Da Literatura: EXCESSOS

05-07-2011
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Anteontem, em Santa Comba Dão, a ASAE apreendeu três toneladas de carne e outros géneros alimentares deteriorados, impróprios para consumo. Tais como, por exemplo, «mais de 800 quilos de carcaças de animais já alteradas, e 500 quilos de alimentos corruptos, nomeadamente enchidos e queijos». Os responsáveis do entreposto foram hoje a tribunal. Não obstante, há pouco, no Jornal das 9 da SIC Notícias, o deputado Guilherme Silva, do PSD, e uma rapariga loura, peroraram sem se rir contra os “excessos” da ASAE. Ela era Bolas de Berlim e squads de intervenção, ele era a defesa da tradição & colheres de pau. O deputado madeirense estabeleceu mesmo um paralelo entre a desproporção de meios empregues na segurança alimentar, contra os que deviam garantir a segurança nas ruas. OK. Carne podre, nicles. No entretanto, parece que houve debate sobre a ASAE no parlamento. A oposição falou em «excessos», e ia tão embalada que esqueceu um pequeno pormenor: a obrigatoriedade de garrafas de azeite e vinagre (em substituição dos galheteiros tradicionais) nos restaurantes, decorre, afinal, de um diploma aprovado pelo governo de Santana Lopes. Às tantas, o deputado do CDS-PP, Pedro Mota Soares, deu três exemplos de excessos: uma cantina escolar fiscalizada à hora do almoço, atrasando a refeição durante «cinco horas» (se foi assim, era bom averiguar porquê); o encerramento de uma quermesse social por não ter o estatuto de agente económico (elementar, meu caro Watson); e ainda o encerramento da fábrica das Amêndoas de Portalegre, que só produz dois meses por ano. A oposição parlamentar está preocupada com os pequenos produtores. Acho bem. Têm agora uma boa oportunidade para legislar em sua defesa.Etiquetas: Política nacional, Sociedade

Anteontem, em Santa Comba Dão, a ASAE apreendeu três toneladas de carne e outros géneros alimentares deteriorados, impróprios para consumo. Tais como, por exemplo, «mais de 800 quilos de carcaças de animais já alteradas, e 500 quilos de alimentos corruptos, nomeadamente enchidos e queijos». Os responsáveis do entreposto foram hoje a tribunal. Não obstante, há pouco, no Jornal das 9 da SIC Notícias, o deputado Guilherme Silva, do PSD, e uma rapariga loura, peroraram sem se rir contra os “excessos” da ASAE. Ela era Bolas de Berlim e squads de intervenção, ele era a defesa da tradição & colheres de pau. O deputado madeirense estabeleceu mesmo um paralelo entre a desproporção de meios empregues na segurança alimentar, contra os que deviam garantir a segurança nas ruas. OK. Carne podre, nicles. No entretanto, parece que houve debate sobre a ASAE no parlamento. A oposição falou em «excessos», e ia tão embalada que esqueceu um pequeno pormenor: a obrigatoriedade de garrafas de azeite e vinagre (em substituição dos galheteiros tradicionais) nos restaurantes, decorre, afinal, de um diploma aprovado pelo governo de Santana Lopes. Às tantas, o deputado do CDS-PP, Pedro Mota Soares, deu três exemplos de excessos: uma cantina escolar fiscalizada à hora do almoço, atrasando a refeição durante «cinco horas» (se foi assim, era bom averiguar porquê); o encerramento de uma quermesse social por não ter o estatuto de agente económico (elementar, meu caro Watson); e ainda o encerramento da fábrica das Amêndoas de Portalegre, que só produz dois meses por ano. A oposição parlamentar está preocupada com os pequenos produtores. Acho bem. Têm agora uma boa oportunidade para legislar em sua defesa.Etiquetas: Política nacional, Sociedade

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