Freitas: "Só nas monarquias é que o rei podia designar o seu sucessor"

09-03-2015
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Freitas: "Só nas monarquias é que o rei podia designar o seu sucessor"

Mariana Adam

mariana.adam@economico.pt

16:00

Diogo Freitas do Amaral assume discordar com o prefácio de Cavaco Silva, onde o actual Presidente da República traçou o perfil que considera adequado para o seu sucessor. Em declarações ao Económico, o ex-candidato presidencial defende características que parecem descrever Marcelo Rebelo de Sousa.

"Acho que só nas monarquias é que o rei podia designar o seu sucessor, em caso de dúvida. Portugal já celebrou 100 anos de República". É desta forma que, numa declaração escrita enviada ao Económico, Diogo Freitas do Amaral, que em 1986 se candidatou a Belém apoiado pelo então primeiro-ministro Cavaco Siva, reage ao facto de o actual Presidente da República ter traçado, no prefácio do livro Roteiros IX, o perfil que considera adequado para o seu sucessor.

Cavaco Silva sugere nesse documento, revelado esta segunda-feira, que "nos tempos que correm os interesses de Portugal no plano externo só podem ser eficazmente defendidos por um Presidente da República que tenha alguma experiência no domínio da política externa". Algo de que Diogo Freitas do Amaral discorda frontalmente: "Não considero essencial, nem a Constituição o diz, que um candidato a Presidente da República possua experiência de contactos internacionais".

Para Freitas do Amaral, que além de ministro dos Negócios Estrangeiros presidiu à Assembleia-Geral da ONU, "basta que" o próximo Presidente "- como professor, analista ou comentador - possua conhecimentos sobre a vida internacional".

Esta enumeração - "professor, analista ou comentador" -, parece ser um sinal de apoio, mesmo que indirecto, a Marcelo Rebelo de Sousa que, tal como Santana Lopes, também reagiu durante a manhã ao último prefácio de Cavaco Silva.

Questionado sobre se com esta afirmação pretende anunciar o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, diz apenas que "ainda é muito cedo para avançar com nomes".

Em declarações ao Económico, Marcelo disse concordar com Cavaco e defendeu ter tido "sorte em fazer política" em momentos que considera terem sido cruciais para a política externa portuguesa.

Santana também não tem dúvidas de que preenche o requisito defendido por Cavaco Silva. Em declarações à Antena 1, considerou contudo que a política externa não é o mais importante, mas sim o pensamento constitucional e o conhecimento profundo da realidade do país.

As próximas eleições presidenciais acontecem em Janeiro do próximo ano.

Freitas: "Só nas monarquias é que o rei podia designar o seu sucessor"

Mariana Adam

mariana.adam@economico.pt

16:00

Diogo Freitas do Amaral assume discordar com o prefácio de Cavaco Silva, onde o actual Presidente da República traçou o perfil que considera adequado para o seu sucessor. Em declarações ao Económico, o ex-candidato presidencial defende características que parecem descrever Marcelo Rebelo de Sousa.

"Acho que só nas monarquias é que o rei podia designar o seu sucessor, em caso de dúvida. Portugal já celebrou 100 anos de República". É desta forma que, numa declaração escrita enviada ao Económico, Diogo Freitas do Amaral, que em 1986 se candidatou a Belém apoiado pelo então primeiro-ministro Cavaco Siva, reage ao facto de o actual Presidente da República ter traçado, no prefácio do livro Roteiros IX, o perfil que considera adequado para o seu sucessor.

Cavaco Silva sugere nesse documento, revelado esta segunda-feira, que "nos tempos que correm os interesses de Portugal no plano externo só podem ser eficazmente defendidos por um Presidente da República que tenha alguma experiência no domínio da política externa". Algo de que Diogo Freitas do Amaral discorda frontalmente: "Não considero essencial, nem a Constituição o diz, que um candidato a Presidente da República possua experiência de contactos internacionais".

Para Freitas do Amaral, que além de ministro dos Negócios Estrangeiros presidiu à Assembleia-Geral da ONU, "basta que" o próximo Presidente "- como professor, analista ou comentador - possua conhecimentos sobre a vida internacional".

Esta enumeração - "professor, analista ou comentador" -, parece ser um sinal de apoio, mesmo que indirecto, a Marcelo Rebelo de Sousa que, tal como Santana Lopes, também reagiu durante a manhã ao último prefácio de Cavaco Silva.

Questionado sobre se com esta afirmação pretende anunciar o apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, diz apenas que "ainda é muito cedo para avançar com nomes".

Em declarações ao Económico, Marcelo disse concordar com Cavaco e defendeu ter tido "sorte em fazer política" em momentos que considera terem sido cruciais para a política externa portuguesa.

Santana também não tem dúvidas de que preenche o requisito defendido por Cavaco Silva. Em declarações à Antena 1, considerou contudo que a política externa não é o mais importante, mas sim o pensamento constitucional e o conhecimento profundo da realidade do país.

As próximas eleições presidenciais acontecem em Janeiro do próximo ano.

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