Universidade de Aveiro cria rolha com chip que revela o histórico do vinho

26-05-2014
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Universidade de Aveiro cria rolha com "chip" que revela o histórico do vinho

21 Janeiro 2014, 16:20 por Lusa

A Universidade de Aveiro está a desenvolver uma rolha de cortiça que integra um "chip", capaz de dar informações completas sobre o vinho, como a data em que foi produzido e engarrafado e mesmo as temperaturas a que esteve sujeito.

O invento, ainda em fase de protótipo, poderá vir a ser útil para os consumidores mais exigentes, que a partir do seu "smartphone" vão poder, num futuro próximo, saber as condições a que esteve sujeita a garrafa que compram.

Desde logo serve de travão à falsificação de rótulos, pelo que poderá interessar aos próprios produtores, mas também aos restaurantes que, assim, se certificam de que as garrafas armazenadas que servem a um cliente estão em perfeitas condições e com os níveis de qualidade que ele espera.

A convicção é de Ricardo Gonçalves, que está a fazer o doutoramento em Engenharia Electrónica no Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e que, com Roberto Magueta, tem em mãos esse projecto de investigação, sob orientação do professor Nuno Borges.

O protótipo actual tem um custo de um euro, valor que pode ser largamente reduzido se vier a ser produzido em série, mas está ainda a ser aperfeiçoado, apesar de resultar de muito trabalho de investigação.

" A primeira fase foi a mais complexa, que consistiu na caracterização electromagnética da cortiça, o que depois permitiu criar em computador modelos de simulação e depois fazer o desenho das antenas, estudando as propriedades de radiação e adaptá-las para os chips RFID. Um dos primeiros protótipos que desenvolvemos foi uma antena numa placa de cortiça", descreve.

O desafio seguinte foi diminuir o tamanho, tendo em conta o objetivo de ser utilizado em garrafas, conseguindo-a embutir numa rolha, mas ainda de alguma dimensão.

No protótipo mais recente, o chip, com uma pequena antena, é aplicado numa rolha "perfeitamente banal, que consegue ser colocada em praticamente qualquer garrafa de vinho ou de champanhe", mas suficiente para permitir ao leitor obter os dados aproximando-o da garrafa.

"Neste caso, o chip tem uma distância de cobertura curta, um constrangimento da redução do tamanho da antena. Tendo em conta a aplicação que se pretende, de identificação das garrafas, a distância de leitura é relativamente próxima, sendo um compromisso que se pode assumir", explica Ricardo Gonçalves.

O passo a seguir é integrar sensores que poderão dar mais informações sobre o estado das bebidas: "o que estamos a tentar fazer é integrar um sensor de temperatura com este leitor, para ter acesso à leitura da temperatura a que a bebida tem sido sujeita ao longo do seu percurso e, eventualmente, de humidade se conseguirmos resolver o problema da energia".

Para já, é preciso um leitor RFID para extrair os dados, que comunica por "Bluetooth" ou cabo USB a um computador, ou a um smartphone.

A perspectiva é que, dentro de algum tempo, com a integração de tecnologias "Near Fill Comunications" (NFC) nos smartphones, eles possam ler as informações da rolha da garrafa, sem necessidade de equipamento externo.

Universidade de Aveiro cria rolha com "chip" que revela o histórico do vinho

21 Janeiro 2014, 16:20 por Lusa

A Universidade de Aveiro está a desenvolver uma rolha de cortiça que integra um "chip", capaz de dar informações completas sobre o vinho, como a data em que foi produzido e engarrafado e mesmo as temperaturas a que esteve sujeito.

O invento, ainda em fase de protótipo, poderá vir a ser útil para os consumidores mais exigentes, que a partir do seu "smartphone" vão poder, num futuro próximo, saber as condições a que esteve sujeita a garrafa que compram.

Desde logo serve de travão à falsificação de rótulos, pelo que poderá interessar aos próprios produtores, mas também aos restaurantes que, assim, se certificam de que as garrafas armazenadas que servem a um cliente estão em perfeitas condições e com os níveis de qualidade que ele espera.

A convicção é de Ricardo Gonçalves, que está a fazer o doutoramento em Engenharia Electrónica no Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e que, com Roberto Magueta, tem em mãos esse projecto de investigação, sob orientação do professor Nuno Borges.

O protótipo actual tem um custo de um euro, valor que pode ser largamente reduzido se vier a ser produzido em série, mas está ainda a ser aperfeiçoado, apesar de resultar de muito trabalho de investigação.

" A primeira fase foi a mais complexa, que consistiu na caracterização electromagnética da cortiça, o que depois permitiu criar em computador modelos de simulação e depois fazer o desenho das antenas, estudando as propriedades de radiação e adaptá-las para os chips RFID. Um dos primeiros protótipos que desenvolvemos foi uma antena numa placa de cortiça", descreve.

O desafio seguinte foi diminuir o tamanho, tendo em conta o objetivo de ser utilizado em garrafas, conseguindo-a embutir numa rolha, mas ainda de alguma dimensão.

No protótipo mais recente, o chip, com uma pequena antena, é aplicado numa rolha "perfeitamente banal, que consegue ser colocada em praticamente qualquer garrafa de vinho ou de champanhe", mas suficiente para permitir ao leitor obter os dados aproximando-o da garrafa.

"Neste caso, o chip tem uma distância de cobertura curta, um constrangimento da redução do tamanho da antena. Tendo em conta a aplicação que se pretende, de identificação das garrafas, a distância de leitura é relativamente próxima, sendo um compromisso que se pode assumir", explica Ricardo Gonçalves.

O passo a seguir é integrar sensores que poderão dar mais informações sobre o estado das bebidas: "o que estamos a tentar fazer é integrar um sensor de temperatura com este leitor, para ter acesso à leitura da temperatura a que a bebida tem sido sujeita ao longo do seu percurso e, eventualmente, de humidade se conseguirmos resolver o problema da energia".

Para já, é preciso um leitor RFID para extrair os dados, que comunica por "Bluetooth" ou cabo USB a um computador, ou a um smartphone.

A perspectiva é que, dentro de algum tempo, com a integração de tecnologias "Near Fill Comunications" (NFC) nos smartphones, eles possam ler as informações da rolha da garrafa, sem necessidade de equipamento externo.

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