra-estruturas respectivas (água, electricidade, saneamento) vivem permanentemente à beira do colapso. Basta pensar nos apagões crónicos de Nova Iorque ou de Londres, alguns ainda relativamente recentes. Nas supermetrópoles do mundo desenvolvido os problemas permanecem relativamente controlados. Tóquio, no Japão, com 33,4 milhões de habitantes, é a aglomeração mais populosa, seguindo-se Seul, na Coreia do Sul, com 23,2 milhões. Mas, quando se chega à terceira metrópole, a cidade do México (22,1 milhões), as coisas começam a complicar-se. A poluição automóvel é incontrolável e o espaço envolvente disponível é disputado pelas lixeiras e pelas captações de água potável. Das grandes cidades do Terceiro Mundo, raros sinais de esperança chegam. Nova Deli, na Índia, é uma excepção. Contrariando os consultores estrangeiros que preconizavam sistemas sofisticados de controlo da poluição automóvel, as autoridades locais optaram pela simplicidade: reconverteram toda a frota comercial para gás natural e os níveis de poluição atmosférica estabilizaram (fonte: David Travassos/Rui Cardoso, Expresso)

Quando Ridley Scott deu uma visão alucinante das megametrópoles do futuro, no filme ‘Blade Runner’, não estava a fazer um mero exercício estético. O cenário é cada vez mais provável, à luz dos dados mais recentes sobre o crescimento populacional. Esses dados não nos dizem apenas que a população da Terra está a crescer de forma descontrolada (passando de cinco mil milhões em 1987, para seis mil milhões em apenas 12 anos). Segundo uma projecção da ONU, em 2010 mais de metade da população habitará em grandes áreas urbanas, o que acontecerá pela primeira vez na história da humanidade (este peso era de 48,7% em 2005). Hoje, sete cidades ou aglomerações urbanas alojam mais de 20 milhões de pessoas, 25 são morada para mais de 10 milhões de habitantes e cerca de 470 dão guarida a mais de um milhão de indivíduos. Estas megacidades compreendem uma aglomeração central e um conjunto de cidades ou vilas vizinhas (subúrbios), formando uma região densa e predominantemente urbana. Nalguns casos, como a região do Ruhr (Alemanha), uma aglomeração pode abranger mais de uma cidade central. Os recursos energéticos necessários para fazer funcionar cidades desta dimensão são de uma dimensão inimaginável. E as infra-estruturas respectivas (água, electricidade, saneamento) vivem permanentemente à beira do colapso. Basta pensar nos apagões crónicos de Nova Iorque ou de Londres, alguns ainda relativamente recentes. Nas supermetrópoles do mundo desenvolvido os problemas permanecem relativamente controlados. Tóquio, no Japão, com 33,4 milhões de habitantes, é a aglomeração mais populosa, seguindo-se Seul, na Coreia do Sul, com 23,2 milhões. Mas, quando se chega à terceira metrópole, a cidade do México (22,1 milhões), as coisas começam a complicar-se. A poluição automóvel é incontrolável e o espaço envolvente disponível é disputado pelas lixeiras e pelas captações de água potável. Das grandes cidades do Terceiro Mundo, raros sinais de esperança chegam. Nova Deli, na Índia, é uma excepção. Contrariando os consultores estrangeiros que preconizavam sistemas sofisticados de controlo da poluição automóvel, as autoridades locais optaram pela simplicidade: reconverteram toda a frota comercial para gás natural e os níveis de poluição atmosférica estabilizaram (fonte: David Travassos/Rui Cardoso, Expresso)

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