Eu produzia era umas belas de umas baforadas para cima deste estudo

15-08-2015
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Trabalhadores que fumam produzem 10% menos

Não lhes chegava escorraçar os fumadores para as ruas, agora vêm com esta treta da produtividade, uma cena neo-liberal sem filtro que eu gostava de ver bem amortalhada. Isto de os fumadores perderem 10 minutos por cigarro são contas inflacionadas de malta que não fuma, mesmo contando as viagens no elevador; mas o que chateia é o princípio mesquinho, pica-ponto, desta lógica servil (já disse neo-liberal?). É o espírito do taxímetro, a lógica do funcionário que mede a produtividade pelo relógio, agrilhoado à secretária até serem horas de sair, acoplada à regra de três simples “se Y produz X por minuto, Y produz X x 480 em outros tantos minutos” — o que não tem em conta as vezes que o meu chefe* desliga o cérebro, um sistema de refrigeração automático que se activa de 10 em 10 segundos, nem a dificuldade do povo em fazer contas.

Homo Sapiens, ergueste-te tu das savanas africanas para isto? Foi para isto que se inventou a música , a poesia e a greve geral? A sério, pá.

(via outro perseguido)

* Claramente, os autores deste estudo não conhecem o meu chefe, que nunca fumou um cigarro na vida mas é capaz de desproduzir mais em cada hora de trabalho que muitos trabalhadores num mês inteiro. Eu quando o vejo a desproduzir mais do que a conta tenho vontade de o mandar dar uma voltinha até ao Smoker’s Corner, mas a malta não sabe o que é bom para a saúde, e prefere desproduzir em ambiente fechado, o dia todo a inalar o éfebê.Â

Trabalhadores que fumam produzem 10% menos

Não lhes chegava escorraçar os fumadores para as ruas, agora vêm com esta treta da produtividade, uma cena neo-liberal sem filtro que eu gostava de ver bem amortalhada. Isto de os fumadores perderem 10 minutos por cigarro são contas inflacionadas de malta que não fuma, mesmo contando as viagens no elevador; mas o que chateia é o princípio mesquinho, pica-ponto, desta lógica servil (já disse neo-liberal?). É o espírito do taxímetro, a lógica do funcionário que mede a produtividade pelo relógio, agrilhoado à secretária até serem horas de sair, acoplada à regra de três simples “se Y produz X por minuto, Y produz X x 480 em outros tantos minutos” — o que não tem em conta as vezes que o meu chefe* desliga o cérebro, um sistema de refrigeração automático que se activa de 10 em 10 segundos, nem a dificuldade do povo em fazer contas.

Homo Sapiens, ergueste-te tu das savanas africanas para isto? Foi para isto que se inventou a música , a poesia e a greve geral? A sério, pá.

(via outro perseguido)

* Claramente, os autores deste estudo não conhecem o meu chefe, que nunca fumou um cigarro na vida mas é capaz de desproduzir mais em cada hora de trabalho que muitos trabalhadores num mês inteiro. Eu quando o vejo a desproduzir mais do que a conta tenho vontade de o mandar dar uma voltinha até ao Smoker’s Corner, mas a malta não sabe o que é bom para a saúde, e prefere desproduzir em ambiente fechado, o dia todo a inalar o éfebê.Â

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