Será "muito difícil" conciliar programa do Syriza com regras europeias

10-05-2015
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Será "muito difícil" conciliar programa do Syriza com regras europeias

Paulo Zacarias Gomes

paulo.gomes@economico.pt

26 Jan 2015

Numa das reacções europeias mais adversas à vitória da extrema-esquerda na Grécia, o primeiro-ministro português diz que algumas das ideias do Syriza são um "conto de crianças".

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou hoje que o programa eleitoral que ontem foi votado pelos gregos terá "muitas dificuldades" em ser conciliado com as regras europeias de estabilidade orçamental, mas desejou que isso possa vir a acontecer.

"O programa tem muitas dificuldades em ser conciliado com aquilo que são as regras europeias. Mas desejo que isso possa acontecer", disse esta segunda-feira o governante em declarações aos jornalistas em Lisboa. Passos vincou ainda as diferenças entre Portugal e a Irlanda - que conseguiram terminar os seus planos de assistência financeira dentro do calendário previsto e que, no caso de Portugal, corrigiu o défice - e a Grécia, um caso "muito especial" e que precisou de uma segunda ajuda por parte da ‘troika'.

"[A Grécia] é um caso muito especial, o único na União Europeia, em que no fim do programa de assistência financeira foi preciso um novo programa e não se tem a certeza de que não seja preciso um terceiro", disse, referindo ainda ter "pena que a Grécia ainda não tenha conseguido resolver a sua situação". O primeiro-ministro defendeu ainda ser necessário cumprir as regras sem as quais "a Europa desintegra-se" e não haveria euro nem União Europeia como a conhecemos.

"Não é possível que um país não queira assumir os seus compromissos, pagar as suas dívidas, aumentar os salários e ter financiamento sem contrapartidas. Isso não existe. Não está disponível para a Grécia nem para nenhum outro", afirmou. "Isso é um conto de crianças, isso não existe", acrescentou.

Passos salientou ainda o "esforço tremendo" dos gregos para recuperar a situação económica e reduzir o défice e avisou que o novo governo continuará a precisar "das instituições financeiras, da "troika", para fechar o seu programa e conseguir atingir os seus objectivos".

"Ninguém impõe aos governos o que quer que seja. Os países escolhem os seus caminhos. Não podem é impor aos outros, unilateralmente, as suas condições, defendeu, criticando ainda o Partido Socialista por ter "uma estratégia muito semelhante à do Bloco de Esquerda, que é a de não cumprir metas nem objectivos e pedir a renegociação do programa".

"Não fechámos o programa de assistência no ano passado por termos seguido a estratégia do Partido Socialista. Foi justamente por ter feito o contrário", concluiu.

Será "muito difícil" conciliar programa do Syriza com regras europeias

Paulo Zacarias Gomes

paulo.gomes@economico.pt

26 Jan 2015

Numa das reacções europeias mais adversas à vitória da extrema-esquerda na Grécia, o primeiro-ministro português diz que algumas das ideias do Syriza são um "conto de crianças".

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou hoje que o programa eleitoral que ontem foi votado pelos gregos terá "muitas dificuldades" em ser conciliado com as regras europeias de estabilidade orçamental, mas desejou que isso possa vir a acontecer.

"O programa tem muitas dificuldades em ser conciliado com aquilo que são as regras europeias. Mas desejo que isso possa acontecer", disse esta segunda-feira o governante em declarações aos jornalistas em Lisboa. Passos vincou ainda as diferenças entre Portugal e a Irlanda - que conseguiram terminar os seus planos de assistência financeira dentro do calendário previsto e que, no caso de Portugal, corrigiu o défice - e a Grécia, um caso "muito especial" e que precisou de uma segunda ajuda por parte da ‘troika'.

"[A Grécia] é um caso muito especial, o único na União Europeia, em que no fim do programa de assistência financeira foi preciso um novo programa e não se tem a certeza de que não seja preciso um terceiro", disse, referindo ainda ter "pena que a Grécia ainda não tenha conseguido resolver a sua situação". O primeiro-ministro defendeu ainda ser necessário cumprir as regras sem as quais "a Europa desintegra-se" e não haveria euro nem União Europeia como a conhecemos.

"Não é possível que um país não queira assumir os seus compromissos, pagar as suas dívidas, aumentar os salários e ter financiamento sem contrapartidas. Isso não existe. Não está disponível para a Grécia nem para nenhum outro", afirmou. "Isso é um conto de crianças, isso não existe", acrescentou.

Passos salientou ainda o "esforço tremendo" dos gregos para recuperar a situação económica e reduzir o défice e avisou que o novo governo continuará a precisar "das instituições financeiras, da "troika", para fechar o seu programa e conseguir atingir os seus objectivos".

"Ninguém impõe aos governos o que quer que seja. Os países escolhem os seus caminhos. Não podem é impor aos outros, unilateralmente, as suas condições, defendeu, criticando ainda o Partido Socialista por ter "uma estratégia muito semelhante à do Bloco de Esquerda, que é a de não cumprir metas nem objectivos e pedir a renegociação do programa".

"Não fechámos o programa de assistência no ano passado por termos seguido a estratégia do Partido Socialista. Foi justamente por ter feito o contrário", concluiu.

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