Boas Intenções: massapão cor de rosa (e verde)

30-06-2011
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Durante muitos anos, os Alpes fora para mim um sítio onde tinha estado com os meus pais e primos franceses e onde reinavam misteriosas temperaturas negativas. Durante não sei quantos dias esquiei um metro para trás e outro para a frente, para desespero da minha mãe. Depois, perdi uma luva e, sem recursos alternativos face à teimosia dos meus pais que consideraram ser aquele o momento certo para me ensinar a ter cuidado com as minhas coisas, gastei o resto dos dias a passar a luva que me restava de uma mão para a outra, enquanto via francesinhos deslizar. Nos Alpes podia-se comprar massapão no supermercado, em embalagens tricolores, rosa, verde e branco. E um dia, comi fondue de queijo, mas só um bocadinho, já que tinha pedido pizza, não tendo os meus pais percebido que aquele sim era o momento de não prestarem atenção ao que eu dizia. Nos Alpes o chão era quentinho e comiam-se croissants ao pequeno almoço, com doce de morango. Atrás de uma montanha, explicou-me a minha mãe, era a Suíça.Hoje, os Alpes são aquela cadeia montanhosa para a qual perco o meu amor mais vezes do que as recomendáveis. Os Alpes são o destino com que sonhamos quando achamos que chegou a altura de abandonar a cidade e criar cabras para fazer queijo. Os Alpes são aquilo com que sonhamos quando nos cansamos de viver na planície e de não ver nenhuma elevação digna de regista por quilómetros e quilómetros.Estes mesmos Alpes levaram-me o meu amor há quase um mês. Daqui a 17 dias entro no comboio e ninguém me para até chegar a Obertauern. Temos umas contas para asustar, os Alpes e eu. Conto apaixonar-me, depois digo-vos.PS:Estava aqui a lamentar-me e a lutar contra uma constipação que gostava de me entrar pela porta, já com a cabeça pesada, quando me apareceu Mahler, assim do nada, num blogue. Foi tão bom.


Durante muitos anos, os Alpes fora para mim um sítio onde tinha estado com os meus pais e primos franceses e onde reinavam misteriosas temperaturas negativas. Durante não sei quantos dias esquiei um metro para trás e outro para a frente, para desespero da minha mãe. Depois, perdi uma luva e, sem recursos alternativos face à teimosia dos meus pais que consideraram ser aquele o momento certo para me ensinar a ter cuidado com as minhas coisas, gastei o resto dos dias a passar a luva que me restava de uma mão para a outra, enquanto via francesinhos deslizar. Nos Alpes podia-se comprar massapão no supermercado, em embalagens tricolores, rosa, verde e branco. E um dia, comi fondue de queijo, mas só um bocadinho, já que tinha pedido pizza, não tendo os meus pais percebido que aquele sim era o momento de não prestarem atenção ao que eu dizia. Nos Alpes o chão era quentinho e comiam-se croissants ao pequeno almoço, com doce de morango. Atrás de uma montanha, explicou-me a minha mãe, era a Suíça.Hoje, os Alpes são aquela cadeia montanhosa para a qual perco o meu amor mais vezes do que as recomendáveis. Os Alpes são o destino com que sonhamos quando achamos que chegou a altura de abandonar a cidade e criar cabras para fazer queijo. Os Alpes são aquilo com que sonhamos quando nos cansamos de viver na planície e de não ver nenhuma elevação digna de regista por quilómetros e quilómetros.Estes mesmos Alpes levaram-me o meu amor há quase um mês. Daqui a 17 dias entro no comboio e ninguém me para até chegar a Obertauern. Temos umas contas para asustar, os Alpes e eu. Conto apaixonar-me, depois digo-vos.PS:Estava aqui a lamentar-me e a lutar contra uma constipação que gostava de me entrar pela porta, já com a cabeça pesada, quando me apareceu Mahler, assim do nada, num blogue. Foi tão bom.

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