O Cachimbo de Magritte: Vodka, Peterhof e o frio russo

30-06-2011
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Clicar para ampliar(Jardins de Peterhof nos arredores de São Petersburgo - na foto vemos uma turista sorridente, pois está bem agasalhada. Fica o conselho: se virem sol de manhã na Rússia, em pleno Agosto, não se fiem e não saiam só em camisa. Se o fizerem, resta-vos o consolo de que Napoleão, Carlos XII da Suécia e Hitler também não souberam interpretar a meteorologia da Rússia).Depois de passar uma hora à espera de entrar em “Peterhof” (também designado por “Petrodvorets” entre 1944 e 1997), a residência preferida de Pedro, o Grande, a 30 km de São Petersburgo, em camisa, com um vento gelado e um intermitente chuvisco, escondendo-me entre a família e os demais turistas (no limite do que poderia ser considerado quase como “assédio”) para não ficar enregelado, fomos a um restaurante conhecer o típico almoço russo.E... surpresa das surpresas, qual era o primeiro aperitivo? Canapés? Não. Amendoins e frutos secos? Não. Um Martini? Não.Era um copo de vodka! Uma abençoada vodka! E bebi uma, bebi a da cara-metade, bebi a da criança, bebi a do lugar vago na mesa, e ainda cobicei as vodkas do casal belga que estava à nossa frente. Que sensação! É um “quentinho” interior que só experimentando in loco (mas convém estar enregelado: mesmo no verão, um “soprinho” do vento siberiano recorda-nos logo que já não estamos em Portugal). Além de que era uma vodka deliciosa, perfumada. Depois, a acompanhar a refeição, tínhamos um vinho branco que intervalava entre o espumante e o vinho verde. Era agradável, mas preferia ter continuado na vodka... (fica-se logo a compreender o problema nacional de alcoolismo).E sobre Peterhof?Peterhof foi construído por Pedro I, o Grande, o qual desenhou pessoalmente os jardins, inspirado pelos de Versailles (que tinha conhecido algum tempo antes).A construção começou no início do Sec. XVIII para comemorar a vitória de Pedro, o Grande, na guerra contra o Império sueco de Carlos XII, e, em especial, a sua vitória na batalha de Poltava, na Ucrânia, batalha que marca o início do declínio do Império Sueco e a ascensão do Império Russo.Além de ser património mundial da UNESCO (o palácio), “Peterhof” é, como muita construção russa, uma obra grandiosa e bela: ocupa cerca de 1.000 (mil) hectares onde pontuam palácios e jardins que se abrem em frente ao golfo da Finlândia.Mas realmente boa era a vodka, que é um substantivo feminino, segundo informa o dicionário, e pode dizer-se “vodca”. Fica melhor no masculino, mas é errado... nada que não passe com “uns vodkas”.(viagens – 6)


Clicar para ampliar(Jardins de Peterhof nos arredores de São Petersburgo - na foto vemos uma turista sorridente, pois está bem agasalhada. Fica o conselho: se virem sol de manhã na Rússia, em pleno Agosto, não se fiem e não saiam só em camisa. Se o fizerem, resta-vos o consolo de que Napoleão, Carlos XII da Suécia e Hitler também não souberam interpretar a meteorologia da Rússia).Depois de passar uma hora à espera de entrar em “Peterhof” (também designado por “Petrodvorets” entre 1944 e 1997), a residência preferida de Pedro, o Grande, a 30 km de São Petersburgo, em camisa, com um vento gelado e um intermitente chuvisco, escondendo-me entre a família e os demais turistas (no limite do que poderia ser considerado quase como “assédio”) para não ficar enregelado, fomos a um restaurante conhecer o típico almoço russo.E... surpresa das surpresas, qual era o primeiro aperitivo? Canapés? Não. Amendoins e frutos secos? Não. Um Martini? Não.Era um copo de vodka! Uma abençoada vodka! E bebi uma, bebi a da cara-metade, bebi a da criança, bebi a do lugar vago na mesa, e ainda cobicei as vodkas do casal belga que estava à nossa frente. Que sensação! É um “quentinho” interior que só experimentando in loco (mas convém estar enregelado: mesmo no verão, um “soprinho” do vento siberiano recorda-nos logo que já não estamos em Portugal). Além de que era uma vodka deliciosa, perfumada. Depois, a acompanhar a refeição, tínhamos um vinho branco que intervalava entre o espumante e o vinho verde. Era agradável, mas preferia ter continuado na vodka... (fica-se logo a compreender o problema nacional de alcoolismo).E sobre Peterhof?Peterhof foi construído por Pedro I, o Grande, o qual desenhou pessoalmente os jardins, inspirado pelos de Versailles (que tinha conhecido algum tempo antes).A construção começou no início do Sec. XVIII para comemorar a vitória de Pedro, o Grande, na guerra contra o Império sueco de Carlos XII, e, em especial, a sua vitória na batalha de Poltava, na Ucrânia, batalha que marca o início do declínio do Império Sueco e a ascensão do Império Russo.Além de ser património mundial da UNESCO (o palácio), “Peterhof” é, como muita construção russa, uma obra grandiosa e bela: ocupa cerca de 1.000 (mil) hectares onde pontuam palácios e jardins que se abrem em frente ao golfo da Finlândia.Mas realmente boa era a vodka, que é um substantivo feminino, segundo informa o dicionário, e pode dizer-se “vodca”. Fica melhor no masculino, mas é errado... nada que não passe com “uns vodkas”.(viagens – 6)

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