Grandes Duelos em Aveiro: Luís Montenegro vs Pedro Nuno Santos

02-10-2015
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O ‘nadador-salvador' de Espinho e do PSD no Parlamento Luís Montenegro Atleta desde a juventude, aos 21 anos já liderava a JSD de Espinho, a sua terra natal. Quando se procura conhecer o percurso do cabeça-de-lista da coligação Portugal à Frente pelo distrito de Aveiro todos os caminhos vão dar a Espinho. Luís Montenegro, como diz o próprio ao Económico, é "espinhense de gema" e foi nesta pequena cidade do Douro Litoral, encravada entre a região do Porto e o Oceano Atlântico, que brincou em criança, que se fez atleta e que deu os primeiros passos no mundo da política, o mesmo que havia de o levar, com apenas 38 anos, ao lugar de líder parlamentar do PSD, que ainda ocupa.

Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves nasceu há 42 anos, a 20 de Fevereiro, em Espinho, estudou nas escolas preparatória e secundária da pequena cidade do Norte do país e, com apenas seis anos, já participava "em eventos do PSD", levado pelos pais, como conta o próprio ao Económico já em plena campanha por Aveiro.

Habituado desde cedo ao ambiente da política, Luís Montenegro ocupava, contudo, as horas livres dos estudos com a actividade física. Chegou a atleta federado do Sporting Clube de Espinho na modalidade de mini-trampolim e, em simultâneo, já mostrava o seu gosto pelos relvados. Como futebolista, além do Sporting Clube, passou pelos clubes de Paços de Brandão e de Sanguedo, o concelho vizinho de Santa Maria da Feira. Mas com a fase final da adolescência a política começou a falar mais alto e, já depois de ter pertencido à associação de estudantes do seu liceu, decide tornar-se mais activo. Aos 20 anos, inscreve-se na JSD e é eleito membro da Assembleia Municipal de Espinho. "Este terá sido o ‘click' embora já frequentasse a sede e os eventos do PSD desde 1979", conta Montenegro.

Um ano depois da entrada no partido já estava a liderar os ‘jotas' social-democratas do município e, em 1997, com 24 anos, foi eleito vereador municipal e líder da concelhia de Espinho do PSD. "Fui o rosto da oposição autárquica dez anos , disputámos três eleições até ganhar em 2009", relata o braço-direito de Passos no Parlamento. Enquanto subia degraus na vida política distrital tirava o curso de Direito em Lisboa, na Universidade Católica, passando a vida entre a capital e o Norte do país, realidade que ainda hoje mantém dado que a mulher e os dois filhos continuam a viver em Espinho.

Montenegro passa a semana, em Lisboa, a dar a cara pelo partido e pelo Governo no Parlamento e, aos fins-de-semana, volta à terra que o viu nascer. Pelo meio, desloca-se ao Porto, cidade onde optou por fixar a sua actividade como advogado na sociedade "Sousa Pinheiro & Montenegro".

Passos deu-lhe a tarefa de defender a política do Governo na Assembleia da República no difícil período da ‘troika' e da austeridade. Montenegro tentou cumprir a tarefa, sob uma chuva de ataques da oposição. Ficou célebre a sua polémica frase "a vida das pessoas não está melhor mas o país está melhor". No partido, há quem o aponte como um dos membros da nova geração que "tem futuro". Não é de hoje que se aventa a possibilidade de integrar um futuro Governo. Ao Económico, tenta desvalorizar esses voos: "Nunca fixei isso como objectivo".

O turismo e os acessos são duas bandeiras de Luís Montenegro na campanha pelo ‘seu' distrito de Aveiro. O cabeça-de-lista da coligação diz que vai bater-se pela concretização da ligação ferroviária em bitola europeia de Aveiro a Salamanca, pela melhoria da acessibilidade ao interior do distrito e pelo reforço da oferta turística. Para o sector público, o líder da bancada do PSD diz ser necessário investimentos no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga e no de Baixo Vouga. "Mas o maior desafio", frisa, será "combater o desemprego e dar aos jovens "uma oportunidade" de colocarem ao serviço da economia regional a sua qualificação.

Quando se pergunta ao candidato quais os seus hobbies, de novo, voltamos a Espinho. E à praia. Tendo crescido numa cidade banhada pelo mar, Montenegro adora praia e, sobretudo, durante o Verão, é "presença assídua nas areias da ‘praia POP'", em Espinho, onde joga ‘vólei' com praticantes da modalidade e amigos dos tempos em que era nadador-salvador nas praias da cidade.

O "jovem turco" do PS chamado para ganhar Aveiro Pedro Nuno Santos Vice-presidente da bancada é um dos pontas-de-lança de António Costa contra a austeridade. Aos 38 anos, Pedro Nuno Santos foi chamado por António Costa para levar a mensagem anti-austeridade e anti-Governo até ao distrito de Aveiro para tentar destronar o reinado laranja e catapultar o PS. Membro do grupo dos "jovens turcos" - a par de João Galamba, Duarte Cordeiro e Pedro Delgado Alves - que fez oposição à liderança de António José Seguro, Pedro Nuno de Oliveira Santos é o cabeça-de-lista do PS pelo distrito que o viu nasceu a 13 de Abril de 1977, mais precisamente no concelho de São João da Madeira. E a mensagem que leva para Aveiro é igual à de Costa para o país:é preciso derrubar o Governo e a austeridade.

É em São João da Madeira que os pais gerem uma empresa de calçado, onde Pedro Nuno Santos trabalhou como economista nos intervalos da política. Foi neste município que o "jovem turco" do PS fez todo o seu percurso estudantil, tendo logo nessa altura mostrado apetência pelos associações de estudantes, ao mesmo tempo que se dedicava à natação e artes marciais. O gosto pela política não surgiu por acaso, contou o próprio ao Económico num intervalo da campanha. Mesmo indirectamente foi-lhe incutido pelo pai, um fervoroso activista político durante o PREC, proprietário de uma empresa de calçado.

O pai viria a abandonar a actividade política em 1976, um ano antes do nascimento de Pedro Nuno, mas a política nunca deixou de fazer parte das conversas à mesa. "A política ficou sempre com ele, desde que me lembro sempre se falou de política e havia também muitos livros em casa", diz o agora vice-presidente da bancada socialista, que, para ‘desgosto' da mãe optou na fase adulta por trilhar os caminhos da política ao invés de fazer carreira como gestor na empresa da família.

Aos 18 anos muda-se para Lisboa para estudar Economia no ISEG, onde chegou à direcção da Associação de Estudantes.

Quando terminou o curso, voltou à terra para trabalhar ao lado do pai e da irmã na empresa, mas a política era um ‘bichinho' que teimava em impor-se e mantém actividade na JS local. A tal ponto que, em 2004, é eleito líder da estrutura nacional e ainda hoje há quem diga que "foi o melhor secretário-geral que a JS já teve". Daí à ribalta foi um salto. Em 2005, com apenas 28 anos, é eleito deputado à Assembleia da República e em 2009 tenta a sorte na corrida à autarquia que o viu nascer. Mas perde. Perde a corrida e fica também sem lugar no Parlamento. Volta a trabalhar para o pai, mas depressa arranja forma de regressar à política activa e candidata-se à liderança da Federação do PS de Aveiro. E ganha.

Volta a lançar-se, com entrada garantida, pela mão de Sócrates, na lista de deputados, em 2011.

Amante do cinema, de viagens e de livros, Pedro Nuno Santos é irreverente por natureza, frontal e muitas vezes polémico. Diz o que muitos pensam mas não ousam verbalizar. Ainda está na memória de muitos - e do próprio - a polémica gerada à sua voltou quando disse, em 2011: "Ou os senhores de põem finos ou não pagamos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem". Os senhores eram os credores e o "não pagamos" era o empréstimo feito à ‘troika'.

Acérrimo opositor da austeridade, Pedro Nuno Santos foi o primeiro "jovem turco" a bater com a porta a Seguro.

Demitiu-se da vice-presidência da bancada em 2011 por divergências em matéria de "estratégia económica" e não mais parou de fazer oposição interna. Regressa com António Costa à vice-presidência da bancada e foi incumbido de "levar a mensagem nacional" até Aveiro: "A mensagem que passo é a mensagem do PS para o país, é preciso mudar, os problemas aqui são iguais aos do país", diz ao Económico. As bandeiras para a região, diz, são as mesmas do seu adversário Luís Montenegro: melhores acessibilidades para concelhos do interior, reforço de investimento na saúde , incluindo nos hospitais, e prioridade ao emprego. Mas Pedro Nuno Santos faz questão de frisar a diferença com Montenegro: "Só que eles estiveram quatro anos e nada fizeram e ainda desinvestiram no distrito".

Apontado com uma das promessas da nova geração socialista, Pedro Nuno Santos ouviu Costa dizer-lhe durante a campanha enquanto ensaiavam um jogo de futebol com locais:"vou passar-lhe a bola". E assim fez.

O ‘nadador-salvador' de Espinho e do PSD no Parlamento Luís Montenegro Atleta desde a juventude, aos 21 anos já liderava a JSD de Espinho, a sua terra natal. Quando se procura conhecer o percurso do cabeça-de-lista da coligação Portugal à Frente pelo distrito de Aveiro todos os caminhos vão dar a Espinho. Luís Montenegro, como diz o próprio ao Económico, é "espinhense de gema" e foi nesta pequena cidade do Douro Litoral, encravada entre a região do Porto e o Oceano Atlântico, que brincou em criança, que se fez atleta e que deu os primeiros passos no mundo da política, o mesmo que havia de o levar, com apenas 38 anos, ao lugar de líder parlamentar do PSD, que ainda ocupa.

Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves nasceu há 42 anos, a 20 de Fevereiro, em Espinho, estudou nas escolas preparatória e secundária da pequena cidade do Norte do país e, com apenas seis anos, já participava "em eventos do PSD", levado pelos pais, como conta o próprio ao Económico já em plena campanha por Aveiro.

Habituado desde cedo ao ambiente da política, Luís Montenegro ocupava, contudo, as horas livres dos estudos com a actividade física. Chegou a atleta federado do Sporting Clube de Espinho na modalidade de mini-trampolim e, em simultâneo, já mostrava o seu gosto pelos relvados. Como futebolista, além do Sporting Clube, passou pelos clubes de Paços de Brandão e de Sanguedo, o concelho vizinho de Santa Maria da Feira. Mas com a fase final da adolescência a política começou a falar mais alto e, já depois de ter pertencido à associação de estudantes do seu liceu, decide tornar-se mais activo. Aos 20 anos, inscreve-se na JSD e é eleito membro da Assembleia Municipal de Espinho. "Este terá sido o ‘click' embora já frequentasse a sede e os eventos do PSD desde 1979", conta Montenegro.

Um ano depois da entrada no partido já estava a liderar os ‘jotas' social-democratas do município e, em 1997, com 24 anos, foi eleito vereador municipal e líder da concelhia de Espinho do PSD. "Fui o rosto da oposição autárquica dez anos , disputámos três eleições até ganhar em 2009", relata o braço-direito de Passos no Parlamento. Enquanto subia degraus na vida política distrital tirava o curso de Direito em Lisboa, na Universidade Católica, passando a vida entre a capital e o Norte do país, realidade que ainda hoje mantém dado que a mulher e os dois filhos continuam a viver em Espinho.

Montenegro passa a semana, em Lisboa, a dar a cara pelo partido e pelo Governo no Parlamento e, aos fins-de-semana, volta à terra que o viu nascer. Pelo meio, desloca-se ao Porto, cidade onde optou por fixar a sua actividade como advogado na sociedade "Sousa Pinheiro & Montenegro".

Passos deu-lhe a tarefa de defender a política do Governo na Assembleia da República no difícil período da ‘troika' e da austeridade. Montenegro tentou cumprir a tarefa, sob uma chuva de ataques da oposição. Ficou célebre a sua polémica frase "a vida das pessoas não está melhor mas o país está melhor". No partido, há quem o aponte como um dos membros da nova geração que "tem futuro". Não é de hoje que se aventa a possibilidade de integrar um futuro Governo. Ao Económico, tenta desvalorizar esses voos: "Nunca fixei isso como objectivo".

O turismo e os acessos são duas bandeiras de Luís Montenegro na campanha pelo ‘seu' distrito de Aveiro. O cabeça-de-lista da coligação diz que vai bater-se pela concretização da ligação ferroviária em bitola europeia de Aveiro a Salamanca, pela melhoria da acessibilidade ao interior do distrito e pelo reforço da oferta turística. Para o sector público, o líder da bancada do PSD diz ser necessário investimentos no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga e no de Baixo Vouga. "Mas o maior desafio", frisa, será "combater o desemprego e dar aos jovens "uma oportunidade" de colocarem ao serviço da economia regional a sua qualificação.

Quando se pergunta ao candidato quais os seus hobbies, de novo, voltamos a Espinho. E à praia. Tendo crescido numa cidade banhada pelo mar, Montenegro adora praia e, sobretudo, durante o Verão, é "presença assídua nas areias da ‘praia POP'", em Espinho, onde joga ‘vólei' com praticantes da modalidade e amigos dos tempos em que era nadador-salvador nas praias da cidade.

O "jovem turco" do PS chamado para ganhar Aveiro Pedro Nuno Santos Vice-presidente da bancada é um dos pontas-de-lança de António Costa contra a austeridade. Aos 38 anos, Pedro Nuno Santos foi chamado por António Costa para levar a mensagem anti-austeridade e anti-Governo até ao distrito de Aveiro para tentar destronar o reinado laranja e catapultar o PS. Membro do grupo dos "jovens turcos" - a par de João Galamba, Duarte Cordeiro e Pedro Delgado Alves - que fez oposição à liderança de António José Seguro, Pedro Nuno de Oliveira Santos é o cabeça-de-lista do PS pelo distrito que o viu nasceu a 13 de Abril de 1977, mais precisamente no concelho de São João da Madeira. E a mensagem que leva para Aveiro é igual à de Costa para o país:é preciso derrubar o Governo e a austeridade.

É em São João da Madeira que os pais gerem uma empresa de calçado, onde Pedro Nuno Santos trabalhou como economista nos intervalos da política. Foi neste município que o "jovem turco" do PS fez todo o seu percurso estudantil, tendo logo nessa altura mostrado apetência pelos associações de estudantes, ao mesmo tempo que se dedicava à natação e artes marciais. O gosto pela política não surgiu por acaso, contou o próprio ao Económico num intervalo da campanha. Mesmo indirectamente foi-lhe incutido pelo pai, um fervoroso activista político durante o PREC, proprietário de uma empresa de calçado.

O pai viria a abandonar a actividade política em 1976, um ano antes do nascimento de Pedro Nuno, mas a política nunca deixou de fazer parte das conversas à mesa. "A política ficou sempre com ele, desde que me lembro sempre se falou de política e havia também muitos livros em casa", diz o agora vice-presidente da bancada socialista, que, para ‘desgosto' da mãe optou na fase adulta por trilhar os caminhos da política ao invés de fazer carreira como gestor na empresa da família.

Aos 18 anos muda-se para Lisboa para estudar Economia no ISEG, onde chegou à direcção da Associação de Estudantes.

Quando terminou o curso, voltou à terra para trabalhar ao lado do pai e da irmã na empresa, mas a política era um ‘bichinho' que teimava em impor-se e mantém actividade na JS local. A tal ponto que, em 2004, é eleito líder da estrutura nacional e ainda hoje há quem diga que "foi o melhor secretário-geral que a JS já teve". Daí à ribalta foi um salto. Em 2005, com apenas 28 anos, é eleito deputado à Assembleia da República e em 2009 tenta a sorte na corrida à autarquia que o viu nascer. Mas perde. Perde a corrida e fica também sem lugar no Parlamento. Volta a trabalhar para o pai, mas depressa arranja forma de regressar à política activa e candidata-se à liderança da Federação do PS de Aveiro. E ganha.

Volta a lançar-se, com entrada garantida, pela mão de Sócrates, na lista de deputados, em 2011.

Amante do cinema, de viagens e de livros, Pedro Nuno Santos é irreverente por natureza, frontal e muitas vezes polémico. Diz o que muitos pensam mas não ousam verbalizar. Ainda está na memória de muitos - e do próprio - a polémica gerada à sua voltou quando disse, em 2011: "Ou os senhores de põem finos ou não pagamos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem". Os senhores eram os credores e o "não pagamos" era o empréstimo feito à ‘troika'.

Acérrimo opositor da austeridade, Pedro Nuno Santos foi o primeiro "jovem turco" a bater com a porta a Seguro.

Demitiu-se da vice-presidência da bancada em 2011 por divergências em matéria de "estratégia económica" e não mais parou de fazer oposição interna. Regressa com António Costa à vice-presidência da bancada e foi incumbido de "levar a mensagem nacional" até Aveiro: "A mensagem que passo é a mensagem do PS para o país, é preciso mudar, os problemas aqui são iguais aos do país", diz ao Económico. As bandeiras para a região, diz, são as mesmas do seu adversário Luís Montenegro: melhores acessibilidades para concelhos do interior, reforço de investimento na saúde , incluindo nos hospitais, e prioridade ao emprego. Mas Pedro Nuno Santos faz questão de frisar a diferença com Montenegro: "Só que eles estiveram quatro anos e nada fizeram e ainda desinvestiram no distrito".

Apontado com uma das promessas da nova geração socialista, Pedro Nuno Santos ouviu Costa dizer-lhe durante a campanha enquanto ensaiavam um jogo de futebol com locais:"vou passar-lhe a bola". E assim fez.

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