“É um motivo de satisfação” que as polícias investiguem “independentemente da posição na hierarquia do Estado”

30-04-2015
marcar artigo

A entrevista tinha tudo para ser sobre a prisão preventiva de José Sócrates. E (quase que) foi. Três dias depois da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro (e um mês depois de ter sido acordada com a RTP), Passos Coelho não se inibiu de falar sobre a justiça em Portugal, mesmo que a propósito de outros temas. Não falou sobre o caso em si, mas falou de corrupção, de como tem confiança na investigação das polícias, de como “é tempo de não baixar os braços” e insistir na criminalização do enriquecimento ilícito e até de como as investigações das polícias são para o chefe de Governo um “motivo de satisfação” uma vez que não olham “à posição que cada um ocupe, até, na hierarquia do Estado”.

No início Passos repetiu a ideia que o assunto não era “trivial” e que era “inédito”. E insistiu por mais que uma vez na separação de poderes e em quão importante são as “instituições”, mas não resistiu a deixar indiretas sobre o caso de José Sócrates. A primeira referência, mesmo que de passagem, foi quando disse que o importante “são as instituições” até porque as pessoas “são importantes no papel que desempenham, mas são transitórias”. E, falando sobre o caso dos vistos Gold, que implicou a detenção de altos quadros do Estado e provocou a demissão do ministro da Administração Interna Miguel Macedo, Passos Coelho disse uma frase que bem se pode aplicar ao caso de José Sócrates.

“É importante que os portugueses sintam confiança na justiça e nas suas instituições, independentemente, até, da posição que cada um ocupe na hierarquia do Estado. E que as polícias não deixam de investigar como devem e que o Ministério Público não deixa de defender o estado como deve. [Este] é motivo de satisfação”

Foi aliás quando falou sobre o caso dos vistos Gold, que o primeiro-ministro mais se alargou a falar de corrupção. Disse que não é possível “evitar que alguém se porte mal ou que infrinja a lei”, mas que é preciso “não baixar os braços” e de “aperfeiçoar os nossos mecanismos”. E de que mecanismos fala? Sobretudo da criminalização do enriquecimento ilícito, que, lembrou, foi travada pelo Tribunal Constitucional. Na entrevista, defendeu um debate alargado sobre o tema.

Mas se grande parte da entrevista foi dedicada aos casos da última semana, houve também uma palavra para a queda do BES. E aí, Passos defendeu a atuação do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa por mais que uma vez. A defesa intransigente do regulador foi tal que Passos elogiou mesmo “o homem muito corajoso”.

“O Governo tem sido um apoiante muito determinante da atuação do Governador que tem sido um homem muito corajoso”

Na entrevista, Passos quis deixar uma mensagem muito clara: “O que aconteceu no BES não é o resultado de má supervisão. É resultado de má gestão do banco. Espero que nenhuma comissão de inquérito inverta esta questão”.

E repetiu a ideia: “O Governo colaborou com o BdP, mas não se substituiu ao regulador. E com isto não estamos a sacudir a água do capote”, disse Passos que admitiu que houve “muita troca de impressões” entre as duas entidade. Sobre o BES disse ainda que “é muito pouco provável” que haja custos para os contribuintes.

A entrevista de Passos Coelho à RTP aconteceu três dias depois da prisão preventiva de José Sócrates. Veja em baixo as declarações da entrevista que foram retiradas em direto.

A entrevista tinha tudo para ser sobre a prisão preventiva de José Sócrates. E (quase que) foi. Três dias depois da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro (e um mês depois de ter sido acordada com a RTP), Passos Coelho não se inibiu de falar sobre a justiça em Portugal, mesmo que a propósito de outros temas. Não falou sobre o caso em si, mas falou de corrupção, de como tem confiança na investigação das polícias, de como “é tempo de não baixar os braços” e insistir na criminalização do enriquecimento ilícito e até de como as investigações das polícias são para o chefe de Governo um “motivo de satisfação” uma vez que não olham “à posição que cada um ocupe, até, na hierarquia do Estado”.

No início Passos repetiu a ideia que o assunto não era “trivial” e que era “inédito”. E insistiu por mais que uma vez na separação de poderes e em quão importante são as “instituições”, mas não resistiu a deixar indiretas sobre o caso de José Sócrates. A primeira referência, mesmo que de passagem, foi quando disse que o importante “são as instituições” até porque as pessoas “são importantes no papel que desempenham, mas são transitórias”. E, falando sobre o caso dos vistos Gold, que implicou a detenção de altos quadros do Estado e provocou a demissão do ministro da Administração Interna Miguel Macedo, Passos Coelho disse uma frase que bem se pode aplicar ao caso de José Sócrates.

“É importante que os portugueses sintam confiança na justiça e nas suas instituições, independentemente, até, da posição que cada um ocupe na hierarquia do Estado. E que as polícias não deixam de investigar como devem e que o Ministério Público não deixa de defender o estado como deve. [Este] é motivo de satisfação”

Foi aliás quando falou sobre o caso dos vistos Gold, que o primeiro-ministro mais se alargou a falar de corrupção. Disse que não é possível “evitar que alguém se porte mal ou que infrinja a lei”, mas que é preciso “não baixar os braços” e de “aperfeiçoar os nossos mecanismos”. E de que mecanismos fala? Sobretudo da criminalização do enriquecimento ilícito, que, lembrou, foi travada pelo Tribunal Constitucional. Na entrevista, defendeu um debate alargado sobre o tema.

Mas se grande parte da entrevista foi dedicada aos casos da última semana, houve também uma palavra para a queda do BES. E aí, Passos defendeu a atuação do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa por mais que uma vez. A defesa intransigente do regulador foi tal que Passos elogiou mesmo “o homem muito corajoso”.

“O Governo tem sido um apoiante muito determinante da atuação do Governador que tem sido um homem muito corajoso”

Na entrevista, Passos quis deixar uma mensagem muito clara: “O que aconteceu no BES não é o resultado de má supervisão. É resultado de má gestão do banco. Espero que nenhuma comissão de inquérito inverta esta questão”.

E repetiu a ideia: “O Governo colaborou com o BdP, mas não se substituiu ao regulador. E com isto não estamos a sacudir a água do capote”, disse Passos que admitiu que houve “muita troca de impressões” entre as duas entidade. Sobre o BES disse ainda que “é muito pouco provável” que haja custos para os contribuintes.

A entrevista de Passos Coelho à RTP aconteceu três dias depois da prisão preventiva de José Sócrates. Veja em baixo as declarações da entrevista que foram retiradas em direto.

marcar artigo