A tentação do populismo

10-07-2011
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Ponto prévio: eu simpatizo com Manuel Villaverde Cabral. Primeiro, porque é um tipo simpático, cativante, intelectualmente estimulante e iconoclasta q.b. para nunca ser maçador. Depois, porque apesar das más companhias no defunto Clube da Esquerda Liberal, é alguém em quem se detecta uma simpatia genuína pela causa popular, que perpassa nitidamente pelo “Portugal na Alvorada do Século XX” – um livro formador que continua a ser preciso ler. Dito isto, eu acho que as escolhas políticas dele são sempre seguras, no sentido de que escolha que ele faça, eu quase por princípio não sigo. Há nele uma tentação de “adiantado mental” de arranjar soluções fora do quadro estabelecido que conduzem sempre a equívocos. A penúltima foi a sua aposta em Manuel Alegre – um candidato que sempre me pareceu um logro ambulante, mas que ele ainda agora classifica como um “líder socialista altamente convicto”. A última pode ser encontrada numa entrevista publicada no “Diário Económico” de hoje e consiste no apelo à constituição de um partido de inspiração presidencial, porque PSD e CDS não conseguem ser a alternativa que deviam. A ideia é um sempre a mesma: curto-circuitar os partidos e ir directamente aos “cidadãos”; só não consigo é encontrar-lhe qualquer espécie de vantagem.

PS O “Diário Económico” publicou ao longo do mês de Agosto uma série de entrevistas com um interesse desigual, necessariamente, mas que vale a pena consultar; uma das mais notáveis é a de Vasco Pulido Valente: é tão sensata que quase não tem graça.

Ponto prévio: eu simpatizo com Manuel Villaverde Cabral. Primeiro, porque é um tipo simpático, cativante, intelectualmente estimulante e iconoclasta q.b. para nunca ser maçador. Depois, porque apesar das más companhias no defunto Clube da Esquerda Liberal, é alguém em quem se detecta uma simpatia genuína pela causa popular, que perpassa nitidamente pelo “Portugal na Alvorada do Século XX” – um livro formador que continua a ser preciso ler. Dito isto, eu acho que as escolhas políticas dele são sempre seguras, no sentido de que escolha que ele faça, eu quase por princípio não sigo. Há nele uma tentação de “adiantado mental” de arranjar soluções fora do quadro estabelecido que conduzem sempre a equívocos. A penúltima foi a sua aposta em Manuel Alegre – um candidato que sempre me pareceu um logro ambulante, mas que ele ainda agora classifica como um “líder socialista altamente convicto”. A última pode ser encontrada numa entrevista publicada no “Diário Económico” de hoje e consiste no apelo à constituição de um partido de inspiração presidencial, porque PSD e CDS não conseguem ser a alternativa que deviam. A ideia é um sempre a mesma: curto-circuitar os partidos e ir directamente aos “cidadãos”; só não consigo é encontrar-lhe qualquer espécie de vantagem.

PS O “Diário Económico” publicou ao longo do mês de Agosto uma série de entrevistas com um interesse desigual, necessariamente, mas que vale a pena consultar; uma das mais notáveis é a de Vasco Pulido Valente: é tão sensata que quase não tem graça.

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