blog dAs Mós

30-06-2011
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Carrego a minha cruz como outro diabrete qualquer

nesta procissão de passos prontos, incandescentes,

rezo ave-marias e salve rainhas à virgem e ao anjo

figuras que não vi, não conheço, transcendentes...

Foguetes não há. A imagem triunfante vai aos ombros

de quatro moços a mando das mordomas da festa

e por curtinha que seja a volta, a contornar o terreiro,

voltam aperreados de calor, gotas de suor na testa

Ouve-se o arrastar sacrificado dos pés nas lages

todos seguem a virgem mãe que os precedeu na dor

e aquela cadência de pés é um compasso de banda

ou a brancura das flores com que se enfeita o andor.

Há romeiras que vêm de longe à procissão da aldeia

trazem filhos e maridos, nem sempre boas criaturas,

a cumprirem promessas que lhes darão a vida inteira

aquele sossego dos justos de que falam as escrituras

A cada passo uma dor de cravo penetra mais fundo

dramticamente como suplícios que Ele sofreu na cruz

"--Se eu eu der à luz sem dores ..." reza de esperanças

"hei-de beijar-te sempre ao deitar, meu amado Jesus"

Guindada bem a cruz no alto, canta-lhe o sacerdote

e só com a resposta de todos a oração fica pronta.

Mesmo que não conheçam bem as teologias a fundo

só o que vai dentro da alma de cada um é que conta!...

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Carrego a minha cruz como outro diabrete qualquer

nesta procissão de passos prontos, incandescentes,

rezo ave-marias e salve rainhas à virgem e ao anjo

figuras que não vi, não conheço, transcendentes...

Foguetes não há. A imagem triunfante vai aos ombros

de quatro moços a mando das mordomas da festa

e por curtinha que seja a volta, a contornar o terreiro,

voltam aperreados de calor, gotas de suor na testa

Ouve-se o arrastar sacrificado dos pés nas lages

todos seguem a virgem mãe que os precedeu na dor

e aquela cadência de pés é um compasso de banda

ou a brancura das flores com que se enfeita o andor.

Há romeiras que vêm de longe à procissão da aldeia

trazem filhos e maridos, nem sempre boas criaturas,

a cumprirem promessas que lhes darão a vida inteira

aquele sossego dos justos de que falam as escrituras

A cada passo uma dor de cravo penetra mais fundo

dramticamente como suplícios que Ele sofreu na cruz

"--Se eu eu der à luz sem dores ..." reza de esperanças

"hei-de beijar-te sempre ao deitar, meu amado Jesus"

Guindada bem a cruz no alto, canta-lhe o sacerdote

e só com a resposta de todos a oração fica pronta.

Mesmo que não conheçam bem as teologias a fundo

só o que vai dentro da alma de cada um é que conta!...

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