A minha moção de censura é maior que a tua

09-10-2015
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Que o parlamento português é uma espécie de recreio dos partidos políticos já não é grande novidade. Os betos e os dreads dos anos 90 integraram agora outro tipo de grupos: os grupos parlamentares. E, em termos comportamentais, a transferência do recreio da escola para o plenário da AR não mudou grande coisa. "A minha bancada é melhor que a tua. Nós fizemos isto, vocês aquilo. O nosso ministro da defesa defende melhor que o vosso." Birras e amuos. Tudo resolvido em debates televisivos noite dentro, onde estranhamente os políticos destes país estendem a sua actuação, provavelmente bem pagos para o efeito. Ali, no estúdio, não os vemos tão agarrados ao papel de jornal, ao Facebook ou ao Twitter. Até porque o recreio termina quando saem do edifício da AR. Agora há que passar a imagem do político responsável, trabalhador e preocupado com o estado da nação.

Mas passemos à figura da moção de censura. A moção de censura é uma espécie de arma de arremesso que os partidos da oposição usam para mostrarem a suposta força que detêm. Na escola, chama-se a isto "fazer uma espera". Um grupo de putos junta-se porque um elemento, ou vários, de outro grupo fez qualquer coisa que tornou necessário o confronto, a censura e por vezes um "agarra-me, que eu parto-o todo". Empurrões para aqui e para ali e acaba tudo a jogar à bola. Em termos práticos, as moções de censura são como fazer aquele gesto de quem vai atirar qualquer coisa e vemos a outra pessoa encolher-se toda. Resumindo: não servem para absolutamente nada.

Em termos políticos, demonstram que a medição de pilinhas continua pela vida fora, não se fica pelos recreios da escola e ginásios de liceu. A minha moção é maior que a tua. As tuas medidas são mais austeras que as minhas. "Este Governo começou a falhar quando começou a mentir." - disse Francisco Assis, certamente esquecido dos seis anos de devaneios socialistas. "Censuro, logo existo" - respondeu Montenegro, após consulta à página da Wikipédia de René Descartes, acusando a moção de censura ao Governo, apresentada pelo PS, de ser "politicamente frouxa". Lá estão as pilinhas, novamente.

A banalização das moções de censura levou a que hoje sejam pouco mais do que uma tarde passada a discutir a falta de orientação de uns e a incompetência dos outros. Isto quando todos sabemos que uns e outros convivem bem com a desorientação generalizada, e com a incompetência da maioria. Está feito para ser assim, desde a escola primária.

Na página oficial donojuntam-se pessoas que gostam e que não gostam, que odeiam e que adoram, que veneram e que detestam, mas que não são indiferentes a este blogue do Expresso. Dê um passo e junte-se a nós. Clique no link para aceder à página do 100 Reféns no Facebook

Que o parlamento português é uma espécie de recreio dos partidos políticos já não é grande novidade. Os betos e os dreads dos anos 90 integraram agora outro tipo de grupos: os grupos parlamentares. E, em termos comportamentais, a transferência do recreio da escola para o plenário da AR não mudou grande coisa. "A minha bancada é melhor que a tua. Nós fizemos isto, vocês aquilo. O nosso ministro da defesa defende melhor que o vosso." Birras e amuos. Tudo resolvido em debates televisivos noite dentro, onde estranhamente os políticos destes país estendem a sua actuação, provavelmente bem pagos para o efeito. Ali, no estúdio, não os vemos tão agarrados ao papel de jornal, ao Facebook ou ao Twitter. Até porque o recreio termina quando saem do edifício da AR. Agora há que passar a imagem do político responsável, trabalhador e preocupado com o estado da nação.

Mas passemos à figura da moção de censura. A moção de censura é uma espécie de arma de arremesso que os partidos da oposição usam para mostrarem a suposta força que detêm. Na escola, chama-se a isto "fazer uma espera". Um grupo de putos junta-se porque um elemento, ou vários, de outro grupo fez qualquer coisa que tornou necessário o confronto, a censura e por vezes um "agarra-me, que eu parto-o todo". Empurrões para aqui e para ali e acaba tudo a jogar à bola. Em termos práticos, as moções de censura são como fazer aquele gesto de quem vai atirar qualquer coisa e vemos a outra pessoa encolher-se toda. Resumindo: não servem para absolutamente nada.

Em termos políticos, demonstram que a medição de pilinhas continua pela vida fora, não se fica pelos recreios da escola e ginásios de liceu. A minha moção é maior que a tua. As tuas medidas são mais austeras que as minhas. "Este Governo começou a falhar quando começou a mentir." - disse Francisco Assis, certamente esquecido dos seis anos de devaneios socialistas. "Censuro, logo existo" - respondeu Montenegro, após consulta à página da Wikipédia de René Descartes, acusando a moção de censura ao Governo, apresentada pelo PS, de ser "politicamente frouxa". Lá estão as pilinhas, novamente.

A banalização das moções de censura levou a que hoje sejam pouco mais do que uma tarde passada a discutir a falta de orientação de uns e a incompetência dos outros. Isto quando todos sabemos que uns e outros convivem bem com a desorientação generalizada, e com a incompetência da maioria. Está feito para ser assim, desde a escola primária.

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