Autor: Edgar Pêra
CINE-TUGA entrevista Edgar Pêra
a propósito do seu último filme Rio Turvo, inspirado no conto de Branquinho da Fonseca.
Parte zero
Ciine-Tuga: No conto de Branquinho da Fonseca, o bode chama-se Sócrates. Porque é que mudaste o nome para Platão ?
Edgar Pêra- O que o me interessou no conto do Branquinho da Fonseca foi a possibilidade de imaginar aquela história em qualquer época. Para evitar que houvesse qualquer tipo de confusão com os tempos de hoje, o bode passou a chamar-se Platão.
E Platão sempre tem um ditongo, é uma palavra tipicamente portuguesa. E Portugal é um paÃs quase platónico.
Ciine-Tuga (malicioso) Mas o destino de Sócrates e Platão é bem diferente. Não te parece que estás a deturpar o sentido original do conto, ou pelo menos de uma parte altamente simbólica do conto?
Edgar Pêra – Acho que saber como morreu uma figura mÃtica não é importante para um filme. Sabemos que Platão existiu. Quanto a Sócrates ainda não sabemos. (risos) Mas a figura do bode é capital para o filme. Houve outras cenas com o bode que até foram acrescentadas, nem sequer figuravam no conto. Por outro lado, como os diálogos no livro são escassos, recorri frequentemente aos Diálogos Sobre a Justiça de Platão. Pode dizer-se também que é um filme quasi-platónico. Assim como o aeroporto que se pretende construir. Quer no filme quer no conto.
(originalmente publicado no rioturvo segue-se filme inédito)
Autor: Edgar Pêra
CINE-TUGA entrevista Edgar Pêra
a propósito do seu último filme Rio Turvo, inspirado no conto de Branquinho da Fonseca.
Parte zero
Ciine-Tuga: No conto de Branquinho da Fonseca, o bode chama-se Sócrates. Porque é que mudaste o nome para Platão ?
Edgar Pêra- O que o me interessou no conto do Branquinho da Fonseca foi a possibilidade de imaginar aquela história em qualquer época. Para evitar que houvesse qualquer tipo de confusão com os tempos de hoje, o bode passou a chamar-se Platão.
E Platão sempre tem um ditongo, é uma palavra tipicamente portuguesa. E Portugal é um paÃs quase platónico.
Ciine-Tuga (malicioso) Mas o destino de Sócrates e Platão é bem diferente. Não te parece que estás a deturpar o sentido original do conto, ou pelo menos de uma parte altamente simbólica do conto?
Edgar Pêra – Acho que saber como morreu uma figura mÃtica não é importante para um filme. Sabemos que Platão existiu. Quanto a Sócrates ainda não sabemos. (risos) Mas a figura do bode é capital para o filme. Houve outras cenas com o bode que até foram acrescentadas, nem sequer figuravam no conto. Por outro lado, como os diálogos no livro são escassos, recorri frequentemente aos Diálogos Sobre a Justiça de Platão. Pode dizer-se também que é um filme quasi-platónico. Assim como o aeroporto que se pretende construir. Quer no filme quer no conto.
(originalmente publicado no rioturvo segue-se filme inédito)