Sócrates acusa Passos Coelho de fazer cobarde ataque pessoal

05-03-2015
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José Sócrates acusou Pedro Passos Coelho de estar a fazer uma "política desprezível" ao usar o processo da "Operação Marquês" numa arma de defesa política. As declarações seguiram através de uma carta enviada ao Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, três órgãos que pertencem à Global Media Group e que tem Daniel Proença de Carvalho, ex-advogado de Sócrates, como CEO.

O ex-primeiro-ministro considera que "ao atacar um adversário político que está na prisão a defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o seu carácter e o quanto está próximo da miséria moral".

O socialista atacou ainda Passos Coelho de lhe ter feito um "cobarde ataque pessoal". Desta forma o ex-primeiro-ministro, que está preso preventivamente desde 24 de Novembro de 2014, reagiu à intervenção do social-democrata, na terça-feira, durante as jornadas parlamentares do PSD no Porto. Durante o seu discurso, Passos Coelho confessou que tinha "imperfeições" mas que nunca usou "o cargo para enriquecer". Os socialistas consideraram a afirmação um ataque a José Sócrates, contudo o seu nome nunca foi referido durante a intervenção do primeiro-ministro.

Sócrates assegurou que, no seu caso, "ainda nada foi dado como provado como não foi sequer deduzida qualquer acusação" e desafiou Passos Coelho a contar a verdade aos portugueses. Afirmou ainda que "a perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses".

Ressalva que durante todo o desenvolvimento do processo tem tentado explicar a "verdade" ao povo português "em vez de atirar lama para cima dos outros".

Eis a carta de José Sócrates, enviada do Estabelecimento Prisional de Évora, a 4 de Março de 2015:

"O senhor primeiro-ministro, num momento desesperado face às acusações de incumprimento das suas obrigações contribuitivas, não resistiu a trazer para a campanha eleitoral e para as Jornadas Parlamentares do PSD o processo em que fui envolvido. Esta forma desprezível de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza. Ao atacar um adeversário político que está na prisão a tentar defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o seu carácter e o quanto está próximo da miséria moral. Este cobarde ataque pessoal em nada me surpreende. Afirmei desde o início que este processo tem contornos políticos e o uso deste processo por parte do senhor primeiro-ministro é a prova de que eu tinha razão. A perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses. Reafirmo, mais uma vez, que não enriqueci nem beneficiei ninguém enquanto exerci o cargo de primeiro-ministro. Naturalmente, não espero que o senhor primeiro-ministro, para quem manifestamente vale tudo, compreenda o valor da presunção de inocência num Estado de Direito, a extrema importância do respeito pelo princípio da separação de poderes e muito menos entenda que, no meu caso, não só ainda nada foi dado como provado como não foi sequer deduzida qualquer acusação.

Em vez de atirar lama para cima dos outros, o senhor primeiro-ministro faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu a lei. Pela minha parte, é o que eu tenho feito. Em nome da verdade é o que continuarei a fazer".

José Sócrates acusou Pedro Passos Coelho de estar a fazer uma "política desprezível" ao usar o processo da "Operação Marquês" numa arma de defesa política. As declarações seguiram através de uma carta enviada ao Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, três órgãos que pertencem à Global Media Group e que tem Daniel Proença de Carvalho, ex-advogado de Sócrates, como CEO.

O ex-primeiro-ministro considera que "ao atacar um adversário político que está na prisão a defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o seu carácter e o quanto está próximo da miséria moral".

O socialista atacou ainda Passos Coelho de lhe ter feito um "cobarde ataque pessoal". Desta forma o ex-primeiro-ministro, que está preso preventivamente desde 24 de Novembro de 2014, reagiu à intervenção do social-democrata, na terça-feira, durante as jornadas parlamentares do PSD no Porto. Durante o seu discurso, Passos Coelho confessou que tinha "imperfeições" mas que nunca usou "o cargo para enriquecer". Os socialistas consideraram a afirmação um ataque a José Sócrates, contudo o seu nome nunca foi referido durante a intervenção do primeiro-ministro.

Sócrates assegurou que, no seu caso, "ainda nada foi dado como provado como não foi sequer deduzida qualquer acusação" e desafiou Passos Coelho a contar a verdade aos portugueses. Afirmou ainda que "a perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses".

Ressalva que durante todo o desenvolvimento do processo tem tentado explicar a "verdade" ao povo português "em vez de atirar lama para cima dos outros".

Eis a carta de José Sócrates, enviada do Estabelecimento Prisional de Évora, a 4 de Março de 2015:

"O senhor primeiro-ministro, num momento desesperado face às acusações de incumprimento das suas obrigações contribuitivas, não resistiu a trazer para a campanha eleitoral e para as Jornadas Parlamentares do PSD o processo em que fui envolvido. Esta forma desprezível de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza. Ao atacar um adeversário político que está na prisão a tentar defender-se de imputações injustas, o senhor primeiro-ministro não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o seu carácter e o quanto está próximo da miséria moral. Este cobarde ataque pessoal em nada me surpreende. Afirmei desde o início que este processo tem contornos políticos e o uso deste processo por parte do senhor primeiro-ministro é a prova de que eu tinha razão. A perseguição política e a tentativa de condicionamento do resultado das próximas eleições ficou agora clara aos olhos dos portugueses. Reafirmo, mais uma vez, que não enriqueci nem beneficiei ninguém enquanto exerci o cargo de primeiro-ministro. Naturalmente, não espero que o senhor primeiro-ministro, para quem manifestamente vale tudo, compreenda o valor da presunção de inocência num Estado de Direito, a extrema importância do respeito pelo princípio da separação de poderes e muito menos entenda que, no meu caso, não só ainda nada foi dado como provado como não foi sequer deduzida qualquer acusação.

Em vez de atirar lama para cima dos outros, o senhor primeiro-ministro faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu a lei. Pela minha parte, é o que eu tenho feito. Em nome da verdade é o que continuarei a fazer".

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