Oposição admite chamar Pais Jorge à comissão dos ‘swaps’

08-08-2013
marcar artigo

Cerco ao secretário de Estado do Tesouro aperta. Oposição admite pedir explicações em Setembro, quando os trabalhos da comissão retomarem, Marques Mendes pede demissão, Capucho concorda.

O PS e o PCP admitem chamar o secretário de Estado do Tesouro à comissão de inquérito aos contratos de ‘swaps', quando os trabalhos parlamentares retomarem em Setembro. Joaquim Pais Jorge nega responsabilidades na tentativa de venda de ‘swaps' para maquilhar as contas públicas quando em 2005 trabalhava para o Citibank, mas não consegue garantir que não tenha estado presente em reuniões onde aquela venda foi tentada.

A chamada do actual secretário de Estado à comissão de inquérito "é uma hipótese", disse ao Diário Económico o deputado do PS João Galamba, assumindo, porém, que essa questão ainda não foi tratada dentro do grupo parlamentar. Galamba justificou que as explicações dadas na sexta-feira pelo secretário de Estado do Tesouro não deixam ninguém satisfeito "nem o próprio" secretário de Estado. O deputado socialista considerou que é "impossível" que, tendo Pais Jorge o pelouro da área de clientes quando era quadro do Citibank em 2005, não estivesse a par do que era apresentado aos seus clientes. Esta é uma "justificação sem credibilidade", concluiu.

Também Paulo Sá, deputado do PCP, considera "natural" que a comissão de inquérito o queira ouvir. Pais Jorge não faz parte da lista de audições previstas na comissão de inquérito, porque o seu envolvimento apenas foi conhecido agora. A lista de personalidades a serem ouvidas pelos deputados é definida entre o presidente da comissão de inquérito, Jorge Lacão, e os coordenadores dos grupos parlamentares.

Pais Jorge, o "importador de ideias"

Os pedidos de esclarecimento surgem mesmo depois de Pais Jorge ter feito declarações aos jornalistas sobre a sua actuação enquanto trabalhava para o Citibank. O agora secretário de Estado do Tesouro negou ter responsabilidades na apresentação ao Estado português de ‘swaps' que permitiriam melhorar o aspecto das contas públicas, mas nunca foi capaz de garantir que não teria feito parte de reuniões onde o negócio foi tentado. Pais Jorge argumentou que, na altura, exerceu funções na área de clientes e que "na concepção, elaboração ou negociação de produtos derivados" nunca teve responsabilidades.

Porém, "não posso evidenciar que tenha estado sequer nessa apresentação", disse, já que foi a "centenas" de reuniões, para as quais era chamado "em cima da hora". "Participava em muitas reuniões. Exercia o papel de importador de ideias e dos planos que os meus colegas desenvolviam", disse o secretário de Estado, acrescentando que das suas funções fazia parte "conhecer os clientes em Portugal, conhecer as áreas de actuação e os limites às áreas de actuação".

Pais Jorge informou que discutiu o caso com a ministra das Finanças, que lhe deu apoio para continuar no cargo.

No entanto, o cerco a Pais Jorge está a apertar-se. Além da oposição que não ficou convencida com as justificações do governante, o conselheiro de Estado Luís Marques Mendes defendeu no sábado a saída de Pais Jorge do Governo. "Este secretário de Estado nunca deveria ter ido para o Governo. Depois do que veio a público nos últimos dias, acho que ele ou deveria sair pelos seus pés ou ser obrigado a sair", disse o antigo líder do PSD, acrescentando que Pais Jorge tem um problema de falta de credibilidade. António Capucho, ex-conselheiro de Estado e ex-autarca, alinhou pela mesma crítica.

Cerco ao secretário de Estado do Tesouro aperta. Oposição admite pedir explicações em Setembro, quando os trabalhos da comissão retomarem, Marques Mendes pede demissão, Capucho concorda.

O PS e o PCP admitem chamar o secretário de Estado do Tesouro à comissão de inquérito aos contratos de ‘swaps', quando os trabalhos parlamentares retomarem em Setembro. Joaquim Pais Jorge nega responsabilidades na tentativa de venda de ‘swaps' para maquilhar as contas públicas quando em 2005 trabalhava para o Citibank, mas não consegue garantir que não tenha estado presente em reuniões onde aquela venda foi tentada.

A chamada do actual secretário de Estado à comissão de inquérito "é uma hipótese", disse ao Diário Económico o deputado do PS João Galamba, assumindo, porém, que essa questão ainda não foi tratada dentro do grupo parlamentar. Galamba justificou que as explicações dadas na sexta-feira pelo secretário de Estado do Tesouro não deixam ninguém satisfeito "nem o próprio" secretário de Estado. O deputado socialista considerou que é "impossível" que, tendo Pais Jorge o pelouro da área de clientes quando era quadro do Citibank em 2005, não estivesse a par do que era apresentado aos seus clientes. Esta é uma "justificação sem credibilidade", concluiu.

Também Paulo Sá, deputado do PCP, considera "natural" que a comissão de inquérito o queira ouvir. Pais Jorge não faz parte da lista de audições previstas na comissão de inquérito, porque o seu envolvimento apenas foi conhecido agora. A lista de personalidades a serem ouvidas pelos deputados é definida entre o presidente da comissão de inquérito, Jorge Lacão, e os coordenadores dos grupos parlamentares.

Pais Jorge, o "importador de ideias"

Os pedidos de esclarecimento surgem mesmo depois de Pais Jorge ter feito declarações aos jornalistas sobre a sua actuação enquanto trabalhava para o Citibank. O agora secretário de Estado do Tesouro negou ter responsabilidades na apresentação ao Estado português de ‘swaps' que permitiriam melhorar o aspecto das contas públicas, mas nunca foi capaz de garantir que não teria feito parte de reuniões onde o negócio foi tentado. Pais Jorge argumentou que, na altura, exerceu funções na área de clientes e que "na concepção, elaboração ou negociação de produtos derivados" nunca teve responsabilidades.

Porém, "não posso evidenciar que tenha estado sequer nessa apresentação", disse, já que foi a "centenas" de reuniões, para as quais era chamado "em cima da hora". "Participava em muitas reuniões. Exercia o papel de importador de ideias e dos planos que os meus colegas desenvolviam", disse o secretário de Estado, acrescentando que das suas funções fazia parte "conhecer os clientes em Portugal, conhecer as áreas de actuação e os limites às áreas de actuação".

Pais Jorge informou que discutiu o caso com a ministra das Finanças, que lhe deu apoio para continuar no cargo.

No entanto, o cerco a Pais Jorge está a apertar-se. Além da oposição que não ficou convencida com as justificações do governante, o conselheiro de Estado Luís Marques Mendes defendeu no sábado a saída de Pais Jorge do Governo. "Este secretário de Estado nunca deveria ter ido para o Governo. Depois do que veio a público nos últimos dias, acho que ele ou deveria sair pelos seus pés ou ser obrigado a sair", disse o antigo líder do PSD, acrescentando que Pais Jorge tem um problema de falta de credibilidade. António Capucho, ex-conselheiro de Estado e ex-autarca, alinhou pela mesma crítica.

marcar artigo