Sindicato Unificado da PSP critica Presidente da República por condenar ameaças a deputadas e ativistas anti-racismo

02-09-2020
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"Os democratas devem ser muito firmes nos seus princípios e, ao mesmo tempo, ser sensatos na sua defesa. Firmes nos princípios significa uma tolerância zero em relação àquilo que é condenado pela Constituição [da República Portuguesa], sensatez significa estar atento às campanhas e escaladas que é fácil fazer a propósito de temas sensíveis na sociedade portuguesa", afirmou o Presidente da República, no dia 13 de agosto.

Marcelo Rebelo de Sousa prestava declarações à comunicação social após visitar três unidades hoteleiras em Lisboa. Referia-se especificamente às ameaças de morte visando três deputadas à Assembleia da República - Beatriz Dias (Bloco de Esquerda), Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) e Joacine Katar Moreira (sem partido) - e sete ativistas anti-racismo, através de um e-mail supostamente remetido por um grupo auto-denominado como "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional".

"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e anti-racistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", sublinhava-se no e-mail, avisando que se o prazo não fosse respeitado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português". Mais, proclamava-se que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".

Para Rebelo de Sousa, há que "perceber a utilização, instrumentalização e manipulação desses temas, que tem sido, noutros países, uma forma de radicalizar a vida política e promover fenómenos anti-sistémicos e debilitar a democracia".

"Temos de saber responder a esse tipo de desafios com inteligência: não fazer aquilo que quem promove esse tipo de escalada pretende que seja feito, que é criar um clima emocional de clivagem na sociedade portuguesa", salientou, defendendo também a necessidade de "apoiar a atuação das autoridades encarregadas de fazer justiça, neste caso o Ministério Público".

É neste contexto que, no mesmo dia 13 de agosto, na página oficial do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública (PSP) na rede social Facebook, surge uma publicação mostrando a imagem de uma frase insultuosa contra a polícia (em língua inglesa) alegadamente grafitada numa parede de Viseu, associada à seguinte mensagem: "Isto não é num outro qualquer país ou cidade, isto é em Portugal e numa cidade portuguesa, isto é em Viseu. Sobre isto o senhor Presidente da República, senhor presidente da Assembleia da República e demais figuras políticas, nada têm a dizer. E sobre as agressões e ameaças aos elementos das Forças de Segurança, o que têm a dizer? Está tudo bem, não se passa nada?"

O Polígrafo confirmou junto do Sindicato Unificado da PSP que a página é oficial e a publicação em causa é autêntica e, aliás, assumida pelo presidente da estrutura sindical, Peixoto Rodrigues.

"Confirma-se que a página que faz referência é a página oficial do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública", afirmou, em resposta por escrito ao Polígrafo.

Questionado sobre se o Sindicato Unificado da PSP obteve uma reação da parte de algum dos visados, ou se apresentou queixa formal da mensagem grafitada numa parede de Viseu, o mesmo Peixoto Rodrigues indicou que "relativamente à publicação em apreço, não tivemos qualquer reação das entidades a que faz referência. Não compete ao Sindicato Unificado da PSP apresentar qualquer queixa, uma vez que é crime público, compete ao Ministério Público acionar os mecanismos que achar por convenientes. As manifestações de desagrado demonstradas na redes sociais visa unicamente alertar as entidades competentes para o elevado grau de ameaça de que os polícias estão a ser alvo".

"O objetivo não é inflamar seja o que for, apenas um alerta para as entidades competentes tomarem todas as medidas possíveis para que esta onda de ameaça e desconsideração aos polícias tenha um fim. Somos contra toda e qualquer ação que vise fomentar o racismo, xenofobia a discriminação, etc. Da mesma forma que somos contra todos os atos que visem toda e qualquer ação contra os elementos policiais", concluiu.

A crítica implícita na mensagem abrange igualmente o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, "e demais figuras políticas". Também no dia 13 de agosto, Ferro Rodrigues repudiou as ameaças remetidas por um "grupúsculo de extrema-direita" a deputadas e ativistas.

"A tentativa de intimidar deputados e ativistas políticos reveste-se de gravidade suficiente para que, enquanto presidente da Assembleia da República, não possa - nem queira - deixar de a condenar, manifestando também todo o meu apoio aos visados", escreveu Ferro Rodrigues, em mensagem enviada à Agência Lusa.

"Os democratas devem ser muito firmes nos seus princípios e, ao mesmo tempo, ser sensatos na sua defesa. Firmes nos princípios significa uma tolerância zero em relação àquilo que é condenado pela Constituição [da República Portuguesa], sensatez significa estar atento às campanhas e escaladas que é fácil fazer a propósito de temas sensíveis na sociedade portuguesa", afirmou o Presidente da República, no dia 13 de agosto.

Marcelo Rebelo de Sousa prestava declarações à comunicação social após visitar três unidades hoteleiras em Lisboa. Referia-se especificamente às ameaças de morte visando três deputadas à Assembleia da República - Beatriz Dias (Bloco de Esquerda), Mariana Mortágua (Bloco de Esquerda) e Joacine Katar Moreira (sem partido) - e sete ativistas anti-racismo, através de um e-mail supostamente remetido por um grupo auto-denominado como "Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional".

"Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e anti-racistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português", sublinhava-se no e-mail, avisando que se o prazo não fosse respeitado "medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português". Mais, proclamava-se que "o mês de agosto será o mês do reerguer nacionalista".

Para Rebelo de Sousa, há que "perceber a utilização, instrumentalização e manipulação desses temas, que tem sido, noutros países, uma forma de radicalizar a vida política e promover fenómenos anti-sistémicos e debilitar a democracia".

"Temos de saber responder a esse tipo de desafios com inteligência: não fazer aquilo que quem promove esse tipo de escalada pretende que seja feito, que é criar um clima emocional de clivagem na sociedade portuguesa", salientou, defendendo também a necessidade de "apoiar a atuação das autoridades encarregadas de fazer justiça, neste caso o Ministério Público".

É neste contexto que, no mesmo dia 13 de agosto, na página oficial do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública (PSP) na rede social Facebook, surge uma publicação mostrando a imagem de uma frase insultuosa contra a polícia (em língua inglesa) alegadamente grafitada numa parede de Viseu, associada à seguinte mensagem: "Isto não é num outro qualquer país ou cidade, isto é em Portugal e numa cidade portuguesa, isto é em Viseu. Sobre isto o senhor Presidente da República, senhor presidente da Assembleia da República e demais figuras políticas, nada têm a dizer. E sobre as agressões e ameaças aos elementos das Forças de Segurança, o que têm a dizer? Está tudo bem, não se passa nada?"

O Polígrafo confirmou junto do Sindicato Unificado da PSP que a página é oficial e a publicação em causa é autêntica e, aliás, assumida pelo presidente da estrutura sindical, Peixoto Rodrigues.

"Confirma-se que a página que faz referência é a página oficial do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública", afirmou, em resposta por escrito ao Polígrafo.

Questionado sobre se o Sindicato Unificado da PSP obteve uma reação da parte de algum dos visados, ou se apresentou queixa formal da mensagem grafitada numa parede de Viseu, o mesmo Peixoto Rodrigues indicou que "relativamente à publicação em apreço, não tivemos qualquer reação das entidades a que faz referência. Não compete ao Sindicato Unificado da PSP apresentar qualquer queixa, uma vez que é crime público, compete ao Ministério Público acionar os mecanismos que achar por convenientes. As manifestações de desagrado demonstradas na redes sociais visa unicamente alertar as entidades competentes para o elevado grau de ameaça de que os polícias estão a ser alvo".

"O objetivo não é inflamar seja o que for, apenas um alerta para as entidades competentes tomarem todas as medidas possíveis para que esta onda de ameaça e desconsideração aos polícias tenha um fim. Somos contra toda e qualquer ação que vise fomentar o racismo, xenofobia a discriminação, etc. Da mesma forma que somos contra todos os atos que visem toda e qualquer ação contra os elementos policiais", concluiu.

A crítica implícita na mensagem abrange igualmente o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, "e demais figuras políticas". Também no dia 13 de agosto, Ferro Rodrigues repudiou as ameaças remetidas por um "grupúsculo de extrema-direita" a deputadas e ativistas.

"A tentativa de intimidar deputados e ativistas políticos reveste-se de gravidade suficiente para que, enquanto presidente da Assembleia da República, não possa - nem queira - deixar de a condenar, manifestando também todo o meu apoio aos visados", escreveu Ferro Rodrigues, em mensagem enviada à Agência Lusa.

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