FERVE: Carta aberta à Fundação de Serralves: mais de 50 personalidades solidárias com os trabalhadores ilegalmente despedidos

21-01-2012
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Hoje, é o primeiro dia sem trabalho para 18 recepcionistas da Fundação de Serralves.Após anos a trabalhar a falsos recibos verdes, estas pessoas foram liminarmente afastadas pela Fundação de Serralves, por não terem aceitado constituírem-se como empresa para continuarem a trabalhar.Hoje, mais de cinquenta personalidades ligadas ao mundo das artes, da cultura e do sindicalismo unem-se para subscrever a carta aberta, promovida pelo FERVE e pelos Precários Inflexíveis, em solidariedade para com estes/as trabalhadores/as.FERVE e Precários Inflexíveis-----------------CARTA AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DE SERRALVESO MUSEU COMO PROJECTO. TRABALHADORES E SOCIEDADE."Quem faz os museus são as sociedades a que pertencem. Os problemas estruturais da sociedade revelam-se também um problema para o desenvolvimento de um projecto como um museu.”João Fernandes, Director do Museu de Serralves, JN 10 -11- 2009Considerando a importância e notoriedade internacional alcançadas pela Fundação de Serralves, em poucos anos, através da actividade do Museu de Arte Contemporânea; o papel motor que essa instituição exerce na actividade cultural, tanto a nível local, como nacional, através das suas exposições itinerantes e inúmeras co-produções; o investimento do Estado Português na Fundação, eixo fundamental da acção do Estado em favor da Arte Contemporânea em Portugal; a extraordinária visibilidade pública do Museu, contando 3 milhões de visitantes em apenas 10 anos de existência e as constantes provas da solidariedade e consideração prestadas por inúmeras figuras públicas à Fundação, tema de orgulho para a instituição, que publica regularmente declarações desse tipo num suplemento promocional regular distribuído com o jornal O Público;Considerando que Serralves sempre se posicionou como produtora de democracia, da criação cultural, do pensamento crítico sobre a contemporaneidade e que os direitos sociais e os direitos do trabalho são eles próprios fundadores e condição de instituições e sociedades democráticas;Deduzindo que a Fundação de Serralves constitui aos olhos do mundo um modelo (de sucesso) de gestão público-privada de uma instituição cultural e que a afluência de público que caracteriza há vários anos o Museu envolve necessariamente uma equipa de qualidade para a recepção e informação do visitante:- Parece-nos incompreensível que “os serviços de Recepção da Fundação de Serralves” tenham sido até hoje “assegurados por uma equipa variável de colaboradores, mediante uma regular e legítima prestação de serviços a recibo verde”;- Parece-nos inaceitável que estes trabalhadores tenham sido mantidos, durante anos, sem vínculo, sem direito ao enquadramento que um contrato de trabalho assegura, deixando-os sem qualquer protecção perante o desemprego;- Parece-nos também inaceitável que a estes trabalhadores tenha sido proposto constituírem-se como empresa, sob o pretexto, que como visitantes de Serralves rejeitamos, de “obter serviços com mais qualidade, maior eficiência e profissionalismo e desta forma contribuir para melhor acolher todos quantos nos visitam”;- Parece-nos ilegal que perante a recusa da maioria dos trabalhadores em acatar a proposta supra-referida, a Fundação tenha pura e simplesmente dispensado os serviços de quem há anos assegurava a Recepção diária dos visitantes, e contribuía decisivamente para o sucesso detalhado anteriormente, em lugar de ter celebrado contratos de trabalho com estes trabalhadores.Enquanto visitantes, amigos de Serralves, artistas que aí expomos, cidadãos, manifestamos a nossa solidariedade para com os e as recepcionistas despedidos, consideramos que os seus direitos deviam ter sido acautelados e apelamos à correcção desta situação, evitando-se o despedimento e celebrando contratos de trabalho com estes trabalhadores.Os/As subscritores/as;ADA PEREIRA DA SILVA: produtora culturalANA PÉREZ-QUIROGA: artista plásticaANDRÉ ALVES: artista plástico e investigador académicoÂNGELA BERLINDE: fotógrafaÂNGELO FERREIRA DE SOUSA: artista plásticoBRUNO MAIA: Membro da Comissão de Trabalhadores da ex-QimondaCARLA BOLITO: actriz e membro da Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do AudiovisualCARLA CRUZ: artista plásticaCARLA MIRANDA: actrizCARLOS COSTA: director artístico da Visões ÚteisCESÁRIO ALVES: fotógrafoCRISTINA ANDRADE: membro do FERVE – Fartos/as d'Estes Recibos VerdesDANIEL OLIVEIRA: cronistaDIANA ANDRINGA: jornalistaDUARTE VITÓRIA: artista plásticoEDUARDA DONÍSIO: escritoraEDUARDO VALDREZ: dirigente do Sindicato da Saúde, Solidariedade e Segurança SocialESGAR ACELERADO: ilustradorFILIPE RODRIGUES: artista plásticoFILOMENA MARONA BEJA: escritoraFILOMENA OLIVEIRA: dramaturgaFRANCISCO JOSÉ: membro da Comissão de Trabalhadores da UnicerGRAÇA MARTINS: artista plásticaHENRIQUE BORGES: direcção do Sindicato dos Professores do Norte e membro da FENPROFHENRIQUE DO VALE: artista plásticoINÊS LOUSINHA: artista plásticaINÊS VIEIRA: Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de PortugalISABEL LHANO: artista plásticaISABEL MONTEIRO: artista plásticaISABEL PADRÃO: artista plásticaJOÃO PACHECO: jornalista e membro dos Precários InflexíveisJOÃO PEDRO RODRIGUES: escultorJOÃO TEIXEIRA LOPES: sociólogoJORGE MAGALHÃES: Dirigente da FEPCES - Federação dos Trabalhadores dos Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.JOSÉ CARLOS TINOCO: produtor culturalJOSÉ FERREIRA: Coordenador da Comissão de Trabalhadores da EFACEC e Dirigente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Eléctrica do Norte e CentroJOSÉ PAIVA: artista plásticoJÚLIA PINTÃO: artista plásticaJULIETA GUIMARÃES: actriz, coordenadora da área norte da Operação Nariz Vermelho, membro da Erva Daninha e da direcção da PlateiaLUÍS TOBIAS: fotógrafoLUÍSA GONÇALVES: escultora e professora aposentada da Escola Secundária Artística de Soares dos ReisMANUEL LOFF: historiadorMARIA JOSÉ FERREIRA: pintoraMIGUEL REAL: escritorNATÉRCIA PACHECO: docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do PortoPAULA GODINHO: antropóloga e docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaPAULO PIMENTA: fotógrafoPAULO RICARDO: dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Celulose, Papel, Gráfica e ImprensaPEDRO RUIZ: escultorRAQUEL FREIRE: cineastaREGINA GUIMARÃES: escritoraRENATO ROQUE: fotógrafoSÓNIA CARVALHO: artista plásticaTERESA DIAS COELHO: pintoraTIAGO GILLOT: membro dos Precários Inflexíveis


Hoje, é o primeiro dia sem trabalho para 18 recepcionistas da Fundação de Serralves.Após anos a trabalhar a falsos recibos verdes, estas pessoas foram liminarmente afastadas pela Fundação de Serralves, por não terem aceitado constituírem-se como empresa para continuarem a trabalhar.Hoje, mais de cinquenta personalidades ligadas ao mundo das artes, da cultura e do sindicalismo unem-se para subscrever a carta aberta, promovida pelo FERVE e pelos Precários Inflexíveis, em solidariedade para com estes/as trabalhadores/as.FERVE e Precários Inflexíveis-----------------CARTA AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DE SERRALVESO MUSEU COMO PROJECTO. TRABALHADORES E SOCIEDADE."Quem faz os museus são as sociedades a que pertencem. Os problemas estruturais da sociedade revelam-se também um problema para o desenvolvimento de um projecto como um museu.”João Fernandes, Director do Museu de Serralves, JN 10 -11- 2009Considerando a importância e notoriedade internacional alcançadas pela Fundação de Serralves, em poucos anos, através da actividade do Museu de Arte Contemporânea; o papel motor que essa instituição exerce na actividade cultural, tanto a nível local, como nacional, através das suas exposições itinerantes e inúmeras co-produções; o investimento do Estado Português na Fundação, eixo fundamental da acção do Estado em favor da Arte Contemporânea em Portugal; a extraordinária visibilidade pública do Museu, contando 3 milhões de visitantes em apenas 10 anos de existência e as constantes provas da solidariedade e consideração prestadas por inúmeras figuras públicas à Fundação, tema de orgulho para a instituição, que publica regularmente declarações desse tipo num suplemento promocional regular distribuído com o jornal O Público;Considerando que Serralves sempre se posicionou como produtora de democracia, da criação cultural, do pensamento crítico sobre a contemporaneidade e que os direitos sociais e os direitos do trabalho são eles próprios fundadores e condição de instituições e sociedades democráticas;Deduzindo que a Fundação de Serralves constitui aos olhos do mundo um modelo (de sucesso) de gestão público-privada de uma instituição cultural e que a afluência de público que caracteriza há vários anos o Museu envolve necessariamente uma equipa de qualidade para a recepção e informação do visitante:- Parece-nos incompreensível que “os serviços de Recepção da Fundação de Serralves” tenham sido até hoje “assegurados por uma equipa variável de colaboradores, mediante uma regular e legítima prestação de serviços a recibo verde”;- Parece-nos inaceitável que estes trabalhadores tenham sido mantidos, durante anos, sem vínculo, sem direito ao enquadramento que um contrato de trabalho assegura, deixando-os sem qualquer protecção perante o desemprego;- Parece-nos também inaceitável que a estes trabalhadores tenha sido proposto constituírem-se como empresa, sob o pretexto, que como visitantes de Serralves rejeitamos, de “obter serviços com mais qualidade, maior eficiência e profissionalismo e desta forma contribuir para melhor acolher todos quantos nos visitam”;- Parece-nos ilegal que perante a recusa da maioria dos trabalhadores em acatar a proposta supra-referida, a Fundação tenha pura e simplesmente dispensado os serviços de quem há anos assegurava a Recepção diária dos visitantes, e contribuía decisivamente para o sucesso detalhado anteriormente, em lugar de ter celebrado contratos de trabalho com estes trabalhadores.Enquanto visitantes, amigos de Serralves, artistas que aí expomos, cidadãos, manifestamos a nossa solidariedade para com os e as recepcionistas despedidos, consideramos que os seus direitos deviam ter sido acautelados e apelamos à correcção desta situação, evitando-se o despedimento e celebrando contratos de trabalho com estes trabalhadores.Os/As subscritores/as;ADA PEREIRA DA SILVA: produtora culturalANA PÉREZ-QUIROGA: artista plásticaANDRÉ ALVES: artista plástico e investigador académicoÂNGELA BERLINDE: fotógrafaÂNGELO FERREIRA DE SOUSA: artista plásticoBRUNO MAIA: Membro da Comissão de Trabalhadores da ex-QimondaCARLA BOLITO: actriz e membro da Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do AudiovisualCARLA CRUZ: artista plásticaCARLA MIRANDA: actrizCARLOS COSTA: director artístico da Visões ÚteisCESÁRIO ALVES: fotógrafoCRISTINA ANDRADE: membro do FERVE – Fartos/as d'Estes Recibos VerdesDANIEL OLIVEIRA: cronistaDIANA ANDRINGA: jornalistaDUARTE VITÓRIA: artista plásticoEDUARDA DONÍSIO: escritoraEDUARDO VALDREZ: dirigente do Sindicato da Saúde, Solidariedade e Segurança SocialESGAR ACELERADO: ilustradorFILIPE RODRIGUES: artista plásticoFILOMENA MARONA BEJA: escritoraFILOMENA OLIVEIRA: dramaturgaFRANCISCO JOSÉ: membro da Comissão de Trabalhadores da UnicerGRAÇA MARTINS: artista plásticaHENRIQUE BORGES: direcção do Sindicato dos Professores do Norte e membro da FENPROFHENRIQUE DO VALE: artista plásticoINÊS LOUSINHA: artista plásticaINÊS VIEIRA: Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de PortugalISABEL LHANO: artista plásticaISABEL MONTEIRO: artista plásticaISABEL PADRÃO: artista plásticaJOÃO PACHECO: jornalista e membro dos Precários InflexíveisJOÃO PEDRO RODRIGUES: escultorJOÃO TEIXEIRA LOPES: sociólogoJORGE MAGALHÃES: Dirigente da FEPCES - Federação dos Trabalhadores dos Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal.JOSÉ CARLOS TINOCO: produtor culturalJOSÉ FERREIRA: Coordenador da Comissão de Trabalhadores da EFACEC e Dirigente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Eléctrica do Norte e CentroJOSÉ PAIVA: artista plásticoJÚLIA PINTÃO: artista plásticaJULIETA GUIMARÃES: actriz, coordenadora da área norte da Operação Nariz Vermelho, membro da Erva Daninha e da direcção da PlateiaLUÍS TOBIAS: fotógrafoLUÍSA GONÇALVES: escultora e professora aposentada da Escola Secundária Artística de Soares dos ReisMANUEL LOFF: historiadorMARIA JOSÉ FERREIRA: pintoraMIGUEL REAL: escritorNATÉRCIA PACHECO: docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do PortoPAULA GODINHO: antropóloga e docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaPAULO PIMENTA: fotógrafoPAULO RICARDO: dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Celulose, Papel, Gráfica e ImprensaPEDRO RUIZ: escultorRAQUEL FREIRE: cineastaREGINA GUIMARÃES: escritoraRENATO ROQUE: fotógrafoSÓNIA CARVALHO: artista plásticaTERESA DIAS COELHO: pintoraTIAGO GILLOT: membro dos Precários Inflexíveis

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