poesia: revelação

21-01-2012
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Hoje só fotografei árvores,Dez, cem, mil.Vou revelá-las à noite.Quando a alma for câmara escura.Depois vou classificá-las:Segundo as folhas, os anéis dos troncos,Segundo as suas sombras.Ah, como as árvoresEntram facilmente umas nas outras!Vejam, agora só me resta uma.É esta que vou fotografar outra vezE vou observar com assombroQue se parece comigo.Ontem só fotografei pedras.E a pedra afinalParecia-se comigo.Anteontem — cadeiras —E a que resultouParecia-se comigo.Todas as coisas se parecem terrivelmenteComigo...Tenho medo.marin sorescusimetriatradução colectiva revista, completada e apresentadapor egito gonçalvespoetas em Mateusquetzal1997


Hoje só fotografei árvores,Dez, cem, mil.Vou revelá-las à noite.Quando a alma for câmara escura.Depois vou classificá-las:Segundo as folhas, os anéis dos troncos,Segundo as suas sombras.Ah, como as árvoresEntram facilmente umas nas outras!Vejam, agora só me resta uma.É esta que vou fotografar outra vezE vou observar com assombroQue se parece comigo.Ontem só fotografei pedras.E a pedra afinalParecia-se comigo.Anteontem — cadeiras —E a que resultouParecia-se comigo.Todas as coisas se parecem terrivelmenteComigo...Tenho medo.marin sorescusimetriatradução colectiva revista, completada e apresentadapor egito gonçalvespoetas em Mateusquetzal1997

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