Jerónimo de Sousa veio ontem afirmar que os lisboetas devem usar “o seu voto nas eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, para votarem contra o Governo e a sua política.” Disse ainda que “votar no candidato socialista António Costa é o mesmo que dar luz verde à política do Governo” e que não houve coligação “porque os comunistas não separam as eleições em Lisboa da política nacional.”Ruben de Carvalho reforçou esta ideia e, na mesma linha, veio novamente recusar acordos após as eleições. Que o candidato comunista à CML afirme que não quer participar em coligações pós-eleitorais é um sinal negativo de entrincheiramento de posições, mas ainda assim é um direito que lhe assiste e que usará legitimamente – coligar-se-á e assumirá a responsabilidade pelo mandato que lhe for conferido como entender e por isso será julgado nas urnas.A intervenção de Jerónimo de Sousa, por seu turno, desrespeita a inteligência dos munícipes de Lisboa, secundariza os problemas da autarquia e demonstra falta de honestidade política perante o acto eleitoral e perante a situação difícil da cidade de Lisboa. No dia 15 de Julho não vamos avaliar a política do governo Sócrates e Jerónimo de Sousa sabe-o bem. A situação de desconsolo e abandono a que chegou a capital exige um debate sério sobre as formas de a tirar do buraco em que a gestão sem rumo dos últimos seis anos a colocou. Lisboa merece que o seu futuro seja discutido por todos os candidatos. Merece mais do que esta tentativa de deturpação do acto eleitoral a que os seus cidadãos são chamados.Nesta lógica assumida por Jerónimo de Sousa, em que infligir mais uma derrota ao Governo é o relevante, se necessário mantendo a autarquia nas mãos de quem a deixou no caos, a mensagem para os eleitores é, pois, a seguinte:Ignorem o facto de estarem a escolher a melhor equipa para a vereação e o melhor candidato para presidente. Esqueçam a crise orçamental. Esqueçam a paralisia urbanística. Esqueçam a falta de visão estratégica para a cidade. Esqueçam o aumento de tráfego automóvel, a degradação do parque habitacional, a necessidade de reforma administrativa e de prevenção da corrupção. Esqueçam tudo o que vos rodeia e que piora a vossa qualidade de vida, que hipoteca o futuro da cidade dos vossos filhos e netos. No dia 15 de Julho, esqueçam para o que votam e ignorem a vossa cidade. E votem contra o PS, contra o Governo e contra José Sócrates.É impressão minha, ou, de facto, quem veio para a campanha de Lisboa com intuito de capitalizar politicamente o resultado a nível nacional, não foi José Sócrates, foi Jerónimo de Sousa?PDA
Categorias
Entidades
Jerónimo de Sousa veio ontem afirmar que os lisboetas devem usar “o seu voto nas eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, para votarem contra o Governo e a sua política.” Disse ainda que “votar no candidato socialista António Costa é o mesmo que dar luz verde à política do Governo” e que não houve coligação “porque os comunistas não separam as eleições em Lisboa da política nacional.”Ruben de Carvalho reforçou esta ideia e, na mesma linha, veio novamente recusar acordos após as eleições. Que o candidato comunista à CML afirme que não quer participar em coligações pós-eleitorais é um sinal negativo de entrincheiramento de posições, mas ainda assim é um direito que lhe assiste e que usará legitimamente – coligar-se-á e assumirá a responsabilidade pelo mandato que lhe for conferido como entender e por isso será julgado nas urnas.A intervenção de Jerónimo de Sousa, por seu turno, desrespeita a inteligência dos munícipes de Lisboa, secundariza os problemas da autarquia e demonstra falta de honestidade política perante o acto eleitoral e perante a situação difícil da cidade de Lisboa. No dia 15 de Julho não vamos avaliar a política do governo Sócrates e Jerónimo de Sousa sabe-o bem. A situação de desconsolo e abandono a que chegou a capital exige um debate sério sobre as formas de a tirar do buraco em que a gestão sem rumo dos últimos seis anos a colocou. Lisboa merece que o seu futuro seja discutido por todos os candidatos. Merece mais do que esta tentativa de deturpação do acto eleitoral a que os seus cidadãos são chamados.Nesta lógica assumida por Jerónimo de Sousa, em que infligir mais uma derrota ao Governo é o relevante, se necessário mantendo a autarquia nas mãos de quem a deixou no caos, a mensagem para os eleitores é, pois, a seguinte:Ignorem o facto de estarem a escolher a melhor equipa para a vereação e o melhor candidato para presidente. Esqueçam a crise orçamental. Esqueçam a paralisia urbanística. Esqueçam a falta de visão estratégica para a cidade. Esqueçam o aumento de tráfego automóvel, a degradação do parque habitacional, a necessidade de reforma administrativa e de prevenção da corrupção. Esqueçam tudo o que vos rodeia e que piora a vossa qualidade de vida, que hipoteca o futuro da cidade dos vossos filhos e netos. No dia 15 de Julho, esqueçam para o que votam e ignorem a vossa cidade. E votem contra o PS, contra o Governo e contra José Sócrates.É impressão minha, ou, de facto, quem veio para a campanha de Lisboa com intuito de capitalizar politicamente o resultado a nível nacional, não foi José Sócrates, foi Jerónimo de Sousa?PDA