DIÁLOGO IMAGINÁRIO COM O MIGUEL MACEDO – “Biltre, cabotino, mentecapto, lorpa, palhaço, morcão, bronco, sabujo, tacanho, grunho, pilantra, lambão, pulha, bacoco, execrando, bruto, cabresto, pimpÃ

08-11-2013
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“Estas manifestações são planeadas, são coordenadas e têm um objectivo.”

Ora senhor Miguel Macedo, há algum problema em planear, coordenar e ter objectivos nas manifestações? O que preferia? Manifestações selvagens, descoordenadas e sem nenhum propósito?

“Elas não acontecem só em Portugal.”

Naturalmente. Elas acontecem um pouco por todos os países, em proporção com o seu índice de descontentamento. Não contente em calar os seus cidadãos à bastonada ainda queria calar os de “além-mar”?

“Não é o MAI que está a ver coisas muito esquisitas na cabeça. Não. Isto acontece noutros paises, isto está referenciado noutros países.”

Com quem anda a falar, diga-nos lá… Anda a receber informações do Ministro da Administração Interna do Estado Espanhol, da Grécia, da Irlanda ou há quem lhe esteja a passar outro tipo de relatórios debaixo da mesa e não nos pode dizer o nome?

“Isto até tem publicações. algumas delas estão disponiveis. Os senhores até podem ver a internet.”

Alguém repara no tom de desdenho face à publicação livre? Se há publicações que ultrapassam os limites da legalidade, o que espera para as chamar à barra do tribunal? Será que o senhor ministro receia que os únicos a ter que responder sejam os agentes que animam o fórum da GNR, onde se classifica os manifestantes de “bovinos” e se defende que quem está indignado por ter sido ferido pelas forças repressivas deve ser “abarbatado” e “levar bastonadas até cair e cooperar”?

“Há planeamento, por parte de alguns destes grupos, que ensinam como é que se fazem as coisas. Como é que se planeia. Quem fica atrás a fazer o quê. Quem anda com câmaras de filmar e de fotografar. Quem, em determinado momento numa manifestação, se retira, vai ao pé de um portátil, e emite imediatamente para a rede aquilo que está a acontecer e que ele quis fotografar ou filmar. Isto acontece de forma concertada e planeada.”Â

E este bafio ao registo jornalístico da violência policial senhor Macedo, foi beber onde? Que tipo de ditadura quer importar e que leis já regem o seu Ministério sem terem tido direito a sufrágio? Sobra-lhe gota de sentido democrático? Quantas Constituições já queimou desde que tomou posse? Quem comprovadamente plantou provocadores na greve geral de Novembro e planeou, face ao fracasso da estratégia, uma carga indiscriminada sobre os manifestantes, os jornalistas, os turistas e quem mais se estivesse no caminho na greve geral de Março?

“Nós não estamos a falar de um conjunto de cidadãos que ocasionalmente se reúne e no meio da manifestação a coisa deu para o torto. Não. Deu para o torto porque em muitas destas situações foi planeado que desse para o torto.”Â

E baseia-se em que factos? É que comprovadamente quem planeou a violência, recorrendo a duas estratégias distintas, foi o senhor ministro e só por gestão de tempo ainda não lhe foi retirada a tutela. Acha mesmo que no PSD não vai haver quem aproveite tanta trapalhada para o fazer cair da cadeira?

“Vamos falar tudo. É exactamente assim.”

Não é caro Macedo. A verdade está escarrapachada em cada canto e já tudo foi falado sobre o assunto. O que é exactamente assim é a descredibilização total e absoluta dos seus poucos meses governação. O que é exactamente assim é que não se safa de bater com os costados na barra de tribunal e de nunca mais, mesmo depois de abdicar ou de ser remodelado, poderá andar na rua sem ser confrontado com o juízo popular. O que é exactamente assim é que o Macedo será um exilado no país que ainda governa, e o degredo não é garantido que acabe nem depois do purgatório.  O que é exactamente assim é que sobre o assunto não queria dar uma palavra mas já levou com uma comissão de inquérito no Parlamento, duas estratégias desmontadas pelos movimentos sociais, polícias no estaleiro, um director da PSP exonerado e o seu mandato preso por um fio.

“E tentam reverter depois, atraves da manipulação que fazem, através da, em principio e muitas vezes nas redes sociais, e do eco que encontram na comunicação social, tentam reverter essa situação em desfavor das forças de segurança.”

Mas acha mesmo que se houvesse um único elemento capaz de reverter a situação a favor das forças repressivas do Estado ele não seria publicado em cada pasquim da sua confiança? Mesmo sem os haver não se lembra da cunha que pediu ao Balsemão para repetir à exaustão e sem contraditório a aldrabice que queria impor sobre o que se passou no Chiado? Ou foi por interposta pessoa? Foi o Relvas que foi ao beija-mão fazer o frete? Não acha que devia moderar ou pelo menos conseguir esconder o nojo que revela pela pouca liberdade de imprensa que ainda nos resta?

“Continuar a ouvir, em 2012, falar de PSP como força de repressão é uma coisa que eu acho que deve fazer pensar todos. Uma força de segurança num estado democrático não é uma força de repressão. É uma força que garante o direito dos cidadãos, o exercicio dos direitos do cidadãos, da segurança dos cidadãos, e é uma força que garante a ordem democrática. Não é uma força de repressão.”

Ai Macedo, Macedo, já quase nada o garante. É que ao abandonar aqueles que cumpriram com as suas ordem e permitir que sejam levados à justiça ou castigados sem a sua companhia, é fazer com que sejam os seus súbditos os primeiros a ter vontade de o caçar numa esquina (sim, não fique pela passagem citada no Fórum da GNR, pesquise-se por entre toda aquela literatura). Abdique agora com um bom argumento pessoal, alegando a carreira ou a família, ou faça-se gente e tire as mesmas consequências que os agentes sancionados. Não espere que o Passos faça de si o que o senhor fez com a polícia ou que a polícia o procure surpreender como ordenou que ela surpreendesse o movimento. Não permitam que outros o usem para lavar a imagem do governo a meio do turno e à sua conta consiga mais um par de dias no poder. É que se as tutelas vão e vêm,  há actos que nunca vão correr o risco de amnésia. O bastão é o maior inimigo do corpo mas o melhor amigo da memória. Quem os ordena raramente cai no esquecimento.

“Estas manifestações são planeadas, são coordenadas e têm um objectivo.”

Ora senhor Miguel Macedo, há algum problema em planear, coordenar e ter objectivos nas manifestações? O que preferia? Manifestações selvagens, descoordenadas e sem nenhum propósito?

“Elas não acontecem só em Portugal.”

Naturalmente. Elas acontecem um pouco por todos os países, em proporção com o seu índice de descontentamento. Não contente em calar os seus cidadãos à bastonada ainda queria calar os de “além-mar”?

“Não é o MAI que está a ver coisas muito esquisitas na cabeça. Não. Isto acontece noutros paises, isto está referenciado noutros países.”

Com quem anda a falar, diga-nos lá… Anda a receber informações do Ministro da Administração Interna do Estado Espanhol, da Grécia, da Irlanda ou há quem lhe esteja a passar outro tipo de relatórios debaixo da mesa e não nos pode dizer o nome?

“Isto até tem publicações. algumas delas estão disponiveis. Os senhores até podem ver a internet.”

Alguém repara no tom de desdenho face à publicação livre? Se há publicações que ultrapassam os limites da legalidade, o que espera para as chamar à barra do tribunal? Será que o senhor ministro receia que os únicos a ter que responder sejam os agentes que animam o fórum da GNR, onde se classifica os manifestantes de “bovinos” e se defende que quem está indignado por ter sido ferido pelas forças repressivas deve ser “abarbatado” e “levar bastonadas até cair e cooperar”?

“Há planeamento, por parte de alguns destes grupos, que ensinam como é que se fazem as coisas. Como é que se planeia. Quem fica atrás a fazer o quê. Quem anda com câmaras de filmar e de fotografar. Quem, em determinado momento numa manifestação, se retira, vai ao pé de um portátil, e emite imediatamente para a rede aquilo que está a acontecer e que ele quis fotografar ou filmar. Isto acontece de forma concertada e planeada.”Â

E este bafio ao registo jornalístico da violência policial senhor Macedo, foi beber onde? Que tipo de ditadura quer importar e que leis já regem o seu Ministério sem terem tido direito a sufrágio? Sobra-lhe gota de sentido democrático? Quantas Constituições já queimou desde que tomou posse? Quem comprovadamente plantou provocadores na greve geral de Novembro e planeou, face ao fracasso da estratégia, uma carga indiscriminada sobre os manifestantes, os jornalistas, os turistas e quem mais se estivesse no caminho na greve geral de Março?

“Nós não estamos a falar de um conjunto de cidadãos que ocasionalmente se reúne e no meio da manifestação a coisa deu para o torto. Não. Deu para o torto porque em muitas destas situações foi planeado que desse para o torto.”Â

E baseia-se em que factos? É que comprovadamente quem planeou a violência, recorrendo a duas estratégias distintas, foi o senhor ministro e só por gestão de tempo ainda não lhe foi retirada a tutela. Acha mesmo que no PSD não vai haver quem aproveite tanta trapalhada para o fazer cair da cadeira?

“Vamos falar tudo. É exactamente assim.”

Não é caro Macedo. A verdade está escarrapachada em cada canto e já tudo foi falado sobre o assunto. O que é exactamente assim é a descredibilização total e absoluta dos seus poucos meses governação. O que é exactamente assim é que não se safa de bater com os costados na barra de tribunal e de nunca mais, mesmo depois de abdicar ou de ser remodelado, poderá andar na rua sem ser confrontado com o juízo popular. O que é exactamente assim é que o Macedo será um exilado no país que ainda governa, e o degredo não é garantido que acabe nem depois do purgatório.  O que é exactamente assim é que sobre o assunto não queria dar uma palavra mas já levou com uma comissão de inquérito no Parlamento, duas estratégias desmontadas pelos movimentos sociais, polícias no estaleiro, um director da PSP exonerado e o seu mandato preso por um fio.

“E tentam reverter depois, atraves da manipulação que fazem, através da, em principio e muitas vezes nas redes sociais, e do eco que encontram na comunicação social, tentam reverter essa situação em desfavor das forças de segurança.”

Mas acha mesmo que se houvesse um único elemento capaz de reverter a situação a favor das forças repressivas do Estado ele não seria publicado em cada pasquim da sua confiança? Mesmo sem os haver não se lembra da cunha que pediu ao Balsemão para repetir à exaustão e sem contraditório a aldrabice que queria impor sobre o que se passou no Chiado? Ou foi por interposta pessoa? Foi o Relvas que foi ao beija-mão fazer o frete? Não acha que devia moderar ou pelo menos conseguir esconder o nojo que revela pela pouca liberdade de imprensa que ainda nos resta?

“Continuar a ouvir, em 2012, falar de PSP como força de repressão é uma coisa que eu acho que deve fazer pensar todos. Uma força de segurança num estado democrático não é uma força de repressão. É uma força que garante o direito dos cidadãos, o exercicio dos direitos do cidadãos, da segurança dos cidadãos, e é uma força que garante a ordem democrática. Não é uma força de repressão.”

Ai Macedo, Macedo, já quase nada o garante. É que ao abandonar aqueles que cumpriram com as suas ordem e permitir que sejam levados à justiça ou castigados sem a sua companhia, é fazer com que sejam os seus súbditos os primeiros a ter vontade de o caçar numa esquina (sim, não fique pela passagem citada no Fórum da GNR, pesquise-se por entre toda aquela literatura). Abdique agora com um bom argumento pessoal, alegando a carreira ou a família, ou faça-se gente e tire as mesmas consequências que os agentes sancionados. Não espere que o Passos faça de si o que o senhor fez com a polícia ou que a polícia o procure surpreender como ordenou que ela surpreendesse o movimento. Não permitam que outros o usem para lavar a imagem do governo a meio do turno e à sua conta consiga mais um par de dias no poder. É que se as tutelas vão e vêm,  há actos que nunca vão correr o risco de amnésia. O bastão é o maior inimigo do corpo mas o melhor amigo da memória. Quem os ordena raramente cai no esquecimento.

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