A mudança que Obama trará será certamente menor do que muitos desejariam, o que não é necessariamente mau, uma vez que muitas direcções são apontadas para essa mudança, sendo muitas delas contraditórias entre si.A principal mudança é provavelmente a de atitude, a de uma maior disponibilidade para mudar alguma coisa, em lugar de um entrincheiramento paralisante. Mudanças de atitude podem ter um efeito permanente e positivo, mas não são uma mudança de paradigma, nem económico nem política.A este respeito, é curioso notar as mudanças de paradigma têm sido apregoadas ao longo dos anos:- quando se desenvolveram as novas tecnologias de informação e comunicação, proclamou-se a mudança de paradigma com um crescimento que seria sem limites - a “bolha” [dot]com explodiu, e revelou que os “velhos” fundamentos económicos continuavam os mesmos- saltou-se para a sociedade do conhecimento - novamente, uma mudança de paradigma, não mais haveria ciclos económicos, bastava apostar na inovação, que seria fácil, directa e sem custos - o crescimento da produtividade em muitos países, e em Portugal também, desmentiu rapidamente essa mudança de paradigma…- com a crise financeira, decretou-se o fim do capitalismo, a mudança de paradigma, embora ainda não se perceba como a decisão individual, a liberdade de escolha, económica e não só, será substituída - seguindo a tradição francesa, que N Sarkozy parece querer encarnar, bastará confiar num grupo de iluminados, reguladores ou ditadores, que nos guiarão à prosperidade… - a dúvida é obviamente determinar quem são esses iluminados;O tempo nos dirá o que acontece, mas cá para mim, os “velhos” fundamentos voltarão ao cima - mercado de capitais como forma de aplicação financeira das poupanças privadas e forma de financiamento das empresas, mercado bancário para intermediação financeira.Tal como Obama introduzirá diferenças na condução dos Estados Unidos face a Bush, mas não radicalmente.A diferença será a forma como todos nós leremos, e manifestaremos disponibilidade para colaborar, essas diferenças.Pedro Pita Barros
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A mudança que Obama trará será certamente menor do que muitos desejariam, o que não é necessariamente mau, uma vez que muitas direcções são apontadas para essa mudança, sendo muitas delas contraditórias entre si.A principal mudança é provavelmente a de atitude, a de uma maior disponibilidade para mudar alguma coisa, em lugar de um entrincheiramento paralisante. Mudanças de atitude podem ter um efeito permanente e positivo, mas não são uma mudança de paradigma, nem económico nem política.A este respeito, é curioso notar as mudanças de paradigma têm sido apregoadas ao longo dos anos:- quando se desenvolveram as novas tecnologias de informação e comunicação, proclamou-se a mudança de paradigma com um crescimento que seria sem limites - a “bolha” [dot]com explodiu, e revelou que os “velhos” fundamentos económicos continuavam os mesmos- saltou-se para a sociedade do conhecimento - novamente, uma mudança de paradigma, não mais haveria ciclos económicos, bastava apostar na inovação, que seria fácil, directa e sem custos - o crescimento da produtividade em muitos países, e em Portugal também, desmentiu rapidamente essa mudança de paradigma…- com a crise financeira, decretou-se o fim do capitalismo, a mudança de paradigma, embora ainda não se perceba como a decisão individual, a liberdade de escolha, económica e não só, será substituída - seguindo a tradição francesa, que N Sarkozy parece querer encarnar, bastará confiar num grupo de iluminados, reguladores ou ditadores, que nos guiarão à prosperidade… - a dúvida é obviamente determinar quem são esses iluminados;O tempo nos dirá o que acontece, mas cá para mim, os “velhos” fundamentos voltarão ao cima - mercado de capitais como forma de aplicação financeira das poupanças privadas e forma de financiamento das empresas, mercado bancário para intermediação financeira.Tal como Obama introduzirá diferenças na condução dos Estados Unidos face a Bush, mas não radicalmente.A diferença será a forma como todos nós leremos, e manifestaremos disponibilidade para colaborar, essas diferenças.Pedro Pita Barros