poesia: john ashbery

30-06-2011
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sós com a nossa loucura e a flor preferida,vemos que não há mais nada sobre que escrever.ou antes, é preciso escrever sobre as mesmas coisas de sempre,do mesmo modo, repetindo vezes sem conta as mesmas coisas,para que o amor continue e a pouco e pouco vá mudando.colmeias e formigas têm de ser eternamente reexaminadase a cor do dia aplicadacentenas de vezes e variada do verão para o invernopara que o seu ritmo desça ao de uma autênticasarabanda e ela aí se feche sobre si mesma, viva e em paz.só nessa altura a crónica desatençãodas nossas vidas nos poderá envolver, conciliadorae com um olho posto naquelas longas opulentas sombras amareladasque falam tão fundo para o nosso mal preparado conhecimentode nós próprios, máquinas falantes dos nossos dias.john ashberyuma onda e outros poemastradução colectiva / joão barrentopoetas em mateusquetzal editores1992.


sós com a nossa loucura e a flor preferida,vemos que não há mais nada sobre que escrever.ou antes, é preciso escrever sobre as mesmas coisas de sempre,do mesmo modo, repetindo vezes sem conta as mesmas coisas,para que o amor continue e a pouco e pouco vá mudando.colmeias e formigas têm de ser eternamente reexaminadase a cor do dia aplicadacentenas de vezes e variada do verão para o invernopara que o seu ritmo desça ao de uma autênticasarabanda e ela aí se feche sobre si mesma, viva e em paz.só nessa altura a crónica desatençãodas nossas vidas nos poderá envolver, conciliadorae com um olho posto naquelas longas opulentas sombras amareladasque falam tão fundo para o nosso mal preparado conhecimentode nós próprios, máquinas falantes dos nossos dias.john ashberyuma onda e outros poemastradução colectiva / joão barrentopoetas em mateusquetzal editores1992.

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