3,7 milhões nas ruas de França. “Que o espírito deste 11 de janeiro permaneça”

19-04-2015
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Ainda com o estado de alerta terrorista no nível máximo em Paris, cerca de 3,7 milhões de pessoas manifestaram-se por toda a França em solidariedade para com as vítimas dos ataques terroristas desta semana. Só na capital juntaram-se 1,5 milhões de pessoas, entre as quais dezenas de líderes mundiais, o que exigiu um reforço da segurança por parte das autoridades. Estiveram cerca de 2.200 agentes da polícia nas ruas parisienses, bem como 1.350 militares do exército. A polícia colocou snipers nos telhados e brigadas de desativação de explosivos em alerta, para que a ameaça de novos atentados terroristas na capital francesa não passem disso mesmo.

A manifestação arrancou às 15h, com as primeiras filas ocupadas pelos líderes políticos como a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, o líder israelita Benjamin Netanyahu, Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês, e os reis Abdullah e Rania da Jordânia. A representar Portugal estavam o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República.

Depois do desfile dos políticos, vários deslocaram-se ainda à Grande Sinagoga de Paris, onde Hollande sentou-se ao lado de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, que agradeceu a solidariedade dos franceses.

Segundo a France Press, cerca de 3,3 milhões de pessoas manifestaram-se em todo o país. O Le Figaro fez uma infografia interativa no seu liveblog. Ao fim do dia, o próprio Governo divulgou os seus números: uns impressionantes 3,7 milhões de pessoas.

Le Figaro

Já no sábado foram feitas, um pouco por toda a França, manifestações de homenagem às dezassete pessoas mortas nos últimos três dias, nomeadamente os membros da redação do Charlie Hebdo, os polícias e os reféns do supermercado judaico sequestrado na sexta-feira. As manifestações, maioritariamente silenciosas, têm também como objetivo defender a liberdade de expressão e de imprensa. Nice, Caen, Pau, Limoges e Marselha foram apenas algumas cidades francesas que reuniram milhares de pessoas nas suas ruas.

No cenário da política interna francesa, a ausência mais sonante foi a da líder da Frente Nacional. Marine Le Pen que não foi mesmo à manifestação – que se esperava e se confirmou ser uma das maiores da História de França -, preferindo manifestar-se na cidade de Beaucaire, na Provença. A propósito das manifestações que já este sábado se viram, o primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que o país está em “guerra contra o terrorismo” e pediu uma grande mobilização da sociedade francesa para estas demonstrações de unidade.

Num curto vídeo na sua conta de Twitter, Marine Le Pen veio dizer que esta é uma altura de união e que a altura de ajustar contas virá depois. Apela a que os franceses participem nestas manifestações, mas diz considerar “incompreensível” um partido como a Frente Nacional ser posto de lado. “Os meus compatriotas franceses serão os juízes quando aqueles que apelam à liberdade aplicam na prática a exclusão”, acusou a líder da Frente Nacional.

Morreram 12 pessoas no ataque à redação do jornal Charlie Hebdo – entre eles cartoonistas como Cabu, Charb e Honoré -, uma polícia na quinta-feira e quatro reféns num supermercado durante o dia de ontem. Os três homens responsáveis por estes ataques foram mortos pela polícia, e continua a ser procurada uma quarta pessoa, uma mulher, companheira do homem que na sexta-feira matou quatro pessoas num supermercado em Paris.

Nos próximos dias vai haver uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia para apertar o controlo nas fronteiras da Europa como resposta a estes atos terroristas e o Acordo de Schengen deverá ser visto.

Companheira de sequestrador do supermercado estará na Síria

Entretanto, nas investigações policiais, descobriu-se que Hayat Boumedienne, companheira de Amedy Coulibaly, procurada por supostamente ter ajudado este último a matar uma mulher polícia em Montrouge e a barricar-se num supermercado judaico em Porte de Vincennes, estará na Síria, afirma a polícia francesa. Hayat, de 26 anos, terá viajado de avião de Madrid para Istambul no segundo dia do ano, na companhia de um homem cujo irmão está referenciado pelos serviços secretos.

O Observador estará, nas próximas horas, em direto, a acompanhar as últimas notícias sobre os atentados em Paris.

Ainda com o estado de alerta terrorista no nível máximo em Paris, cerca de 3,7 milhões de pessoas manifestaram-se por toda a França em solidariedade para com as vítimas dos ataques terroristas desta semana. Só na capital juntaram-se 1,5 milhões de pessoas, entre as quais dezenas de líderes mundiais, o que exigiu um reforço da segurança por parte das autoridades. Estiveram cerca de 2.200 agentes da polícia nas ruas parisienses, bem como 1.350 militares do exército. A polícia colocou snipers nos telhados e brigadas de desativação de explosivos em alerta, para que a ameaça de novos atentados terroristas na capital francesa não passem disso mesmo.

A manifestação arrancou às 15h, com as primeiras filas ocupadas pelos líderes políticos como a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, o líder israelita Benjamin Netanyahu, Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês, e os reis Abdullah e Rania da Jordânia. A representar Portugal estavam o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República.

Depois do desfile dos políticos, vários deslocaram-se ainda à Grande Sinagoga de Paris, onde Hollande sentou-se ao lado de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, que agradeceu a solidariedade dos franceses.

Segundo a France Press, cerca de 3,3 milhões de pessoas manifestaram-se em todo o país. O Le Figaro fez uma infografia interativa no seu liveblog. Ao fim do dia, o próprio Governo divulgou os seus números: uns impressionantes 3,7 milhões de pessoas.

Le Figaro

Já no sábado foram feitas, um pouco por toda a França, manifestações de homenagem às dezassete pessoas mortas nos últimos três dias, nomeadamente os membros da redação do Charlie Hebdo, os polícias e os reféns do supermercado judaico sequestrado na sexta-feira. As manifestações, maioritariamente silenciosas, têm também como objetivo defender a liberdade de expressão e de imprensa. Nice, Caen, Pau, Limoges e Marselha foram apenas algumas cidades francesas que reuniram milhares de pessoas nas suas ruas.

No cenário da política interna francesa, a ausência mais sonante foi a da líder da Frente Nacional. Marine Le Pen que não foi mesmo à manifestação – que se esperava e se confirmou ser uma das maiores da História de França -, preferindo manifestar-se na cidade de Beaucaire, na Provença. A propósito das manifestações que já este sábado se viram, o primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que o país está em “guerra contra o terrorismo” e pediu uma grande mobilização da sociedade francesa para estas demonstrações de unidade.

Num curto vídeo na sua conta de Twitter, Marine Le Pen veio dizer que esta é uma altura de união e que a altura de ajustar contas virá depois. Apela a que os franceses participem nestas manifestações, mas diz considerar “incompreensível” um partido como a Frente Nacional ser posto de lado. “Os meus compatriotas franceses serão os juízes quando aqueles que apelam à liberdade aplicam na prática a exclusão”, acusou a líder da Frente Nacional.

Morreram 12 pessoas no ataque à redação do jornal Charlie Hebdo – entre eles cartoonistas como Cabu, Charb e Honoré -, uma polícia na quinta-feira e quatro reféns num supermercado durante o dia de ontem. Os três homens responsáveis por estes ataques foram mortos pela polícia, e continua a ser procurada uma quarta pessoa, uma mulher, companheira do homem que na sexta-feira matou quatro pessoas num supermercado em Paris.

Nos próximos dias vai haver uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia para apertar o controlo nas fronteiras da Europa como resposta a estes atos terroristas e o Acordo de Schengen deverá ser visto.

Companheira de sequestrador do supermercado estará na Síria

Entretanto, nas investigações policiais, descobriu-se que Hayat Boumedienne, companheira de Amedy Coulibaly, procurada por supostamente ter ajudado este último a matar uma mulher polícia em Montrouge e a barricar-se num supermercado judaico em Porte de Vincennes, estará na Síria, afirma a polícia francesa. Hayat, de 26 anos, terá viajado de avião de Madrid para Istambul no segundo dia do ano, na companhia de um homem cujo irmão está referenciado pelos serviços secretos.

O Observador estará, nas próximas horas, em direto, a acompanhar as últimas notícias sobre os atentados em Paris.

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