Do bloqueador de dores crónicas à turbina urbana – tudo isto é CoHitec

07-07-2015
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Carla Viegas, investigadora da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa, começou há quatro meses a ver o mundo com os olhos de empresária. Com uma equipa de colegas ESTSL, entrou no programa CoHitec. E assim surgiu a ideia de criar um detetor de fungos com a denominação de Fungiq. «Já tínhamos a tecnologia e através dos serviços que prestámos à comunidade concluímos que podíamos criar uma solução que não vai salvar o mundo, mas pode ser muito útil», explicou a investigadora à margem da sessão de encerramento do CoHitec realizada ontem à tarde em Lisboa.

Como a equipa do projeto Fungiq, vários grupos de investigadores aproveitaram o CoHitec para tirar dos laboratórios e de dos computadores de trabalho ideias que estavam condenadas a passar o resto do período útil no meio académico e que agora poderão ter a oportunidade de serem testadas no mercado – e eventualmente tornarem-se na próxima referência do mundo empresarial português.

Do raio x para videiras a uma turbina eólica desenhada para produzir eletricidade com ventos pouco intensos do meio urbano; de um fármaco que bloqueia as dores crónicas a um sistema de monitorização automática de abelhas; do bio-aditivo para tintas usadas em cascos de navios a um sistema de desenvolvimento de novas fragrâncias; da solução de apoio à decisão em ambiente clínico às partículas desenhadas à medida para aplicações médicas – a lista de finalistas do CoHitec é diversificada e tem na inovação o único limite.

A originalidade pode pautar grande parte dos projetos apresentados, mas é preciso algo mais para converter uma boa ideia num bom negócio: «Se (destes 16 projetos) singrar um, é bom. Se singrarem dois, é ótimo», estima Pedro Vilarinho, diretor de Aceleração de Comercialização de Tecnologias da COTEC, a associação empresarial que gere o programa CoHitec. O responsável da COTEC acredita que «os bons projetos não terão dificuldade em arranjar investimento», mas recorda que nem todos os promotores estarão decididos a abandonar as carreiras de investigadores e vestir a “pele” de empresários.

Gonçalo Costa, um dos promotores do desenvolvimento de um bio-aditivo para tintas marítimas, também já começou a encarnar o duplo papel dos promotores do CoHitec: «Não me vejo como CEO… vejo-me mais como um Chief Cientific Officer. E claro como acionista». Ana Oliveira, promotora de um projeto que logrou desenvolver um gel que elimina 90% das denominadas feridas crónicas, confirma que a participação no CoHitec não é um sucesso garantido, mas pode abrir novas oportunidades: «Já tínhamos alguns projetos na gaveta. Faltava apenas conseguir avançar com eles. E o CoHitec permitiu-nos isso mesmo».

Pedro Vilarinho reitera que todos estes projetos são desenvolvidos nos quatro meses de formação com vista ao mercado global. Alguns precisam de quatro a cinco milhões de euros de investimento para se tornarem viáveis. Outros poderão vir a despertar o interesse de multinacionais. Mas a larga maioria ainda está longe da fase de comercialização. Caso queiram levar as suas ideias avante, os promotores terão de garantir um primeiro investimento para o desenvolvimento de uma prova de conceito; passados dois anos será a vez de tentarem encontrar um investimento para o desenvolvimento de um modelo de negócio.

Os números das 10 edições do CoHitec são elucidativos quanto aos efeitos da passagem pelo denominado “vale da morte” das ideias de negócio. Mais de 170 projetos já participaram em todas as edições do CoHitec – e apenas 17 estão atualmente nas fases da prova de conceito ou de desenvolvimento do modelo de negócio.

Há muito que a reduzida taxa de sucesso das boas ideias é vista como um “clássico” do mundo das start ups. Franquelim Alves, secretário de estado Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, fechou a 10ª edição do CoHitec lembrando que é necessário superar as barreiras mentais que têm impedido a conversão de investigadores em empresários: «A Europa faz um grande esforço em Investigação e Desenvolvimento, mas nos negócios fica muito aquém dos EUA, apesar de os números de patentes registadas serem similares».

Carla Viegas, investigadora da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa, começou há quatro meses a ver o mundo com os olhos de empresária. Com uma equipa de colegas ESTSL, entrou no programa CoHitec. E assim surgiu a ideia de criar um detetor de fungos com a denominação de Fungiq. «Já tínhamos a tecnologia e através dos serviços que prestámos à comunidade concluímos que podíamos criar uma solução que não vai salvar o mundo, mas pode ser muito útil», explicou a investigadora à margem da sessão de encerramento do CoHitec realizada ontem à tarde em Lisboa.

Como a equipa do projeto Fungiq, vários grupos de investigadores aproveitaram o CoHitec para tirar dos laboratórios e de dos computadores de trabalho ideias que estavam condenadas a passar o resto do período útil no meio académico e que agora poderão ter a oportunidade de serem testadas no mercado – e eventualmente tornarem-se na próxima referência do mundo empresarial português.

Do raio x para videiras a uma turbina eólica desenhada para produzir eletricidade com ventos pouco intensos do meio urbano; de um fármaco que bloqueia as dores crónicas a um sistema de monitorização automática de abelhas; do bio-aditivo para tintas usadas em cascos de navios a um sistema de desenvolvimento de novas fragrâncias; da solução de apoio à decisão em ambiente clínico às partículas desenhadas à medida para aplicações médicas – a lista de finalistas do CoHitec é diversificada e tem na inovação o único limite.

A originalidade pode pautar grande parte dos projetos apresentados, mas é preciso algo mais para converter uma boa ideia num bom negócio: «Se (destes 16 projetos) singrar um, é bom. Se singrarem dois, é ótimo», estima Pedro Vilarinho, diretor de Aceleração de Comercialização de Tecnologias da COTEC, a associação empresarial que gere o programa CoHitec. O responsável da COTEC acredita que «os bons projetos não terão dificuldade em arranjar investimento», mas recorda que nem todos os promotores estarão decididos a abandonar as carreiras de investigadores e vestir a “pele” de empresários.

Gonçalo Costa, um dos promotores do desenvolvimento de um bio-aditivo para tintas marítimas, também já começou a encarnar o duplo papel dos promotores do CoHitec: «Não me vejo como CEO… vejo-me mais como um Chief Cientific Officer. E claro como acionista». Ana Oliveira, promotora de um projeto que logrou desenvolver um gel que elimina 90% das denominadas feridas crónicas, confirma que a participação no CoHitec não é um sucesso garantido, mas pode abrir novas oportunidades: «Já tínhamos alguns projetos na gaveta. Faltava apenas conseguir avançar com eles. E o CoHitec permitiu-nos isso mesmo».

Pedro Vilarinho reitera que todos estes projetos são desenvolvidos nos quatro meses de formação com vista ao mercado global. Alguns precisam de quatro a cinco milhões de euros de investimento para se tornarem viáveis. Outros poderão vir a despertar o interesse de multinacionais. Mas a larga maioria ainda está longe da fase de comercialização. Caso queiram levar as suas ideias avante, os promotores terão de garantir um primeiro investimento para o desenvolvimento de uma prova de conceito; passados dois anos será a vez de tentarem encontrar um investimento para o desenvolvimento de um modelo de negócio.

Os números das 10 edições do CoHitec são elucidativos quanto aos efeitos da passagem pelo denominado “vale da morte” das ideias de negócio. Mais de 170 projetos já participaram em todas as edições do CoHitec – e apenas 17 estão atualmente nas fases da prova de conceito ou de desenvolvimento do modelo de negócio.

Há muito que a reduzida taxa de sucesso das boas ideias é vista como um “clássico” do mundo das start ups. Franquelim Alves, secretário de estado Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, fechou a 10ª edição do CoHitec lembrando que é necessário superar as barreiras mentais que têm impedido a conversão de investigadores em empresários: «A Europa faz um grande esforço em Investigação e Desenvolvimento, mas nos negócios fica muito aquém dos EUA, apesar de os números de patentes registadas serem similares».

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