ABRUPTO

24-01-2012
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CAÇA E RECOLECÇÃO (21): QUEM MANDA NAS PALAVRAS, MANDA EM NÓS

Este interessante panfleto inglês do tempo da II Guerra mostra a luta entre ingleses e alemães por quem manda nas palavras (*) . Um dos homens envolvido neste combate foi George Orwell que, no 1984 , mostrou o papel fundamental do poder político totalitário e da propaganda em acabar com o oldspeak a favor do newspeak .

By 2050—earlier, probably—all real knowledge of Oldspeak will have disappeared. The whole literature of the past will have been destroyed. Chaucer, Shakespeare, Milton, Byron—they'll exist only in Newspeak versions, not merely changed into something different, but actually contradictory of what they used to be. (...) The whole climate of thought will be different. In fact there will be no thought, as we understand it now. Orthodoxy means not thinking—not needing to think. Orthodoxy is unconsciousness. Poucos livros são mais actuais do que o 1984 para compreender como no mundo de hoje falamos cada vez mais newspeak , substituimos a linguagem do real (eu sei que o termo é ambíguo, mas nós também sabemos muito bem o que ele pretende dizer e tem a ver com essa palavrinha maldita nos nossos dias, a "verdade") pela da propaganda, do marketing e da publicidade. Por detrás do newspeak , que domina a comunicação social e a política dos nossos dias, está a travar-se um dos últimos combates do oldspeak , combate que está muito longe de se traduzir apenas pelo domínio do político, mas é também do domínio do cívico, da democracia. Da qualidade da democracia, da espessura da democracia. Os partidários do newspeak querem reduzir a linguagem às " percepções " mediáticas e os do oldspeak a um velho, antiquado e pouco mediático conceito de verdade, ou melhor, para não nos enredarmos em filosofias, numa vontade de verdade.

Veja-se o contraste entre o que dizem

1

Este interessante panfleto inglês do tempo da II Guerra mostra a luta entre ingleses e alemães por quem manda nas palavras. Um dos homens envolvido neste combate foi George Orwell que, no, mostrou o papel fundamental do poder político totalitário e da propaganda em acabar com oa favor doPoucos livros são mais actuais do que opara compreender como no mundo de hoje falamos cada vez mais, substituimos a linguagem do real (eu sei que o termo é ambíguo, mas nós também sabemos muito bem o que ele pretende dizer e tem a ver com essa palavrinha maldita nos nossos dias, a "verdade") pela da propaganda, doe da publicidade. Por detrás do, que domina a comunicação social e a política dos nossos dias, está a travar-se um dos últimos combates do, combate que está muito longe de se traduzir apenas pelo domínio do político, mas é também do domínio do cívico, da democracia. Da qualidade da democracia, da espessura da democracia. Os partidários doquerem reduzir a linguagem às "" mediáticas e os doa um velho, antiquado e pouco mediático conceito de verdade, ou melhor, para não nos enredarmos em filosofias, numa vontade de verdade.Veja-se o contraste entre o que dizem Manuela Ferreira Leite Passos Coelho sobre a mesma coisa: - É difícil falar verdade aos portugueses? - Eu admito que seja difícil mas é gratificante. E é difícil porque a verdade é algo que leva mais tempo a assimilar do que a mentira bem montada . Eu não falarei nunca nem em mentiras bem montadas nem pouco montadas. É evidente que a linguagem da verdade nem sempre é aquilo que as pessoas querem ouvir e os políticos têm muito a tentação para dizer aquilo que as pessoas querem ouvir e não aquilo que é a verdade. Nesse sentido é mais difícil. (Manuela Ferreira Leite)

2

- É por a actual liderança ser fraca que é importante haver uma alternativa sempre presente?

É um jogo de percepções. Se a sociedade em geral percepcionar como mais relevante a actividade daquele que não ganhou, isso significa que o que ganhou não está a fazer o que deve. (Pedro Passos Coelho)

No

2009 vai opor uma encenação para o poder ( Sócrates e Passos Coelho) a uma conquista da cidade ( MFL). Vamos ver.

Vamos ver. Também eu vou ver, porque, contrariamente ao newspeak dos nossos dias, não entendo as coisas em termos do sobe e desce, de setinhas para cima ou para baixo, nos jornais. Uma coisa eu sei, é o "bom combate". Como o destas caricaturas:

(*) Este panfleto faz parte do espólio de Joaquim Barros de Sousa que foi oferecido pelo próprio para o meu arquivo.

No Mar Salgado , Filipe Nunes Vicente percebeu-o muito bem:Vamos ver. Também eu vou ver, porque, contrariamente aodos nossos dias, não entendo as coisas em termos do sobe e desce, de setinhas para cima ou para baixo, nos jornais. Uma coisa eu sei, é o "bom combate". Como o destas caricaturas:

(url) © José Pacheco Pereira

CAÇA E RECOLECÇÃO (21): QUEM MANDA NAS PALAVRAS, MANDA EM NÓS

Este interessante panfleto inglês do tempo da II Guerra mostra a luta entre ingleses e alemães por quem manda nas palavras (*) . Um dos homens envolvido neste combate foi George Orwell que, no 1984 , mostrou o papel fundamental do poder político totalitário e da propaganda em acabar com o oldspeak a favor do newspeak .

By 2050—earlier, probably—all real knowledge of Oldspeak will have disappeared. The whole literature of the past will have been destroyed. Chaucer, Shakespeare, Milton, Byron—they'll exist only in Newspeak versions, not merely changed into something different, but actually contradictory of what they used to be. (...) The whole climate of thought will be different. In fact there will be no thought, as we understand it now. Orthodoxy means not thinking—not needing to think. Orthodoxy is unconsciousness. Poucos livros são mais actuais do que o 1984 para compreender como no mundo de hoje falamos cada vez mais newspeak , substituimos a linguagem do real (eu sei que o termo é ambíguo, mas nós também sabemos muito bem o que ele pretende dizer e tem a ver com essa palavrinha maldita nos nossos dias, a "verdade") pela da propaganda, do marketing e da publicidade. Por detrás do newspeak , que domina a comunicação social e a política dos nossos dias, está a travar-se um dos últimos combates do oldspeak , combate que está muito longe de se traduzir apenas pelo domínio do político, mas é também do domínio do cívico, da democracia. Da qualidade da democracia, da espessura da democracia. Os partidários do newspeak querem reduzir a linguagem às " percepções " mediáticas e os do oldspeak a um velho, antiquado e pouco mediático conceito de verdade, ou melhor, para não nos enredarmos em filosofias, numa vontade de verdade.

Veja-se o contraste entre o que dizem

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Este interessante panfleto inglês do tempo da II Guerra mostra a luta entre ingleses e alemães por quem manda nas palavras. Um dos homens envolvido neste combate foi George Orwell que, no, mostrou o papel fundamental do poder político totalitário e da propaganda em acabar com oa favor doPoucos livros são mais actuais do que opara compreender como no mundo de hoje falamos cada vez mais, substituimos a linguagem do real (eu sei que o termo é ambíguo, mas nós também sabemos muito bem o que ele pretende dizer e tem a ver com essa palavrinha maldita nos nossos dias, a "verdade") pela da propaganda, doe da publicidade. Por detrás do, que domina a comunicação social e a política dos nossos dias, está a travar-se um dos últimos combates do, combate que está muito longe de se traduzir apenas pelo domínio do político, mas é também do domínio do cívico, da democracia. Da qualidade da democracia, da espessura da democracia. Os partidários doquerem reduzir a linguagem às "" mediáticas e os doa um velho, antiquado e pouco mediático conceito de verdade, ou melhor, para não nos enredarmos em filosofias, numa vontade de verdade.Veja-se o contraste entre o que dizem Manuela Ferreira Leite Passos Coelho sobre a mesma coisa: - É difícil falar verdade aos portugueses? - Eu admito que seja difícil mas é gratificante. E é difícil porque a verdade é algo que leva mais tempo a assimilar do que a mentira bem montada . Eu não falarei nunca nem em mentiras bem montadas nem pouco montadas. É evidente que a linguagem da verdade nem sempre é aquilo que as pessoas querem ouvir e os políticos têm muito a tentação para dizer aquilo que as pessoas querem ouvir e não aquilo que é a verdade. Nesse sentido é mais difícil. (Manuela Ferreira Leite)

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- É por a actual liderança ser fraca que é importante haver uma alternativa sempre presente?

É um jogo de percepções. Se a sociedade em geral percepcionar como mais relevante a actividade daquele que não ganhou, isso significa que o que ganhou não está a fazer o que deve. (Pedro Passos Coelho)

No

2009 vai opor uma encenação para o poder ( Sócrates e Passos Coelho) a uma conquista da cidade ( MFL). Vamos ver.

Vamos ver. Também eu vou ver, porque, contrariamente ao newspeak dos nossos dias, não entendo as coisas em termos do sobe e desce, de setinhas para cima ou para baixo, nos jornais. Uma coisa eu sei, é o "bom combate". Como o destas caricaturas:

(*) Este panfleto faz parte do espólio de Joaquim Barros de Sousa que foi oferecido pelo próprio para o meu arquivo.

No Mar Salgado , Filipe Nunes Vicente percebeu-o muito bem:Vamos ver. Também eu vou ver, porque, contrariamente aodos nossos dias, não entendo as coisas em termos do sobe e desce, de setinhas para cima ou para baixo, nos jornais. Uma coisa eu sei, é o "bom combate". Como o destas caricaturas:

(url) © José Pacheco Pereira

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