Boas Intenções: Komische Oper

02-07-2011
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(Inverno II)Colecção de atés: eu até sou uma rapariga conservadora, eu duvido de encenações modernas de ópera, que gosto de barroco, do muito e do bom, eu até tinha ficado depois da polémica acerca do Idomeneo que aquele encenador não tinha muito a ver com o tipo de ópera que eu quereria ir ver, etc., usw., até, enfim.Parte depois do prólogo: terça feira passada o meu amor levou-me a ver a Flauta Mágica na Komische Oper, um dos melhores e mais divertidos espectáculos da minha existência (que podem escolher entre traduzir por ópera cómica, como eles garantem, ou por ópera esquisita, como juraria o alemão corrente).A encenação de Neuenfels permitia-se muitas liberdades: Actores roubavam o protagonismo a cantores sob o pretexto de lhes pouparem a voz ou mesmo de acelararem as partes chatas (e eu, que adoro a Flauta Mágica, digo-vos desde já que toda a parte da maçonaria é uma grande parte chata); os cenários e adereços eram totalmente inesperados; falas form alteradas, introduzidas, retiradas. Os cantores não eram brilhantes, embora tecnicamente bons, e houve umas piaditas que podiam ter sido poupadas, mas esta encenação da Flauta Mágica foi a única até hoje que se manteve fiel ao espírito original: nunca vi um público de ópera a rir tanto, nunca me ri tanto.E se no fim os lugares chiques do teatro apuparam a actriz principal para apupar a encenação, foi porque a naftalina das peles não lhes deixava espaço para o sentido de humor.


(Inverno II)Colecção de atés: eu até sou uma rapariga conservadora, eu duvido de encenações modernas de ópera, que gosto de barroco, do muito e do bom, eu até tinha ficado depois da polémica acerca do Idomeneo que aquele encenador não tinha muito a ver com o tipo de ópera que eu quereria ir ver, etc., usw., até, enfim.Parte depois do prólogo: terça feira passada o meu amor levou-me a ver a Flauta Mágica na Komische Oper, um dos melhores e mais divertidos espectáculos da minha existência (que podem escolher entre traduzir por ópera cómica, como eles garantem, ou por ópera esquisita, como juraria o alemão corrente).A encenação de Neuenfels permitia-se muitas liberdades: Actores roubavam o protagonismo a cantores sob o pretexto de lhes pouparem a voz ou mesmo de acelararem as partes chatas (e eu, que adoro a Flauta Mágica, digo-vos desde já que toda a parte da maçonaria é uma grande parte chata); os cenários e adereços eram totalmente inesperados; falas form alteradas, introduzidas, retiradas. Os cantores não eram brilhantes, embora tecnicamente bons, e houve umas piaditas que podiam ter sido poupadas, mas esta encenação da Flauta Mágica foi a única até hoje que se manteve fiel ao espírito original: nunca vi um público de ópera a rir tanto, nunca me ri tanto.E se no fim os lugares chiques do teatro apuparam a actriz principal para apupar a encenação, foi porque a naftalina das peles não lhes deixava espaço para o sentido de humor.

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