Sobre o tempo que passa: Verbeteiros que, mui discretamente, trocam fichas da secreta

21-01-2012
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Conforme podemos ler hoje no jornal "Público", apesar de estarem em gestão, os membros do Governo continuam a fazer nomeações de adjuntos e chefes de gabinete. Entre o dia 30 de Novembro e o de ontem, foram publicados em "Diário da República" 2446 despachos de nomeação, de vária ordem.
No entanto, o primeiro-ministro de Portugal, discretamente informado pelo seu gestor de coisas secretas, declarou solenemente num comício, em Almada: "Julgo que ainda hoje é Inspector Geral do Ambiente um dirigente da administração pública nomeado pelo novo líder do PS [então ministro do Ambiente], já depois de Durão Barroso ter ganho as eleições. Já nem sequer era simplesmente um Governo de gestão", precisando que se referia a Filipe Baptista. Algumas horas mais tarde, ficámos a saber que foi tudo uma troca de nomes. O membro da comissão política nacional do PSD, ex-colaborador de Santana em muitos sítios ajudenses e figueirenses e célebre por pensar que pode invocar a fluidez do discreto e do secreto, pensando que isso o torna impune, lamentou a troca de nomes no discurso do primeiro-ministro, assumindo a sua própria culpa. Isto é, cumpriu a tarefa para que é pago pelos contribuintes de gestor de um cargo público bem ambientalmente ensopado: meteu água!
E para o efeito, utilizando as estalinistas invocações, típicas de sargentos verbeteiros, apresenta outra ficha, constante do Diário da República de 12 de Abril de 2002, seis dias depois do XV governo tomar posse e consagrada pelodespacho nº 276/2002. Mais informou que, afinal Filipe Baptista, foi nomeado para esse cargo pelo ex-ministro social-democrata Isaltino Morais (e não por José Sócrates), tendo tomado posse em Agosto de 2002. De qualquer maneira, o porta-voz do PS, Pedro Silva Pereira, já insistiu que a acusação do presidente do PSD a José Sócrates "não tem qualquer fundamento", acrescentando que "O PS aguarda de Pedro Santana Lopes um pedido formal de desculpa ao seu secretário-geral, José Sócrates. O PS espera que esse pedido de desculpa chegue durante o dia de hoje".
José Sócrates e Pedro da Silva Pereira parecem já estar cientes que todas as respectivas fichas constantes do Ministério do Ambiente ainda não foram co-incineradas e podem conter dados sobre a respectiva genealogia partidária direitista ou idiossincrática, esperando-se ansiosamente que em próximo comício do PSD venham mais alguns dos dados fornecidos pelo candidato nº 5 do PSD na lista encabeçada por Zita Seabra que, felizmente, conhece bem a metodologia do KGB em Portugal, tem memória dos métodos da PIDE e pode, com alguma facilidade, inteirar-se dos processos anteriormente usados pela formiga branca e pela Santa Inquisição que, em tal cidade, tem pátio com tal nome, por acaso encravado entre o edifício da polícia e a Rua da Sofia.
Portugal tem que impedir que a impunidade politiqueira possa reduzir pessoas a meros nomes que, abstractamente, podem ser trocados, sujeitos a truque ou simplesmente truncados, só porque se julga que, em campanha eleitoral, os fins justificam os meios. O discurso de Pedro em Almeida, afinal, parece o que aí foi proferido por Vasco Gonçalves. E as coincidências dos actores secundários que mudaram de extremo, mas mantendo a mesma metodologia, não parecem ser mero acaso. Apesar de tudo, Pedro merecia melhor.


Conforme podemos ler hoje no jornal "Público", apesar de estarem em gestão, os membros do Governo continuam a fazer nomeações de adjuntos e chefes de gabinete. Entre o dia 30 de Novembro e o de ontem, foram publicados em "Diário da República" 2446 despachos de nomeação, de vária ordem.
No entanto, o primeiro-ministro de Portugal, discretamente informado pelo seu gestor de coisas secretas, declarou solenemente num comício, em Almada: "Julgo que ainda hoje é Inspector Geral do Ambiente um dirigente da administração pública nomeado pelo novo líder do PS [então ministro do Ambiente], já depois de Durão Barroso ter ganho as eleições. Já nem sequer era simplesmente um Governo de gestão", precisando que se referia a Filipe Baptista. Algumas horas mais tarde, ficámos a saber que foi tudo uma troca de nomes. O membro da comissão política nacional do PSD, ex-colaborador de Santana em muitos sítios ajudenses e figueirenses e célebre por pensar que pode invocar a fluidez do discreto e do secreto, pensando que isso o torna impune, lamentou a troca de nomes no discurso do primeiro-ministro, assumindo a sua própria culpa. Isto é, cumpriu a tarefa para que é pago pelos contribuintes de gestor de um cargo público bem ambientalmente ensopado: meteu água!
E para o efeito, utilizando as estalinistas invocações, típicas de sargentos verbeteiros, apresenta outra ficha, constante do Diário da República de 12 de Abril de 2002, seis dias depois do XV governo tomar posse e consagrada pelodespacho nº 276/2002. Mais informou que, afinal Filipe Baptista, foi nomeado para esse cargo pelo ex-ministro social-democrata Isaltino Morais (e não por José Sócrates), tendo tomado posse em Agosto de 2002. De qualquer maneira, o porta-voz do PS, Pedro Silva Pereira, já insistiu que a acusação do presidente do PSD a José Sócrates "não tem qualquer fundamento", acrescentando que "O PS aguarda de Pedro Santana Lopes um pedido formal de desculpa ao seu secretário-geral, José Sócrates. O PS espera que esse pedido de desculpa chegue durante o dia de hoje".
José Sócrates e Pedro da Silva Pereira parecem já estar cientes que todas as respectivas fichas constantes do Ministério do Ambiente ainda não foram co-incineradas e podem conter dados sobre a respectiva genealogia partidária direitista ou idiossincrática, esperando-se ansiosamente que em próximo comício do PSD venham mais alguns dos dados fornecidos pelo candidato nº 5 do PSD na lista encabeçada por Zita Seabra que, felizmente, conhece bem a metodologia do KGB em Portugal, tem memória dos métodos da PIDE e pode, com alguma facilidade, inteirar-se dos processos anteriormente usados pela formiga branca e pela Santa Inquisição que, em tal cidade, tem pátio com tal nome, por acaso encravado entre o edifício da polícia e a Rua da Sofia.
Portugal tem que impedir que a impunidade politiqueira possa reduzir pessoas a meros nomes que, abstractamente, podem ser trocados, sujeitos a truque ou simplesmente truncados, só porque se julga que, em campanha eleitoral, os fins justificam os meios. O discurso de Pedro em Almeida, afinal, parece o que aí foi proferido por Vasco Gonçalves. E as coincidências dos actores secundários que mudaram de extremo, mas mantendo a mesma metodologia, não parecem ser mero acaso. Apesar de tudo, Pedro merecia melhor.

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