Programa da troika, versão 1

30-06-2011
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Veio hoje a público o programa de governo, que resulta, naturalmente, do compromisso assumido pelos ditos partidos da troika. Como se os restantes partidos pudessem sacudir a água quanto à forma de arranjar dinheiro para se pagar o estado a que isto chegou.

O Público apresenta um interessante resumo, que aqui fica a seguir para memória futura. Já o i traz uma notícia significativa para ilustrar o referido estado a que o Estado chegou: «Estado deverá pagar 150 milhões pela suspensão da linha TGV para Madrid». Essencialmente, deixarmos de ter o TGV desde a Europa madrilena até ao Poceirão city vai-nos custar 150 milhões de euros. Coisas que me custam a perceber mas, lá está, eu não sou um gestor de topo altamente visionário, para quem banalidades como o facto de adjudicar uma obra destas para chegar ao meio do deserto máriolinoiano não tem grande importância porque, afinal de contas, trata-se de dinheiro dos contribuintes. Também me custa engolir que se tenha decidido nacionalizar o buraco BPN e que o “anterior” governo tenha decidido despejar dinheiro em “formação”, como no caso da indústria automóvel, para camuflar o desemprego.

Entretanto, vamos lá ver se o tamanho de um certo Estado diminui mesmo. Parece haver quem não acredite (surpresa!) e até já há quem grite com a inconstitucionalidade de se fecharem os governos civis. Isto apesar de se ter falado de ninguém ser despedido. Estou para ver onde é que se poupará. Pelo sim, pelo não, o IVA vai aumentar de novo, que a receita para a crise orçamental é haver mais receitas. Como até aqui foi feito, note-se. Falta só saber se ainda haverá quem pague isto tudo quando os impostos indirectos levarem 50% do nosso rendimento e o IRS levar o resto. Nada que umas grevitas não resolvam. Como é pessoal da TAP? Agosto já aí está. E CP e restantes transportadoras? Quem já aguentou alguma dezena de greves num ano, aguenta mais uma. Vá lá, vocês conseguem.

E a mensagem de esperança, onde estará? Enquanto a vislumbramos, lá teremos que ir apertando o cinto e fazer como as sardinhas deste ano. Estão tão magras quem já nem no pão pingam.

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Veio hoje a público o programa de governo, que resulta, naturalmente, do compromisso assumido pelos ditos partidos da troika. Como se os restantes partidos pudessem sacudir a água quanto à forma de arranjar dinheiro para se pagar o estado a que isto chegou.

O Público apresenta um interessante resumo, que aqui fica a seguir para memória futura. Já o i traz uma notícia significativa para ilustrar o referido estado a que o Estado chegou: «Estado deverá pagar 150 milhões pela suspensão da linha TGV para Madrid». Essencialmente, deixarmos de ter o TGV desde a Europa madrilena até ao Poceirão city vai-nos custar 150 milhões de euros. Coisas que me custam a perceber mas, lá está, eu não sou um gestor de topo altamente visionário, para quem banalidades como o facto de adjudicar uma obra destas para chegar ao meio do deserto máriolinoiano não tem grande importância porque, afinal de contas, trata-se de dinheiro dos contribuintes. Também me custa engolir que se tenha decidido nacionalizar o buraco BPN e que o “anterior” governo tenha decidido despejar dinheiro em “formação”, como no caso da indústria automóvel, para camuflar o desemprego.

Entretanto, vamos lá ver se o tamanho de um certo Estado diminui mesmo. Parece haver quem não acredite (surpresa!) e até já há quem grite com a inconstitucionalidade de se fecharem os governos civis. Isto apesar de se ter falado de ninguém ser despedido. Estou para ver onde é que se poupará. Pelo sim, pelo não, o IVA vai aumentar de novo, que a receita para a crise orçamental é haver mais receitas. Como até aqui foi feito, note-se. Falta só saber se ainda haverá quem pague isto tudo quando os impostos indirectos levarem 50% do nosso rendimento e o IRS levar o resto. Nada que umas grevitas não resolvam. Como é pessoal da TAP? Agosto já aí está. E CP e restantes transportadoras? Quem já aguentou alguma dezena de greves num ano, aguenta mais uma. Vá lá, vocês conseguem.

E a mensagem de esperança, onde estará? Enquanto a vislumbramos, lá teremos que ir apertando o cinto e fazer como as sardinhas deste ano. Estão tão magras quem já nem no pão pingam.

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