Sérgio Vasques garante que pediu a Azevedo Pereira lista de Lagarde

27-02-2015
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Sérgio Vasques garante que pediu a Azevedo Pereira lista de Lagarde

Paula Cravina de Sousa

15:08

O Governo deu instruções ao ex-director-geral dos Impostos, Azevedo Pereira, para que se pedisse a chamada lista Lagarde em 2010. A garantia foi dada pelo ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, que está hoje a ser ouvido no Parlamento numa audição pedida pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda.

"Solicitei ao director-geral da Direcção Geral dos Impostos da altura, Azevedo Pereira, que pedisse a lista", afirmou. "Recordo-me aliás de ter falado com ele várias vezes sobre esse assunto", acrescentou ainda.

Esta versão contradiz a transmitida pelo próprio Azevedo Pereira, que disse ao Diário Económico na semana passada que a lista não foi pedida pelo órgão a que presidia na altura. A lista "não foi pedida pela AT, nem fazia sentido face à forma como chegou ao conhecimento público a sua existência", afirmou.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) divulgou no início de Fevereiro documentos confidenciais sobre o ramo suíço do HSBC Private Bank, que revelam alegados esquemas de evasão fiscal e de financiamento de activos ilícitos ou questionáveis. Na lista existem 611 clientes com ligações a Portugal e 855 milhões de euros depositados.

Questionado pelo deputado do PCP, Paulo Sá, o ex-governante adiantou ainda que as instruções foram dadas oralmente, mas afirmou não se recordar do mês concreto em que as conversas ocorreram.

Sérgio Vasques disse ainda não o "surpreender demasiado que a lista não tenha sido partilhada com Portugal". "Portugal não tem as melhores credenciais em matéria de transparência fiscal quando alberga no seu território um território offshore e quando pretende alargar os benefícios fiscais da Zona Franca da Madeira e quando promove esquemas como os dos vistos dourados", explicou. "Temos da parte dos nossos parceiros a resposta que merecemos", afirmou ainda.

O deputado do Bloco de esquerda, Pedro Filipe Soares, falou em "falta de vontade para investigar este tipo de situação", referindo que a actual presidente do FMI, Christine Lagarde, tinha dito na altura que bastava aos países que tivessem tido acesso à lista pedi-lo.

Durante a audição, o ex-governante disse ainda que se este tipo de lista existe é porque "há entidades que comercializam por atacado esquemas de planeamento fiscal", apelando a que se criem "regras de responsabilização redobrada das entidades que comercializam aquele tipo de esquemas".

Sérgio Vasques garante que pediu a Azevedo Pereira lista de Lagarde

Paula Cravina de Sousa

15:08

O Governo deu instruções ao ex-director-geral dos Impostos, Azevedo Pereira, para que se pedisse a chamada lista Lagarde em 2010. A garantia foi dada pelo ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, que está hoje a ser ouvido no Parlamento numa audição pedida pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda.

"Solicitei ao director-geral da Direcção Geral dos Impostos da altura, Azevedo Pereira, que pedisse a lista", afirmou. "Recordo-me aliás de ter falado com ele várias vezes sobre esse assunto", acrescentou ainda.

Esta versão contradiz a transmitida pelo próprio Azevedo Pereira, que disse ao Diário Económico na semana passada que a lista não foi pedida pelo órgão a que presidia na altura. A lista "não foi pedida pela AT, nem fazia sentido face à forma como chegou ao conhecimento público a sua existência", afirmou.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) divulgou no início de Fevereiro documentos confidenciais sobre o ramo suíço do HSBC Private Bank, que revelam alegados esquemas de evasão fiscal e de financiamento de activos ilícitos ou questionáveis. Na lista existem 611 clientes com ligações a Portugal e 855 milhões de euros depositados.

Questionado pelo deputado do PCP, Paulo Sá, o ex-governante adiantou ainda que as instruções foram dadas oralmente, mas afirmou não se recordar do mês concreto em que as conversas ocorreram.

Sérgio Vasques disse ainda não o "surpreender demasiado que a lista não tenha sido partilhada com Portugal". "Portugal não tem as melhores credenciais em matéria de transparência fiscal quando alberga no seu território um território offshore e quando pretende alargar os benefícios fiscais da Zona Franca da Madeira e quando promove esquemas como os dos vistos dourados", explicou. "Temos da parte dos nossos parceiros a resposta que merecemos", afirmou ainda.

O deputado do Bloco de esquerda, Pedro Filipe Soares, falou em "falta de vontade para investigar este tipo de situação", referindo que a actual presidente do FMI, Christine Lagarde, tinha dito na altura que bastava aos países que tivessem tido acesso à lista pedi-lo.

Durante a audição, o ex-governante disse ainda que se este tipo de lista existe é porque "há entidades que comercializam por atacado esquemas de planeamento fiscal", apelando a que se criem "regras de responsabilização redobrada das entidades que comercializam aquele tipo de esquemas".

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