Eles São Notícia!: Dois meses depois de ter tirado a roupa para a ‘Playboy’, a modelo, de 31 anos, garante que o balanço é positivo e que voltaria a posar nua.

01-07-2011
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Dois meses depois de ter posado nua, o ensaio que fez para a edição número 1 da ‘Playboy’ trouxe-lhe mais coisas boas ou más?Tento tirar sempre as coisas positivas de tudo aquilo que faço. As negativas aparecem, marcam, mas depois passam. Este trabalho foi bom para mim, para a minha carreira. Foi um marco, pelo facto de ter sido a número 1 portuguesa. Mas as coisas más também nos fazem crescer, por isso o balanço é muito positivo.Já recebeu algum convite profissional depois de ter posado despida?Sim, já recebi propostas, que ainda estão em análise.Qual foi a reacção das pessoas na rua?Dão-me os parabéns, mas principalmente ao Rubim. Muitos homens vão ter com ele na rua e dizem: 'Dê os parabéns à sua esposa, que está muito bonita na revista ‘Playboy’.' Não sei se têm vergonha de falar comigo e preferem ir ter com ele.E ao Rubim não lhe custou que tivesse posado nua?Não, o Rubim é uma das pessoas mais abertas que conheço e, ainda por cima, trabalha na moda, por isso entende. Foi a primeira pessoa a dizer-me que devia aceitar o convite porque, conhecendo o meu trabalho, viu logo que isto ia ser bom para mim. E, por outro lado, sabia que eu não ia fazer nada que ficasse ordinário.Ele esteve presente na produção porque quis ou foi a Mónica que pediu?Fui eu que pedi, porque achei que ia dar mais de mim como modelo e mulher se ele estivesse presente. E foi bom, porque na produção o Rubim chegou a pedir que eu ficasse mais desinibida. Ele não estava preocupado com o que eu pudesse mostrar ou não mas com o facto de o resultado ficar bonito. Estava a ver aquilo como um trabalho que tinha de sair bem.E se fosse ao contrário, como é que a Mónica reagia?Ele é bonito e tem um bom corpo, por isso com certeza que iria ficar bem nas fotos. É estranho, porque o corpo do homem é diferente, mas se o Rubim quisesse posar nu eu iria dar-lhe toda a força.Pensa que ainda há preconceito das pessoas em posar para a ‘Playboy’?Não, julgo que isso já passou, foi mais complicado para mim por ter sido a primeira. Hoje sei que há muita gente que gostaria de posar mas que a ‘Playboy’ não quer, por não ser o tipo de imagem que eles pretendem. Eles têm uma imagem pré-definida e sabem o tipo de mulher que querem para a capa. De qualquer forma, vou apoiar quem vier a seguir. Como colegas de profissão, devíamos apoiar-nos nestas coisas e ficar contentes umas pelas outras. Tenho pena de que isso nem sempre aconteça – mas posso dizer que a maior parte das minhas colegas mandaram-me mensagens a dar os parabéns.Sente que foi uma mulher de coragem por ter feito o primeiro número?Tive coragem porque, como fui a primeira, não sabia o que ia acontecer: se ia ser bom para a minha imagem, qual seria a reacção das pessoas. Mas pensei que valia a pena correr o risco e acreditei no projecto.Quando recebeu o convite, aceitou de imediato?Não, ponderei muito. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve. Nunca tinha pensado sequer posar nua, muito menos para a ‘Playboy’, que para mim era uma revista que estava lá tão longe. Mas pensei bem – e achei que devia aceitar.Quais foram as opiniões que mais teve em conta?As dos meus pais, do Rubim, dos meus amigos e dos meus avós...O que é que os avós lhe disseram?Foi muito engraçado, porque os meus avós têm 80 e tal anos e vivem no Alentejo, numa aldeia chamada Cunheira, com poucos habitantes. Portanto, seria normal que eles ficassem um bocado apreensivos de ver a neta numas fotos destas. A minha avó disse uma coisa muito gira, que foi: 'Ó filha, tu nunca nos envergonhaste, por isso se achares que é bom para ti faz.' E depois foi à mercearia, que é onde vendem as revistas na aldeia, e disse: 'A minha neta vai aparecer numa revista qualquer, que eu não sei o nome, meio-despida. Mas é assim: ai de quem me venha dizer alguma coisa, que eu não quero saber de nada!' Portanto, isso prova que eles confiam em mim. Sempre lhes mostrei tudo o que fiz na vida, por isso são pessoas que se foram habituando a ver as coisas diferentes que faço. E, além disso, sou casada, não ando para aí de um lado para o outro.Considera-se uma mulher sensual para ter sido escolhida?Sim, julgo que a mistura de raças dá sempre alguma sensualidade às pessoas. A minha mãe é cabo-verdiana e o meu pai é alentejano, por isso fiquei com uma mistura gira.Foi um trabalho bem pago?Foi aquilo que eu considerei justo para o tipo de trabalho que era.Voltaria a posar nua?Depois de o ter feito e ver que correu tudo bem, sim, voltaria a posar nua.Gostou da sua sucessora?Gostei. A Cláudia Jacques é uma mulher muito bonita, que não parece ter 44 anos, e extremamente bem-feita. As fotografias estão, de facto, lindas e fiquei contente de a ver na revista.Contou com o apoio do Rubim nesta decisão. Já estão juntos há muito tempo. Qual é o segredo da vossa relação?Vem de muita amizade, companheirismo e do facto de nos apoiarmos mutuamente. Fazemos tudo juntos, até profissionalmente. Para muitos casais, trabalhar no mesmo sítio é complicado, mas para nós é muito bom. Já estamos habituados e somos um bocadinho o braço-direito um do outro. Tudo isso, o ‘bolo’, faz uma boa relação.Como é que se conheceram?Há muitos, muitos anos. Conheci-o na Central Models, onde éramos colegas de agência, mas onde falei mais com ele foi na Moda Lisboa. Eu estava a trabalhar lá e nesse dia ficámos logo a falar melhor. A partir daí começámos a namoriscar, mas foi uma coisa rápida. Cada um seguiu a sua vida e só passados sete anos é que nos voltámos a encontrar e começámos a namorar a sério. Agora estamos juntos há cinco.Já disse que estava a pensar em filhos...É um desejo de há muito tempo. Penso que a maioria das mulheres sonha em casar e ter filhos, e é claro que esse também é um dos meus desejos. Mas acho que primeiro temos de preparar a nossa vida e só depois pensar em filhos. Os nossos passos foram sempre muito ponderados, e agora, como já temos a nossa vida mais ou menos estruturada, chegou a altura de começarmos a pensar em aumentar a família.Como pensa que vai ser como mãe?Não sei. Só peço é que saiba ensinar os meus filhos a serem boas pessoas, porque isso é o mais importante.Gostava de ter um rapaz ou rapariga?Sempre quis ter um rapaz e o Rubim uma menina, por isso o ideal seria termos gémeos (risos). Venha o que vier, só espero que seja saudável.E considera que o Rubim vai ser um bom pai?Julgo que ele vai ser um excelente pai, porque nós temos muitos amigos com filhos e ele tem uma maneira de lidar com as crianças muito engraçada. Fala com eles como se fossem adultos e eles adoram o Rubim, brincam com ele. Tem mesmo jeito para os miúdos.A sua família não a pressiona, entretanto, para ser mãe?Não, os meus pais já queriam netos mas não insistem nesse capítulo, porque sabem que as coisas vão acontecer naturalmente.O que recorda da sua infância?A minha infância foi muito boa. Eu tinha um grande jardim mesmo em frente à minha casa, então passava lá o tempo a brincar. Tinha muitos amigos na rua e, enquanto as nossas mães estavam no jardim a falar umas com as outras, nós ficávamos até às tantas na brincadeira, porque naquela altura havia segurança na rua. Chegava toda suja a casa. Brinquei muito e tive uma infância muito feliz.Nessa altura, lembra-se o que dizia que gostava de ser?Tanta coisa! Quando era pequena quis ser mulher-polícia e bióloga marinha e, mais para a frente, arquitecta, que julgo que foi o meu último sonho. Sempre tive muitas áreas que gostava de seguir, e mesmo quando fiz os testes psicotécnicos havia uma série de carreiras para as quais eu tinha aptidão. Por isso é que eu, hoje em dia, tento fazer um bocadinho de tudo. Não me restrinjo só a uma área.A moda não era um sonho de pequena?Também era, porque tenho fotografias em miúda toda pintada, com batom e verniz nas unhas. Tinha um tio que era muito virado para as coisas da moda e ele adorava tirar-me fotos com roupas diferentes e a fazer pose.Era uma adolescente rebelde?Nada disso. Eu e a minha irmã sempre fomos muito bem-comportadas. A minha mãe diz-me que nós nunca fazíamos birras e que, graças a Deus, nunca lhes demos problemas. Mesmo naquela fase ‘difícil’ da adolescência nunca dei dores de cabeça aos meus pais. Quando saía, combinava uma hora para estar em casa e era sempre pontual.Teve muitos namorados?Não era muito namoradeira mas tive os meus namorados. O que é engraçado é que foram sempre relações longas, de dois anos e meio. Apresentei todos aos meus pais e envolvia sempre a família nas minha relações: eles iam a minha casa e eu a casa deles. Foi sempre assim.Era popular na escola?Mais ou menos. Era assim um bocadinho excêntrica. Vestia colants malucos, andava de saltos altos, com mini-saias e boinas. Sempre dei muito nas vistas por ser diferente: tinha o meu lado feminino, por andar sempre arranjadinha, mas também o de maria-rapaz, que jogava à bola com os rapazes.E a moda, como surgiu na sua vida?Os meus colegas inscreveram-me, sem eu saber, num concurso de escolas. Eu ia lá acompanhar um grupo de raparigas, porque fazia parte da associação de estudantes, e vi lá o meu nome inscrito. Ganhei o concurso, e a partir daí entrei para a Central Models.Continua na moda?Hoje em dia a moda é mais um hóbi do que um trabalho a tempo inteiro. Sou modelo mas acho que as pessoas me vêem mais como figura pública.Gosta da fama?Nunca tive de lidar com o lado ‘chato’ da fama. Tenho sido bem tratada, por isso não tenho de que me queixar.REFLEXOO que vê quando se olha ao espelho?Acima de tudo, vejo uma rapariga de 31 anos muito feliz e de bem com a vida.Gosta do que vê?Sim, não posso queixar-me. Cada fase da nossa vida é diferente e todas elas são boas. Mas gosto daquela pela qual estou a passar.Alguma vez lhe apeteceu partir o espelho?Não, porque dá azar, dizem. Já parti uma vez, há mais de sete anos, e não acho que tenha tido azar. Mas, pelo sim, pelo não, mais vale não partir mais nenhum.Quem gostaria de ver reflectido no espelho?Ninguém. Gosto de me ver a mim própria. Quando eu desejar ver outra pessoa que não eu no espelho é porque alguma coisa está mal.Pessoa de referência?Os meus pais, porque sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida e porque foram eles que me deram as bases da minha educação.Um momento marcante na sua vida?O meu casamento com o Rubim. Foi um momento muito especial e importante.Qualidade e defeito?Penso que são a mesma coisa: acreditar demasiado nas pessoas. É uma qualidade mas também pode ser um defeito e confundir-se facilmente com ingenuidade.fonte: correio da manhã


Dois meses depois de ter posado nua, o ensaio que fez para a edição número 1 da ‘Playboy’ trouxe-lhe mais coisas boas ou más?Tento tirar sempre as coisas positivas de tudo aquilo que faço. As negativas aparecem, marcam, mas depois passam. Este trabalho foi bom para mim, para a minha carreira. Foi um marco, pelo facto de ter sido a número 1 portuguesa. Mas as coisas más também nos fazem crescer, por isso o balanço é muito positivo.Já recebeu algum convite profissional depois de ter posado despida?Sim, já recebi propostas, que ainda estão em análise.Qual foi a reacção das pessoas na rua?Dão-me os parabéns, mas principalmente ao Rubim. Muitos homens vão ter com ele na rua e dizem: 'Dê os parabéns à sua esposa, que está muito bonita na revista ‘Playboy’.' Não sei se têm vergonha de falar comigo e preferem ir ter com ele.E ao Rubim não lhe custou que tivesse posado nua?Não, o Rubim é uma das pessoas mais abertas que conheço e, ainda por cima, trabalha na moda, por isso entende. Foi a primeira pessoa a dizer-me que devia aceitar o convite porque, conhecendo o meu trabalho, viu logo que isto ia ser bom para mim. E, por outro lado, sabia que eu não ia fazer nada que ficasse ordinário.Ele esteve presente na produção porque quis ou foi a Mónica que pediu?Fui eu que pedi, porque achei que ia dar mais de mim como modelo e mulher se ele estivesse presente. E foi bom, porque na produção o Rubim chegou a pedir que eu ficasse mais desinibida. Ele não estava preocupado com o que eu pudesse mostrar ou não mas com o facto de o resultado ficar bonito. Estava a ver aquilo como um trabalho que tinha de sair bem.E se fosse ao contrário, como é que a Mónica reagia?Ele é bonito e tem um bom corpo, por isso com certeza que iria ficar bem nas fotos. É estranho, porque o corpo do homem é diferente, mas se o Rubim quisesse posar nu eu iria dar-lhe toda a força.Pensa que ainda há preconceito das pessoas em posar para a ‘Playboy’?Não, julgo que isso já passou, foi mais complicado para mim por ter sido a primeira. Hoje sei que há muita gente que gostaria de posar mas que a ‘Playboy’ não quer, por não ser o tipo de imagem que eles pretendem. Eles têm uma imagem pré-definida e sabem o tipo de mulher que querem para a capa. De qualquer forma, vou apoiar quem vier a seguir. Como colegas de profissão, devíamos apoiar-nos nestas coisas e ficar contentes umas pelas outras. Tenho pena de que isso nem sempre aconteça – mas posso dizer que a maior parte das minhas colegas mandaram-me mensagens a dar os parabéns.Sente que foi uma mulher de coragem por ter feito o primeiro número?Tive coragem porque, como fui a primeira, não sabia o que ia acontecer: se ia ser bom para a minha imagem, qual seria a reacção das pessoas. Mas pensei que valia a pena correr o risco e acreditei no projecto.Quando recebeu o convite, aceitou de imediato?Não, ponderei muito. Não foi uma decisão tomada de ânimo leve. Nunca tinha pensado sequer posar nua, muito menos para a ‘Playboy’, que para mim era uma revista que estava lá tão longe. Mas pensei bem – e achei que devia aceitar.Quais foram as opiniões que mais teve em conta?As dos meus pais, do Rubim, dos meus amigos e dos meus avós...O que é que os avós lhe disseram?Foi muito engraçado, porque os meus avós têm 80 e tal anos e vivem no Alentejo, numa aldeia chamada Cunheira, com poucos habitantes. Portanto, seria normal que eles ficassem um bocado apreensivos de ver a neta numas fotos destas. A minha avó disse uma coisa muito gira, que foi: 'Ó filha, tu nunca nos envergonhaste, por isso se achares que é bom para ti faz.' E depois foi à mercearia, que é onde vendem as revistas na aldeia, e disse: 'A minha neta vai aparecer numa revista qualquer, que eu não sei o nome, meio-despida. Mas é assim: ai de quem me venha dizer alguma coisa, que eu não quero saber de nada!' Portanto, isso prova que eles confiam em mim. Sempre lhes mostrei tudo o que fiz na vida, por isso são pessoas que se foram habituando a ver as coisas diferentes que faço. E, além disso, sou casada, não ando para aí de um lado para o outro.Considera-se uma mulher sensual para ter sido escolhida?Sim, julgo que a mistura de raças dá sempre alguma sensualidade às pessoas. A minha mãe é cabo-verdiana e o meu pai é alentejano, por isso fiquei com uma mistura gira.Foi um trabalho bem pago?Foi aquilo que eu considerei justo para o tipo de trabalho que era.Voltaria a posar nua?Depois de o ter feito e ver que correu tudo bem, sim, voltaria a posar nua.Gostou da sua sucessora?Gostei. A Cláudia Jacques é uma mulher muito bonita, que não parece ter 44 anos, e extremamente bem-feita. As fotografias estão, de facto, lindas e fiquei contente de a ver na revista.Contou com o apoio do Rubim nesta decisão. Já estão juntos há muito tempo. Qual é o segredo da vossa relação?Vem de muita amizade, companheirismo e do facto de nos apoiarmos mutuamente. Fazemos tudo juntos, até profissionalmente. Para muitos casais, trabalhar no mesmo sítio é complicado, mas para nós é muito bom. Já estamos habituados e somos um bocadinho o braço-direito um do outro. Tudo isso, o ‘bolo’, faz uma boa relação.Como é que se conheceram?Há muitos, muitos anos. Conheci-o na Central Models, onde éramos colegas de agência, mas onde falei mais com ele foi na Moda Lisboa. Eu estava a trabalhar lá e nesse dia ficámos logo a falar melhor. A partir daí começámos a namoriscar, mas foi uma coisa rápida. Cada um seguiu a sua vida e só passados sete anos é que nos voltámos a encontrar e começámos a namorar a sério. Agora estamos juntos há cinco.Já disse que estava a pensar em filhos...É um desejo de há muito tempo. Penso que a maioria das mulheres sonha em casar e ter filhos, e é claro que esse também é um dos meus desejos. Mas acho que primeiro temos de preparar a nossa vida e só depois pensar em filhos. Os nossos passos foram sempre muito ponderados, e agora, como já temos a nossa vida mais ou menos estruturada, chegou a altura de começarmos a pensar em aumentar a família.Como pensa que vai ser como mãe?Não sei. Só peço é que saiba ensinar os meus filhos a serem boas pessoas, porque isso é o mais importante.Gostava de ter um rapaz ou rapariga?Sempre quis ter um rapaz e o Rubim uma menina, por isso o ideal seria termos gémeos (risos). Venha o que vier, só espero que seja saudável.E considera que o Rubim vai ser um bom pai?Julgo que ele vai ser um excelente pai, porque nós temos muitos amigos com filhos e ele tem uma maneira de lidar com as crianças muito engraçada. Fala com eles como se fossem adultos e eles adoram o Rubim, brincam com ele. Tem mesmo jeito para os miúdos.A sua família não a pressiona, entretanto, para ser mãe?Não, os meus pais já queriam netos mas não insistem nesse capítulo, porque sabem que as coisas vão acontecer naturalmente.O que recorda da sua infância?A minha infância foi muito boa. Eu tinha um grande jardim mesmo em frente à minha casa, então passava lá o tempo a brincar. Tinha muitos amigos na rua e, enquanto as nossas mães estavam no jardim a falar umas com as outras, nós ficávamos até às tantas na brincadeira, porque naquela altura havia segurança na rua. Chegava toda suja a casa. Brinquei muito e tive uma infância muito feliz.Nessa altura, lembra-se o que dizia que gostava de ser?Tanta coisa! Quando era pequena quis ser mulher-polícia e bióloga marinha e, mais para a frente, arquitecta, que julgo que foi o meu último sonho. Sempre tive muitas áreas que gostava de seguir, e mesmo quando fiz os testes psicotécnicos havia uma série de carreiras para as quais eu tinha aptidão. Por isso é que eu, hoje em dia, tento fazer um bocadinho de tudo. Não me restrinjo só a uma área.A moda não era um sonho de pequena?Também era, porque tenho fotografias em miúda toda pintada, com batom e verniz nas unhas. Tinha um tio que era muito virado para as coisas da moda e ele adorava tirar-me fotos com roupas diferentes e a fazer pose.Era uma adolescente rebelde?Nada disso. Eu e a minha irmã sempre fomos muito bem-comportadas. A minha mãe diz-me que nós nunca fazíamos birras e que, graças a Deus, nunca lhes demos problemas. Mesmo naquela fase ‘difícil’ da adolescência nunca dei dores de cabeça aos meus pais. Quando saía, combinava uma hora para estar em casa e era sempre pontual.Teve muitos namorados?Não era muito namoradeira mas tive os meus namorados. O que é engraçado é que foram sempre relações longas, de dois anos e meio. Apresentei todos aos meus pais e envolvia sempre a família nas minha relações: eles iam a minha casa e eu a casa deles. Foi sempre assim.Era popular na escola?Mais ou menos. Era assim um bocadinho excêntrica. Vestia colants malucos, andava de saltos altos, com mini-saias e boinas. Sempre dei muito nas vistas por ser diferente: tinha o meu lado feminino, por andar sempre arranjadinha, mas também o de maria-rapaz, que jogava à bola com os rapazes.E a moda, como surgiu na sua vida?Os meus colegas inscreveram-me, sem eu saber, num concurso de escolas. Eu ia lá acompanhar um grupo de raparigas, porque fazia parte da associação de estudantes, e vi lá o meu nome inscrito. Ganhei o concurso, e a partir daí entrei para a Central Models.Continua na moda?Hoje em dia a moda é mais um hóbi do que um trabalho a tempo inteiro. Sou modelo mas acho que as pessoas me vêem mais como figura pública.Gosta da fama?Nunca tive de lidar com o lado ‘chato’ da fama. Tenho sido bem tratada, por isso não tenho de que me queixar.REFLEXOO que vê quando se olha ao espelho?Acima de tudo, vejo uma rapariga de 31 anos muito feliz e de bem com a vida.Gosta do que vê?Sim, não posso queixar-me. Cada fase da nossa vida é diferente e todas elas são boas. Mas gosto daquela pela qual estou a passar.Alguma vez lhe apeteceu partir o espelho?Não, porque dá azar, dizem. Já parti uma vez, há mais de sete anos, e não acho que tenha tido azar. Mas, pelo sim, pelo não, mais vale não partir mais nenhum.Quem gostaria de ver reflectido no espelho?Ninguém. Gosto de me ver a mim própria. Quando eu desejar ver outra pessoa que não eu no espelho é porque alguma coisa está mal.Pessoa de referência?Os meus pais, porque sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida e porque foram eles que me deram as bases da minha educação.Um momento marcante na sua vida?O meu casamento com o Rubim. Foi um momento muito especial e importante.Qualidade e defeito?Penso que são a mesma coisa: acreditar demasiado nas pessoas. É uma qualidade mas também pode ser um defeito e confundir-se facilmente com ingenuidade.fonte: correio da manhã

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