Racismos

15-08-2015
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O cartaz acima reproduzido foi fotografado por um passageiro da SNCF (a CP francesa) e destinava-se aos fiscais; diz que nas últimas semanas se observaram “problemas com romenos”, pede vigilância e convida a comunicar “factos cometidos por romenos” a um serviço de segurança. Quem não vive em França pode estranhar a estigmatização de uma nacionalidade que tem origem na proximidade de “roumain” (romeno) com “rom” (cigano), o autor do cartaz quis provávelmente evitar um processo por racismo ou ficar politicamente correcto. Já no passado dia 27 de Janeiro o revisor de um Paris-Nice não teve pruridos quando anunciou no microfone “assinala-se a presença de três ciganas no comboio, tenham cuidado com as bagagens”.

Apesar de muitos anos de luta contra o racismo subsiste na Europa ocidental uma colecção de estereótipos racistas quer seja na linguagem corrente como o uso do termo somítico em Português ou da expressão “travail d’arabe” em francês ou nos preconceitos do tipo os “pretos são preguiçosos”. O problema é acentuado pelo exemplo que vem de cima, quantas vezes não ouvi polícias perguntar se um suspeito é de “tipo magrebino”? Pior ainda é o exemplo recente da campanha eleitoral em curso em França em que um candidato da direita diz, a propósito do numero um da lista PS de Seine-Saint Denis, Ali Soumaré, que este tem um nome de “jogador da reserva do PSG”.

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O cartaz acima reproduzido foi fotografado por um passageiro da SNCF (a CP francesa) e destinava-se aos fiscais; diz que nas últimas semanas se observaram “problemas com romenos”, pede vigilância e convida a comunicar “factos cometidos por romenos” a um serviço de segurança. Quem não vive em França pode estranhar a estigmatização de uma nacionalidade que tem origem na proximidade de “roumain” (romeno) com “rom” (cigano), o autor do cartaz quis provávelmente evitar um processo por racismo ou ficar politicamente correcto. Já no passado dia 27 de Janeiro o revisor de um Paris-Nice não teve pruridos quando anunciou no microfone “assinala-se a presença de três ciganas no comboio, tenham cuidado com as bagagens”.

Apesar de muitos anos de luta contra o racismo subsiste na Europa ocidental uma colecção de estereótipos racistas quer seja na linguagem corrente como o uso do termo somítico em Português ou da expressão “travail d’arabe” em francês ou nos preconceitos do tipo os “pretos são preguiçosos”. O problema é acentuado pelo exemplo que vem de cima, quantas vezes não ouvi polícias perguntar se um suspeito é de “tipo magrebino”? Pior ainda é o exemplo recente da campanha eleitoral em curso em França em que um candidato da direita diz, a propósito do numero um da lista PS de Seine-Saint Denis, Ali Soumaré, que este tem um nome de “jogador da reserva do PSG”.

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