Boas Intenções: a regra da rosa do mundo

30-06-2011
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(ainda em versão resumida)Não sei se se lembram (tenho na verdade alguma esperança de que se esqueçam das minhas promessas vãs), mas aqui há uns tempos inventei uma nova regra de vida, como os casais que não vão para a cama zangados, enfim, um compromisso amoroso comigo mesma: descobrir, por dia, uma coisa bonita.Não tinha de ser um poema, mas a Rosa do Mundo foi o atalho mais simples. Hoje, enquanto procurava, descobri uns versos onde o poeta falava de um momento anterior de infinita doçura, o seu ponto de referência de felicidade, aquele dia em que tinha sido tão mais feliz.Tentei fazer do poema uma leitura adolescente (hmm, a que parte da minha vida é que isto se refere?). Tive uma vida muito boa (não me levem a mal, ó dias passados!) e hoje até nem foi um dia especialmente bom (queimei o pão e tudo), mas não me consegui lembrar de um momento, assim um único, no qual fosse mais feliz do que agora (e o agora era há cinco minutos, no sofá, às voltas com a Rosa do Mundo, mas também podia ser o momento do regresso a casa em que tiro o cachecol porque já tenho calor ou, na verdade, este exacto momento entre fechar o parêntesis e pressionar o ponto final) (aqui, portanto).Suponho que exista uma espécie de segurança em ter sido feliz um dia no passado, ter já realizado esse anseio, mas a minha é esta: ser feliz nos anoiteceres de Berlim, quando se queimou o pao e se tropeça nos sapatos para ir à casa de banho, porque todas as três lâmpadas do corredor fundiram ao mesmo tempo. Que é como quem diz, agora.


(ainda em versão resumida)Não sei se se lembram (tenho na verdade alguma esperança de que se esqueçam das minhas promessas vãs), mas aqui há uns tempos inventei uma nova regra de vida, como os casais que não vão para a cama zangados, enfim, um compromisso amoroso comigo mesma: descobrir, por dia, uma coisa bonita.Não tinha de ser um poema, mas a Rosa do Mundo foi o atalho mais simples. Hoje, enquanto procurava, descobri uns versos onde o poeta falava de um momento anterior de infinita doçura, o seu ponto de referência de felicidade, aquele dia em que tinha sido tão mais feliz.Tentei fazer do poema uma leitura adolescente (hmm, a que parte da minha vida é que isto se refere?). Tive uma vida muito boa (não me levem a mal, ó dias passados!) e hoje até nem foi um dia especialmente bom (queimei o pão e tudo), mas não me consegui lembrar de um momento, assim um único, no qual fosse mais feliz do que agora (e o agora era há cinco minutos, no sofá, às voltas com a Rosa do Mundo, mas também podia ser o momento do regresso a casa em que tiro o cachecol porque já tenho calor ou, na verdade, este exacto momento entre fechar o parêntesis e pressionar o ponto final) (aqui, portanto).Suponho que exista uma espécie de segurança em ter sido feliz um dia no passado, ter já realizado esse anseio, mas a minha é esta: ser feliz nos anoiteceres de Berlim, quando se queimou o pao e se tropeça nos sapatos para ir à casa de banho, porque todas as três lâmpadas do corredor fundiram ao mesmo tempo. Que é como quem diz, agora.

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