Passos Coelho explica 'tempo de sacrifícios'

15-07-2011
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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu um «contrato social» a par da reforma do mercado de trabalho numa entrevista a uma revista francesa sobre «o tempo dos sacrifícios».

Numa entrevista à revista Politique International - realizada a 7 de Junho e publicada no número de Verão da publicação, que este fim-de-semana chega às livrarias francesas -, Pedro Passos Coelho mostra-se «optimista» em relação a Portugal conseguir alcançar mais cedo, e ir mais além, do que os objectivos fixados pela 'troika' de instituições internacionais.

«Podemos ir mais longe sem com isso agravar a cura de austeridade imposta aos portugueses há um ano», afirma o primeiro-ministro, entrevistado pelo jornalista e escritor Michel Faure, especialista de Espanha e América Latina.

A entrevista ocupa oito páginas da revista, sob o título «Portugal: o tempo dos sacrifícios».

Apresentado como «liberal num país que não o é», Pedro Passos Coelho é descrito como «um novato na política», atendendo à sua carreira de «uma década no mundo dos negócios, como consultor de várias empresas portuguesas».

Os objectivos fixados pelo primeiro-ministro português «causam admiração mas também cepticismo», escreve Michel Faure, que sublinha o contraste das declarações de Pedro Passos Coelho com as projecções «bastante negativas» de várias instituições, incluindo do Banco de Portugal.

A entrevista à Politique International realizada dois dias depois da vitória do PSD nas eleições legislativas e numa altura em que Pedro Passos Coelho se ocupava da formação do governo, «uma tarefa que dá muito trabalho» como ele próprio comentou.

Pedro Passos Coelho insistiu nessa entrevista que Portugal precisa de recuperar rapidamente a confiança dos investidores estrangeiros e acredita que «uma parte da procura interna vai estagnar mas podemos esperar que um aumento da procura externa nos oferecerá uma compensação em termos de receitas».

Uma das condições, acrescentou o primeiro-ministro, é a «reforma do funcionamento da justiça», recordando que «há actualmente dois milhões de processos legais em espera».

O chefe do executivo marcou, por outro lado, a diferença entre a situação portuguesa e a crise que a Grécia atravessa há um ano.

«As nossas situações não são idênticas. Nós, é verdade, também gastámos a mais e fizemos investimentos pouco produtivos mas as nossas contas são transparentes», declara o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho acrescenta que «quatro em cada cinco eleitores, quer tenham votado no PSD ou noutros partidos, deram o seu aval ao programa de austeridade acordado entre a 'troika' e o governo precedente».

«Não, a nossa situação não tem origem cultural, é apenas o resultado de políticas inadaptadas», respondeu entretanto o primeiro-ministro a uma sugestão do entrevistador de «algo de mais profundo», como uma dependência em relação ao Estado, para explicar a situação portuguesa.

O primeiro-ministro pretende realizar «reformas sociais mais ambiciosas do que as que foram encetadas», incluindo «reformar o mercado de trabalho no sentido de maior flexibilidade», uma das exigências da 'troika', que o novo governo quer levar «mais longe» através da concertação social.

Lusa/SOL

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu um «contrato social» a par da reforma do mercado de trabalho numa entrevista a uma revista francesa sobre «o tempo dos sacrifícios».

Numa entrevista à revista Politique International - realizada a 7 de Junho e publicada no número de Verão da publicação, que este fim-de-semana chega às livrarias francesas -, Pedro Passos Coelho mostra-se «optimista» em relação a Portugal conseguir alcançar mais cedo, e ir mais além, do que os objectivos fixados pela 'troika' de instituições internacionais.

«Podemos ir mais longe sem com isso agravar a cura de austeridade imposta aos portugueses há um ano», afirma o primeiro-ministro, entrevistado pelo jornalista e escritor Michel Faure, especialista de Espanha e América Latina.

A entrevista ocupa oito páginas da revista, sob o título «Portugal: o tempo dos sacrifícios».

Apresentado como «liberal num país que não o é», Pedro Passos Coelho é descrito como «um novato na política», atendendo à sua carreira de «uma década no mundo dos negócios, como consultor de várias empresas portuguesas».

Os objectivos fixados pelo primeiro-ministro português «causam admiração mas também cepticismo», escreve Michel Faure, que sublinha o contraste das declarações de Pedro Passos Coelho com as projecções «bastante negativas» de várias instituições, incluindo do Banco de Portugal.

A entrevista à Politique International realizada dois dias depois da vitória do PSD nas eleições legislativas e numa altura em que Pedro Passos Coelho se ocupava da formação do governo, «uma tarefa que dá muito trabalho» como ele próprio comentou.

Pedro Passos Coelho insistiu nessa entrevista que Portugal precisa de recuperar rapidamente a confiança dos investidores estrangeiros e acredita que «uma parte da procura interna vai estagnar mas podemos esperar que um aumento da procura externa nos oferecerá uma compensação em termos de receitas».

Uma das condições, acrescentou o primeiro-ministro, é a «reforma do funcionamento da justiça», recordando que «há actualmente dois milhões de processos legais em espera».

O chefe do executivo marcou, por outro lado, a diferença entre a situação portuguesa e a crise que a Grécia atravessa há um ano.

«As nossas situações não são idênticas. Nós, é verdade, também gastámos a mais e fizemos investimentos pouco produtivos mas as nossas contas são transparentes», declara o primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho acrescenta que «quatro em cada cinco eleitores, quer tenham votado no PSD ou noutros partidos, deram o seu aval ao programa de austeridade acordado entre a 'troika' e o governo precedente».

«Não, a nossa situação não tem origem cultural, é apenas o resultado de políticas inadaptadas», respondeu entretanto o primeiro-ministro a uma sugestão do entrevistador de «algo de mais profundo», como uma dependência em relação ao Estado, para explicar a situação portuguesa.

O primeiro-ministro pretende realizar «reformas sociais mais ambiciosas do que as que foram encetadas», incluindo «reformar o mercado de trabalho no sentido de maior flexibilidade», uma das exigências da 'troika', que o novo governo quer levar «mais longe» através da concertação social.

Lusa/SOL

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