O Cachimbo de Magritte: A Cimeira, as Honduras e o Resto.

30-06-2011
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Excepto para os hondurenhos, para alguns dos seus vizinhos, a começar e a acabar em vizinhos afastados como a Venezuela e o Brasil, a crise político-constitucional das Honduras não interessa a ninguém e, sobretudo, não interessa nem deve interessar a Portugal e ao Governo português. Moral e politicamente é uma questão, no mínimo, nebulosa que muito antagoniza os indígenas e bastante divide os "ibero-americanos". Não deixa por isso de ser irónico que a "presidência portuguesa" da Cimeira Ibero-Americana tivesse que andar atrás de um falso consenso sobre as Honduras, consenso esse que deveria constar, e constou, da declaração final da Cimeira a cargo da presidência lusa (consenso microscópico, diga-se de passagem).Tudo isto ocorreu quando era suposto que o "evento" tratasse de questões que os participantes garantiam ser bem mais elevadas e substanciais, a começar pelo "conhecimento" e tal. Pelo meio, e ainda por causa das Honduras, ouviu-se o presidente Lula, com tiques de bad yankee, recusar arrogantemente qualquer discussão sobre o caso hondurenho que, já se percebeu, tem sido usado como demonstração do poder de Brasília na América Central sem préstimo para ninguém, a começar no Brasil e a acabar nas Honduras (que, e isso recordou-nos a sua já prolongada crise, é possuidora de uma bandeira esteticamente do mais interessante que já pude ver).Uma nota final para dizer duas coisas que a "Cimeira" mostrou a quem quis ver: a) o Brasil é (já) a grande potência política e económica ibero-americana (adiós España); b) enquanto o mesmo Brasil persistir em manter uma estratégia de política externa a puxar para o confronto e para o unilateralismo (veja-se a absurda aproximação ao Irão), nada adiantará ao mundo, a Portugal e aos ibero-americanos que o maior e o mais rico país a sul dos EUA se torne, apesar da elevadíssima improbabilidade do desejo manifestado por tantos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Excepto para os hondurenhos, para alguns dos seus vizinhos, a começar e a acabar em vizinhos afastados como a Venezuela e o Brasil, a crise político-constitucional das Honduras não interessa a ninguém e, sobretudo, não interessa nem deve interessar a Portugal e ao Governo português. Moral e politicamente é uma questão, no mínimo, nebulosa que muito antagoniza os indígenas e bastante divide os "ibero-americanos". Não deixa por isso de ser irónico que a "presidência portuguesa" da Cimeira Ibero-Americana tivesse que andar atrás de um falso consenso sobre as Honduras, consenso esse que deveria constar, e constou, da declaração final da Cimeira a cargo da presidência lusa (consenso microscópico, diga-se de passagem).Tudo isto ocorreu quando era suposto que o "evento" tratasse de questões que os participantes garantiam ser bem mais elevadas e substanciais, a começar pelo "conhecimento" e tal. Pelo meio, e ainda por causa das Honduras, ouviu-se o presidente Lula, com tiques de bad yankee, recusar arrogantemente qualquer discussão sobre o caso hondurenho que, já se percebeu, tem sido usado como demonstração do poder de Brasília na América Central sem préstimo para ninguém, a começar no Brasil e a acabar nas Honduras (que, e isso recordou-nos a sua já prolongada crise, é possuidora de uma bandeira esteticamente do mais interessante que já pude ver).Uma nota final para dizer duas coisas que a "Cimeira" mostrou a quem quis ver: a) o Brasil é (já) a grande potência política e económica ibero-americana (adiós España); b) enquanto o mesmo Brasil persistir em manter uma estratégia de política externa a puxar para o confronto e para o unilateralismo (veja-se a absurda aproximação ao Irão), nada adiantará ao mundo, a Portugal e aos ibero-americanos que o maior e o mais rico país a sul dos EUA se torne, apesar da elevadíssima improbabilidade do desejo manifestado por tantos, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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