PALAVROSSAVRVS REX: BOLHÃO E A APOTEOSE PATETA

02-07-2011
marcar artigo


O Porto, minha cidade, conserva ainda traços vincados do velho caciquismo de há mais de cem anos, quando o rotativismo bipartidário, sob uma Monarquia periclitante, ia a um certo tipo de votos e tinha os seus delegados locais de interesses que arrastavam, sob promessas ou paleio de embair, homens demasiado reverentes para o voto na facção pretendida. Hoje, sentido crítico zero, há ainda nestas gentes autênticas alguma propensão natural para aparentemente serem levadas a uma dada pastagem política. O PS local tem pastores que conduzem o seu gado para as manifestações aclamativas que importa simular como tais, manifestações e aclamativas. Em todo o caso, mora aqui um Povo autêntico. Condescende evangelicamente com malfeitores, quando lhes aparecem humanados pela frente. Sócrates, por exemplo, bem pode ser abraçado, apalpado e beijado pela baba do Bolhão, olhos nos olhos, que logo a seguir lhe rezam impropérios entredentes pelas costas. É um povo capaz de um zelo apaixonado por um marreco qualquer, instinto primário anteposto à Razão. Caso sinta compaixão por alguém, mereça-a ou não, para esta gente não há crime nem erro que não mereçam a devida e incarnada atenuante. Por isso não suportou um 2.º Auto de Fé ao passo que Lisboa adorava o churrasco religioso que se eternizou por longas décadas de acabrunhamento e bufaria. É com esses e para esses espécimens (primários, instintivos, compassivos) da minha gente que Elisa Ferreira fala, obviamente, com o nulo respeito que tais inteligências sensoriais lhe merecem. Ora, o espectáculo ilusionista do PS está na rua e o Bolhão presta-se bem de mais ao seu folclore superficial e pseudo-apoteótico. Portugal recua em todos os parâmetros económicos? Não se fala ou menciona o que importa e deveria preocupar-nos tremendamente? Não importa. Arraial é arraial. Esta legislatura habituou-se a maquilhar números, multidões, sondagens, realidades gritantes? Não importa. Haja festa! No Bolhão ou há pau ou há baile. O show falsário PS tem aí, no Bolhão, a festa efémera de que necessita para fingir suporte popular. A 'democracia' mal respira sob a asma ambiental implementada pela novidade do Medo sob o consulado PS? Os portugueses sucumbem aos impostos impiedosos e à apreensão pelo futuro? Não importa. Faz-se o jeito. Vital espelha desassossego. Vítreo, um suor frio banha-lhe a face e as fontes logo abaixo da célebre guedelha grisalha, durante os cuspilhantes discursos desastrosos. Electrifica-se-lhe a trunfa perante o espectro mais que certo de uma derrota humilhante, dia sete, em terceiro lugar logo a seguir ao BE. Todos sentem que apoteoses artificiais e antecipadas, como a do Bolhão, são já o Canto do Cisne da Campanha mais trauliteira de um partido em 35 anos: aguarda-se pois que o blogger Vital do duplo-pensar, elevado como um bónus a Cabeça de Lista do PS, escolhido dentre os mais servis da agremiação de interesses enclavinhados PS, o mais língua de pau entre os língua de pau da Situação, fique por causa dos resultados 'com uma cabeça'. Isto é justo e segue já no dia sete: «A distrital do Porto do PS, presidida por Renato Sampaio, não deixou os seus créditos por mãos alheias e mobilizou o partido para a calorosa recepção que o secretário-geral do PS teve quando entrou no mercado, pela Rua Formosa. Aí era aguardado por um conjunto de figuras do partido, desde autarcas, ex-autarcas, deputados, ex-deputados e muitos militantes. À saída, muita gente aguardava pelo secretário-geral do PS na outra entrada do mercado, na Rua Fernandes Tomás. Pousou para as máquinas fotográficas com pessoas anónimas, autografou t-shirts do PS e continuou a dar beijos e abraços.»


O Porto, minha cidade, conserva ainda traços vincados do velho caciquismo de há mais de cem anos, quando o rotativismo bipartidário, sob uma Monarquia periclitante, ia a um certo tipo de votos e tinha os seus delegados locais de interesses que arrastavam, sob promessas ou paleio de embair, homens demasiado reverentes para o voto na facção pretendida. Hoje, sentido crítico zero, há ainda nestas gentes autênticas alguma propensão natural para aparentemente serem levadas a uma dada pastagem política. O PS local tem pastores que conduzem o seu gado para as manifestações aclamativas que importa simular como tais, manifestações e aclamativas. Em todo o caso, mora aqui um Povo autêntico. Condescende evangelicamente com malfeitores, quando lhes aparecem humanados pela frente. Sócrates, por exemplo, bem pode ser abraçado, apalpado e beijado pela baba do Bolhão, olhos nos olhos, que logo a seguir lhe rezam impropérios entredentes pelas costas. É um povo capaz de um zelo apaixonado por um marreco qualquer, instinto primário anteposto à Razão. Caso sinta compaixão por alguém, mereça-a ou não, para esta gente não há crime nem erro que não mereçam a devida e incarnada atenuante. Por isso não suportou um 2.º Auto de Fé ao passo que Lisboa adorava o churrasco religioso que se eternizou por longas décadas de acabrunhamento e bufaria. É com esses e para esses espécimens (primários, instintivos, compassivos) da minha gente que Elisa Ferreira fala, obviamente, com o nulo respeito que tais inteligências sensoriais lhe merecem. Ora, o espectáculo ilusionista do PS está na rua e o Bolhão presta-se bem de mais ao seu folclore superficial e pseudo-apoteótico. Portugal recua em todos os parâmetros económicos? Não se fala ou menciona o que importa e deveria preocupar-nos tremendamente? Não importa. Arraial é arraial. Esta legislatura habituou-se a maquilhar números, multidões, sondagens, realidades gritantes? Não importa. Haja festa! No Bolhão ou há pau ou há baile. O show falsário PS tem aí, no Bolhão, a festa efémera de que necessita para fingir suporte popular. A 'democracia' mal respira sob a asma ambiental implementada pela novidade do Medo sob o consulado PS? Os portugueses sucumbem aos impostos impiedosos e à apreensão pelo futuro? Não importa. Faz-se o jeito. Vital espelha desassossego. Vítreo, um suor frio banha-lhe a face e as fontes logo abaixo da célebre guedelha grisalha, durante os cuspilhantes discursos desastrosos. Electrifica-se-lhe a trunfa perante o espectro mais que certo de uma derrota humilhante, dia sete, em terceiro lugar logo a seguir ao BE. Todos sentem que apoteoses artificiais e antecipadas, como a do Bolhão, são já o Canto do Cisne da Campanha mais trauliteira de um partido em 35 anos: aguarda-se pois que o blogger Vital do duplo-pensar, elevado como um bónus a Cabeça de Lista do PS, escolhido dentre os mais servis da agremiação de interesses enclavinhados PS, o mais língua de pau entre os língua de pau da Situação, fique por causa dos resultados 'com uma cabeça'. Isto é justo e segue já no dia sete: «A distrital do Porto do PS, presidida por Renato Sampaio, não deixou os seus créditos por mãos alheias e mobilizou o partido para a calorosa recepção que o secretário-geral do PS teve quando entrou no mercado, pela Rua Formosa. Aí era aguardado por um conjunto de figuras do partido, desde autarcas, ex-autarcas, deputados, ex-deputados e muitos militantes. À saída, muita gente aguardava pelo secretário-geral do PS na outra entrada do mercado, na Rua Fernandes Tomás. Pousou para as máquinas fotográficas com pessoas anónimas, autografou t-shirts do PS e continuou a dar beijos e abraços.»

marcar artigo