Cavaco não tem autoridade moral para acusar PS de deslealdade

10-03-2012
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Pedro Silva Pereira lamentou hoje as críticas do Presidente da República ao Governo de José Sócrates.

O deputado socialista Pedro Silva Pereira lamentou hoje as críticas do Presidente da República ao Governo de José Sócrates, considerando que Cavaco Silva "não tem autoridade moral para acusar quem quer que seja de deslealdade institucional".

O ex-ministro da Presidência do PS comentava assim à agência Lusa as afirmações do Presidente da República que constam do prefácio do livro "Roteiros VI" e nas quais diz que a "ausência de diálogo com a oposição ditou "o destino" do Governo minoritário socialista, realçando ainda ter sido "impedido" de evitar o deflagrar da crise política de 2011.

"O Presidente da República tem funções muito importantes mas entre elas não está a descrever a história oficial e o Presidente não tem infelizmente autoridade moral para acusar quem quer que seja de deslealdade institucional, porque se o faz obriga a que se recorde que ele foi o campeão da deslealdade institucional porque permitiu que o Palácio de Belém se transformasse no espaço de intriga com o lamentável caso de escutas contra o Governo em funções impunemente", salientou.

O deputado socialista frisou que "alguém tem de lembrar ao Presidente da República que ainda está em funções e que este não é o momento para escrever as suas memórias políticas, para atacar um partido político e para dividir os portugueses".

No prefácio do livro "Roteiros VI", que reúne as suas principais intervenções públicas, Cavaco Silva tece várias considerações sobre a postura do ex-primeiro-ministro José Sócrates, criticando não ter sido "previamente informado sobre o conteúdo ou sequer da existência do 'PEC IV'" tendo por isso ficado "impedido de exercer a sua magistratura de influência com vista a evitar o deflagrar de uma crise política".

No texto, Cavaco Silva lembra o pedido de demissão do então primeiro-ministro por falta de condições políticas, na sequência do chumbo do 'PEC IV' no Parlamento, e o facto de não existir "qualquer hipótese de constituir um Governo alternativo com o mínimo de solidez e consistência", com todos os partidos da oposição a rejeitarem "liminarmente" a possibilidade de integrarem um Executivo com o PS liderado por José Sócrates e os próprios socialistas a não manifestarem "interesse genuíno na formação de um Governo de coligação".

Em declarações à Lusa, Pedro Silva Pereira lembrou que no discurso de vitória das últimas eleições Cavaco Silva "fez um ataque aberto ao Governo do PS dando o impulso de que o PSD e a direita precisavam para provocar" a crise política. "Portanto, o Presidente da República tem tudo menos uma folha exemplar de registos em matéria de lealdade institucional", referiu.

O deputado socialista lembrou que no dia 09 de março de 2011 Cavaco Silva "fez um ataque aberto ao governo", no dia 10 havia uma moção

de censura do Bloco de Esquerda, tendo sido nesse dia ultimada a proposta do PEC IV.

"A prioridade nesse dia era falar com o líder do maior partido da oposição para garantir a viabilidade parlamentar daquela proposta (...)e no dia seguinte havia Conselho Europeu, por isso, o contexto daquele dia não foi favorável para que o Presidente da República tivesse sido informado", explicou.

No entender de Pedro Silva Pereira, "não é aceitável" que o Presidente da República venha agora dizer que "não exerceu as suas competências para poupar o país a uma crise política" devido a uma questão processual. "Se assim foi, significa que Cavaco Silva assistiu passivamente ao caminhar do país para uma crise política ruinosa por mera vingança e isso é absolutamente intolerável", disse, acrescentando que "nenhuma justificação dispensa o Presidente da República de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance" e evitar uma crise política.

O ex-ministro da Presidência frisou ainda que neste momento, o Presidente da República deve ter "a noção das responsabilidades do cargo e isso não vai bem com iniciativas que o transformem no centro da polémica justamente porque ele deve ser um elo de união entre os portugueses".

Pedro Silva Pereira lamentou hoje as críticas do Presidente da República ao Governo de José Sócrates.

O deputado socialista Pedro Silva Pereira lamentou hoje as críticas do Presidente da República ao Governo de José Sócrates, considerando que Cavaco Silva "não tem autoridade moral para acusar quem quer que seja de deslealdade institucional".

O ex-ministro da Presidência do PS comentava assim à agência Lusa as afirmações do Presidente da República que constam do prefácio do livro "Roteiros VI" e nas quais diz que a "ausência de diálogo com a oposição ditou "o destino" do Governo minoritário socialista, realçando ainda ter sido "impedido" de evitar o deflagrar da crise política de 2011.

"O Presidente da República tem funções muito importantes mas entre elas não está a descrever a história oficial e o Presidente não tem infelizmente autoridade moral para acusar quem quer que seja de deslealdade institucional, porque se o faz obriga a que se recorde que ele foi o campeão da deslealdade institucional porque permitiu que o Palácio de Belém se transformasse no espaço de intriga com o lamentável caso de escutas contra o Governo em funções impunemente", salientou.

O deputado socialista frisou que "alguém tem de lembrar ao Presidente da República que ainda está em funções e que este não é o momento para escrever as suas memórias políticas, para atacar um partido político e para dividir os portugueses".

No prefácio do livro "Roteiros VI", que reúne as suas principais intervenções públicas, Cavaco Silva tece várias considerações sobre a postura do ex-primeiro-ministro José Sócrates, criticando não ter sido "previamente informado sobre o conteúdo ou sequer da existência do 'PEC IV'" tendo por isso ficado "impedido de exercer a sua magistratura de influência com vista a evitar o deflagrar de uma crise política".

No texto, Cavaco Silva lembra o pedido de demissão do então primeiro-ministro por falta de condições políticas, na sequência do chumbo do 'PEC IV' no Parlamento, e o facto de não existir "qualquer hipótese de constituir um Governo alternativo com o mínimo de solidez e consistência", com todos os partidos da oposição a rejeitarem "liminarmente" a possibilidade de integrarem um Executivo com o PS liderado por José Sócrates e os próprios socialistas a não manifestarem "interesse genuíno na formação de um Governo de coligação".

Em declarações à Lusa, Pedro Silva Pereira lembrou que no discurso de vitória das últimas eleições Cavaco Silva "fez um ataque aberto ao Governo do PS dando o impulso de que o PSD e a direita precisavam para provocar" a crise política. "Portanto, o Presidente da República tem tudo menos uma folha exemplar de registos em matéria de lealdade institucional", referiu.

O deputado socialista lembrou que no dia 09 de março de 2011 Cavaco Silva "fez um ataque aberto ao governo", no dia 10 havia uma moção

de censura do Bloco de Esquerda, tendo sido nesse dia ultimada a proposta do PEC IV.

"A prioridade nesse dia era falar com o líder do maior partido da oposição para garantir a viabilidade parlamentar daquela proposta (...)e no dia seguinte havia Conselho Europeu, por isso, o contexto daquele dia não foi favorável para que o Presidente da República tivesse sido informado", explicou.

No entender de Pedro Silva Pereira, "não é aceitável" que o Presidente da República venha agora dizer que "não exerceu as suas competências para poupar o país a uma crise política" devido a uma questão processual. "Se assim foi, significa que Cavaco Silva assistiu passivamente ao caminhar do país para uma crise política ruinosa por mera vingança e isso é absolutamente intolerável", disse, acrescentando que "nenhuma justificação dispensa o Presidente da República de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance" e evitar uma crise política.

O ex-ministro da Presidência frisou ainda que neste momento, o Presidente da República deve ter "a noção das responsabilidades do cargo e isso não vai bem com iniciativas que o transformem no centro da polémica justamente porque ele deve ser um elo de união entre os portugueses".

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